Linguagem Coloquial

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras

Linguagem coloquial é a linguagem informal, popular, que utilizamos frequentemente em numa conversa entre amigos, familiares ou vizinhos.

Quando utilizamos a linguagem coloquial, não estamos preocupados com as normas gramaticais. Por isso, falamos de maneira rápida, espontânea e descontraída, com o intuito de interagir com as pessoas.

Dessa forma, é comum usar gírias, estrangeirismos, abreviar, criar palavras e até cometer erros de concordância, os quais não estão de acordo com a norma culta.

A linguagem coloquial faz parte do cotidiano das pessoas de todos os lugares do mundo, mas, ela torna-se deselegante em alguns contextos.

Quando escrevemos um texto, por exemplo, é importante que utilizemos a linguagem formal (culta), ou seja, gramaticalmente correta. Numa entrevista de emprego, também devemos deixar de lado a linguagem coloquial e dar lugar à linguagem formal ou culta.

O problema surge quando, por estarem tão familiarizados com a linguagem falada, os estudantes sentem dificuldade para escrever textos pelo fato de não conseguirem se distanciar da maneira de falar no momento em que escrevem.

A ideia não é que a linguagem informal seja substituída pela linguagem formal, mas que todos compreendam a diferença existente entre elas e os contextos de uso de cada uma.

Exemplos de frases com linguagem informal

Exemplo 1: Ela nem SE TOCOU que o garoto TAVA BABANDO nela.

“Se tocar” é uma expressão muito utilizada na linguagem coloquial que indica “perceber”.

Neste exemplo, 'tava' é a forma abreviada de 'estava', e 'babando' é usado figurativamente para indicar admiração excessiva

Exemplo 2: CARA. DEMORÔ CUM isso.

A palavra “cara” é muito utilizada na linguagem informal para indicar “rapaz, homem”. Na frase, a palavra está no sentido conotativo, visto que não expressa o significado real do termo que seria “rosto”.

O verbo demorar é falado de forma mais curta (demorô), no lugar de “demorou”. E por fim, a preposição “com”, que indica companhia, é falado com a troca da vogal O pelo U (cum).

Exemplo 3: A MINA foi SEM NOÇÃO na festa.

Nessa frase, é utilizada a abreviação de menina (mina), além da expressão coloquial “sem noção”, que significa a falta de discernimento da pessoa.

Exemplo 4: Demos um ROLÊ pela CITY esta tarde.

O termo “rolê” é muito utilizado pelos adolescentes para indicar um passeio. Além disso, nota-se o uso do estrangeirismo “city”, termo em inglês que significa cidade.

Exemplo 5: A GENTE PASSÔ lá e TAVA ROLANDO uma festa.

“A gente” é uma expressão muito utilizada na linguagem coloquial, em vez do pronome “nós”. O verbo passar foi falado de forma mais curta (passô), no lugar de “passou”.

Além disso, na frase o verbo "estava" está abreviado (tava) e foi usada a expressão “rolando”, que indica “acontecendo”.

Exemplo 5: MANO, CÊ TÁ LOCO?

“Mano” é uma gíria muito utilizada para irmão, que expressa proximidade entre os falantes. Além disso, a frase agrega as abreviações de você (cê) e do verbo estar (tá). O termo louco também é abreviado para “loco”.

Exemplo 6: Ele PEGÔ LEVEno discurso.

A expressão "pegar leve" é utilizada para indicar controle ou calma. Neste caso, indica que o locutor fez um discurso calmo. Além disso, o verbo pegar é falado de forma mais curta (pegô), no lugar de “pegou”.

Linguagem formal e informal

A linguagem informal (coloquial) e a linguagem formal (culta) são dois registros da linguagem utilizadas na interação humana, que possuem características particulares:

Linguagem informal é o registro espontâneo, utilizado nas relações de informalidade. Não apresenta preocupações com as regras gramaticais.

Linguagem formal é o registro prestigiado e padrão, utilizado nas relações formais. Seguem as normas gramaticais da língua.

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Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora, produz conteúdos educativos (de língua portuguesa e também relacionados a datas comemorativas) desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I).