Plano Marshall: características, objetivos e resultados

Thiago Souza
Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

O Plano Marshall (Programa de Recuperação Europeia) foi um programa de auxílio humanitário oferecido pelos Estados Unidos da América aos países europeus de 1948 até 1951.

Foi realizado por meio de assistência técnica e financeira para ajudar a recuperação dos países europeus destruídos pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Também tinha como objetivo não deixar que certos países passassem à influência do socialismo.

Por esse motivo, foi uma forma de estabilizar o capitalismo na Europa Ocidental, bem como garantir a integração dos países europeus.

O Plano Marshall leva o nome do general George Catlett Marshall (1880-1959), secretário do Estado dos EUA durante o governo de Henry Truman (1884-1972). Por causa disso, ele receberia o prêmio Nobel da paz em 1953.

Objetivos do Plano Marshall em meio a Guerra Fria

O Plano Marshall foi uma estratégia estadunidense para combater o avanço soviético no início da Guerra Fria.

Desta forma, o plano está inserido no conjunto de medidas de combate ao avanço do comunismo que defendia a Doutrina Truman. Apesar de convidados, nenhum país sob o controle soviético participou da execução ou recebeu ajuda do Plano Marshall.

É importante frisar que a não intervenção dos EUA poderia afetar negativamente sua própria economia. Afinal, com o fim da Segunda Guerra Mundial, era fundamental manter a capacidade da Europa em honrar suas dívidas e manter suas importações.

Contexto histórico do Plano Marshall

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os países europeus que participaram do conflito estavam arruinados e o número de mortes havia sido assustador.

A reconstrução europeia dificilmente teria êxito sem o auxílio econômico internacional.

Por este motivo, em julho de 1947, os principais membros envolvidos no confronto se reuniram para participar do Programa de Recuperação Europeia. Este havia sido inspirado no plano proposto pelo economista John M. Keynes em 1944.

Em 1948, para coordenar a distribuição dos fundos do Plano Marshall, foi criada a Organização Europeia de Cooperação Econômica (OECE).

Os primeiros países a receberem a ajuda financeira foram Grécia e Turquia. Nestes países, os socialistas haviam se armado e lutavam para chegar ao poder.

Aos Estados Unidos não interessava que dois países tão importantes, do ponto de vista geopolítico, passassem a ser influenciados pela União Soviética.

O programa durou até 1951 e garantiu a recuperação econômica da Europa até a década de 1960.

Características do Plano Marshall

A principal característica do programa foi a concessão de empréstimos a juros baixos aos países europeus que aceitassem as condições impostas pelos norte-americanos. Estas consistiam em

  • Comprar produtos prioritariamente dos EUA;
  • fazer uma política de estabilização monetária e anti-inflacionária;
  • promover uma política de integração e cooperação intraeuropeia.

Foi concedido cerca de 18 bilhões de dólares (aproximadamente US$ 135 bilhões nos dias atuais), distribuídos pela “Administração da Cooperação Econômica”, uma agência criada pelos EUA para executar este programa.

Este auxílio também chegou por meio de assistência técnica de peritos em tecnologia norte-americana, alimentos, combustíveis, produtos industrializados, veículos, maquinaria para as fábricas, fertilizantes, etc.

Resultados do Plano Marshall

Plano Marshall marcou o fim da tradição isolacionista estadunidense, trouxe a Europa para a influência americana e garantiu dos EUA o acesso aos mercados europeus.

Dessa maneira, os países europeus abriram suas economias aos investimentos estadunidenses, reformaram seus sistemas financeiros, recuperaram sua produção industrial e o nível de consumo.

Os países que receberam maior ajuda foram:

  • Reino Unido (3,2 bilhões);
  • França (2,7 bilhões);
  • Itália (1,5 bilhão);
  • Alemanha (1,4 bilhão).

O resultado do programa foi positivo, uma vez que a economia da Europa Ocidental voltou a prosperar pelas duas décadas seguintes.

Para os EUA, os benefícios foram ainda maiores, pois suas exportações cresceram, assim como sua área de influência na Europa.

Ainda dentro do contexto da Guerra Fria, os EUA impulsionaram a criação da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar que reunia vários países ocidentais do hemisfério norte.

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Thiago Souza
Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.