Alimentos transgênicos: o que são, vantagens e desvantagens (com exemplos)

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

Os alimentos transgênicos correspondem aos alimentos geneticamente modificados (AGM), ou seja, são aqueles em que o DNA é modificado.

Esses alimentos são produzidos em laboratório por meio de técnicas artificiais de engenharia genética. Assim, os embriões são alterados a medida em que recebem um gene de outra espécie.

Vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos

Os alimentos transgênicos possuem uma série de vantagens e desvantagens, das quais se destacam:

Vantagens dos alimentos transgênicos

  • Maior produtividade;
  • Redução de custos;
  • Aumento do potencial nutricional do alimento;
  • Plantas mais resistentes às pragas (insetos, fungos, vírus, bactérias) e aos agrotóxicos, inseticidas e herbicidas;
  • Aumento da tolerância das plantas as condições adversas de solo e clima;
  • Redução do uso de agrotóxicos.

Desvantagens dos alimentos transgênicos

  • Desenvolvimento de doenças (reações alérgicas, câncer, etc.);
  • Desequilíbrio ambiental (poluição do solo, da água e do ar, desaparecimento de espécies, perda da biodiversidade, contaminação de sementes, etc).

Produção de alimentos transgênicos: as questões discutidas

Muito se discute sobre a efetividade desses tipos de alimentos “artificiais”, visto que na natureza, muitos deles não se reproduziriam dessa maneira.

Há controvérsias a respeito dos nutrientes que contém, bem como suas implicações éticas, econômicas, sociais e políticas.

A engenharia genética, através da comercialização de alimentos geneticamente modificados, é considerada uma área promissora por oferecer perspectiva de inovação ao melhoramento convencional de plantas.

Isso porque, a manipulação de material genético das plantas e de outros seres vivos contribuem, sobretudo, na obtenção de alimentos menos perecíveis, mais saudáveis e mais seguros.

Os testes de transgenia procuram desenvolver plantas e animais mais resistentes a doenças, pragas, agrotóxicos e mudanças climáticas, aumentando assim, a produtividade.

Por outro lado, há controvérsias sobre a natureza de tais alimentos. Esse fator está relacionado com os efeitos a curto e longo prazo para a saúde dos seres humanos e dos animais. Em outras palavras, visar o lucro em detrimento da saúde, o que pode ser um grande problema no futuro.

Legislação sobre alimentos transgênicos

Conforme a legislação em vigor, é obrigatório o rótulo de identificação em alimentos transgênicos com o intuito de alertar o consumidor sobre o que ele está consumindo.

No Brasil e na União Europeia são apresentados rótulos de produtos com até 1% de componentes transgênicos.

Alimentos Transgênicos
Símbolo que indica a presença de alimento transgênico no rótulo do produto

O Decreto n.º 4.680 de 2003 exige que as empresas exibam informações sempre que o alimento tenha mais de 1% de ingredientes transgênicos, mesmo que não seja possível detectá-lo por meio de testes laboratoriais.

Tal exigência também é válida para os alimentos originários de animais alimentados por rações transgênicas como leite, ovos, e carnes.

O símbolo padronizado é representado por um T no interior de um triângulo amarelo e, deve estar inserido na embalagem dos alimentos.

Alimentos transgênicos no mundo

Tabela com valores percentuais de cultivo de transgênicos

Países Soja Milho Algodão Alfafa Outros
E.U.A 45% 44% 6% 2% 2%
Canadá 19% 12,5% 68,5% -
Brasil 68,3% 29,2% 2% - 0,5%
Argentina 75,2% 23,8% 1% - -
Índia - - 100% - -

Em muitos países, o consumo de alimentos transgênicos é legal, enquanto em outros, a sua adesão está longe de ser efetivada.

Nesse último caso, podemos citar o Japão, cuja comercialização dos alimentos geneticamente modificados é rejeitada.

Os países que lideram a produção de alimentos transgênicos são os Estados Unidos, o Canadá, o Brasil, a Argentina e a Índia.

No mundo, os alimentos produzidos em maior quantidade são o milho, a soja, o algodão e a canola. O cultivo mais predominante no planeta é o da soja resistente a herbicidas.

Os alimentos transgênicos de origem animal também podem ser modificados. Em 2012, a empresa estadunidense “Food and Drug Administration” (FDA) aprovou o consumo do primeiro animal geneticamente modificado, um tipo de salmão.

No último relatório, do ano de 2018, o total da área com plantio de organismos geneticamente modificados atinge 191,7 milhões de hectares. Os E.U.A lideram com 75 milhões de hectares de plantio, seguido do Brasil, com 51,3 milhões de hectares.

Transgênicos no Brasil

Produção de transgênicos no Brasil
Produção de transgênicos no Brasil

Em 2017, no Brasil, foram ocupados 50,2 milhões de hectares (ha) com culturas transgênicas, a maioria de soja. Com isso, o país tornou-se o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

O Brasil destaca-se por lançar comercialmente, em 2015, o primeiro organismo geneticamente modificado totalmente desenvolvido no país: uma soja tolerante à herbicida, fruto de parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a empresa alemã Basf.

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Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.