Baixa Idade Média: o que foi, história e características

Thiago Souza
Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

A Baixa Idade Média foi o segundo período da Idade Média, compreendido entre os séculos XI e XV, que correspondeu à desagregação do sistema feudal e a consequente transição para o sistema capitalista.

A Crise no Feudalismo, as Cruzadas, o Renascimento Comercial e Urbano e a Peste Negra foram os principais eventos desse período.

Características da baixa idade média

A crise do feudalismo

O sistema feudal, também chamado de feudalismo, tinha por base principal a exploração servil e entrou em processo de desagregação a partir do século XI.

O fim das invasões germânicas, ocorridas na Alta Idade Média, resultou em condições mais estáveis de vida e um crescimento gradativo da população e consequentemente o aumento do consumo e a necessidade de implementar a produção agrícola.

A ampliação das áreas produtivas e o desenvolvimento de técnicas agrícolas, com o uso de arado de ferro e o aperfeiçoamento dos moinhos hidráulicos, gerou um excedente de produção que passou a ser comercializada.

Com mais comida disponível, a Europa passou por um processo de crescimento demográfico. Além disso, parte da produção se tornou um excedente, que poderia e foi comercializada.

Como os feudos eram autossuficientes, esse aumento no comércio gerou uma trava no modelo feudal de produção.

Saiba mais: Crise no Feudalismo

As Cruzadas

As Cruzadas foram expedições militares, organizadas pela Igreja, contra o avanço dos muçulmanos e a retomada do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Outro objetivo era o interesse em dominar as rotas comerciais de mercadorias orientais, controladas pelos muçulmanos e pelos bizantinos.

As Cruzadas se transformaram em uma série de oito expedições à Terra Santa, realizadas entre os séculos XI e XII.

Leia também o artigo sobre a Igreja Medieval.

Renascimento comercial

Na Baixa Idade Média, as rotas comerciais do Mediterrâneo, antigo caminho das Cruzadas, logo se tornaram importantes e lucrativas.

As cidades italianas, Gênova e Veneza eram ponto de partida para os centros comerciais do Mediterrâneo Oriental, como Alexandria, Trípoli, Tiro, além de Constantinopla, porta de entrada para o mar Negro e parte da Europa Oriental e Ásia Ocidental.

A partir do século XI formou-se na Europa um grande mercado consumidor de luxuosos produtos orientais, como seda, tapetes, joias e principalmente especiarias, como cravo, canela, pimenta-do-reino, gengibre, etc.

Leia mais: Renascimento Comercial

Renascimento urbano

A vida urbana começou a ressurgir na Europa a partir do renascimento comercial, no século XI.

Novas cidades se edificaram às margens dos rios, nos litorais e principalmente nas proximidades dos burgos fortificados, onde geralmente havia uma catedral, o palácio do bispo ou um castelo senhorial.

Baixa Idade MédiaCidade Medieval de Carcassonne, França

Fixar-se perto de um burgo significava, para os comerciantes, segurança e proteção contra salteadores. Nascia uma nova classe social, a burguesia, formada por artesãos, mercadores, banqueiros e donos de companhias de comércio.

A medida que as cidades cresciam e as relações feudais se transformavam, um novo sistema econômico começou a despontar na Europa: o capitalismo.

Peste negra

A população urbana cresceu até o século XIV, quando veio a Peste Negra, entre 1346 e 1353, que dizimou grande parte da população europeia, levando a violenta retração dos mercados consumidores e da atividade comercial.

Uma recuperação da economia só iria ocorrer do século XV em diante.

Outros fatos históricos importantes que ocorreram na Baixa Idade Média foram:

Veja também:

Feudalismo - Toda Matéria Ver no YouTube
Thiago Souza
Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.