Como fazer uma boa introdução de TCC?

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras

Uma boa introdução de TCC deve contextualizar o leitor para o assunto que será abordado no trabalho. Não basta dizer qual o tema, porque ele pode ser muito abrangente; você precisa direcionar, de maneira muito clara, do que trata a sua dissertação.

Outro ponto muito importante é informar qual o objetivo do seu TCC e quais as metodologias utilizadas para alcançá-lo.

Confira os 4 pontos essenciais da introdução:

1. Apresentação do tema

Apesar de iniciar o texto, a introdução não tem necessariamente de ser escrita primeiro. Depende de quem escreve.

Há pessoas que se sentem mais à vontade se começarem literalmente do início, e não conseguem desenvolver o trabalho com a sensação de que falta alguma coisa.

Outras, por sua vez, só conseguem avançar após terem desenvolvido a sua dissertação e terem noção dos rumos que ela tomou, ou seja, sabem exatamente o que nela foi abordado.

Quem gosta de começar pela introdução, precisa fazer a sua atualização ao longo do desenvolvimento do TCC. Isso garante que nenhum ponto importante seja deixado de lado.

Você tem que dar aquilo que promete, por isso, uma boa dica é sempre que terminar de redigir uma parte, voltar à introdução para escrever o ponto tratado nela.

Não podemos mencionar algo que por algum motivo acabou não sendo desenvolvido ou, ainda, esquecer de mencionar algo tratado no texto.

Desse modo, corremos o risco de o leitor perder o interesse em ler o restante conteúdo pelo fato de não ter encontrado justamente aquilo que achava que iria encontrar.

2. Delimitação do assunto tratado

É importante lembrar que quando você apresenta o tema do seu trabalho, precisa direcionar para o que exatamente será tratado nele. Isso porque um único tema pode abrir um enorme leque de possibilidades de dissertação.

Seja claro na delimitação do tema, contextualize o seu leitor logo no início, nunca ao longo do seu trabalho.

3. Esclarecimento do objetivo

Num TCC, é importante fazer com que as pessoas entendam o seu objetivo, ou seja, qual a importância e a pertinência do seu trabalho.

Se nele você se debruçou sobre o estudo de algo que já existe usando metodologias diferentes — pesquisas de campo, entrevistas ou pesquisa documental, por exemplo —, as pessoas devem perceber isso logo na introdução, entendendo o motivo pelo qual você escolheu fazer dessa forma.

Seja claro, objetivo e lembre-se: a introdução não deve ter explicações. Se ela tem que ser curta (deve ocupar cerca de 10% do texto todo), não há espaço para explicações, afinal explicar faz parte do desenvolvimento do trabalho. Apenas garanta o que deve constar na introdução, ou seja, informe todos os tópicos tratados no texto.

4. Organização das ideias

Você não precisa indicar os pontos abordados no trabalho pela ordem que eles aparecem ao longo do texto. O importante é que tudo esteja lá.

Apesar de não serem apresentados na mesma ordem, é importante que os pontos mencionados façam sentido, que fluam, ou seja, é muito importante estar atento aos aspectos de coesão e de coerência já na introdução.

Não basta indicar os pontos por indicar, como se fosse apenas uma lista com o que será encontrado no texto. Se você organizar muito bem a sua introdução informando os pontos que serão abordados, e claro, o objetivo do trabalho e as metodologias usadas, o leitor terá vontade de o ler. A organização das ideias é dos melhores atrativos.

O leitor tem que partir para o desenvolvimento com isso muito bem claro na sua cabeça: o que encontrarei ao longo deste trabalho.

Exemplo de introdução de TCC pronta

Selecionamos alguns trechos da introdução do trabalho de conclusão de curso (TCC), apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba, de Tamires Oliveira Santos.

Com o tema Redes Sociais e o Vazio Existencial no Mundo Pós-Moderno, o texto apresentado cumpre com os requisitos que uma introdução deve cumprir:

1) Indica os temas abordados no trabalho de forma objetiva.

"É nesse contexto que o presente trabalho, tem o objetivo de refletir sobre o uso das redes sociais e o vazio existencial, conceito abordado pela Logoterapia e Análise Existencial. Visto que o vazio é um sentimento cada vez mais comum na sociedade contemporânea, o qual as pessoas tentam preencher a todo custo. Neste artigo também são explanadas características do mundo pós-moderno e suas principais consequências nas relações e no modo de existir do ser humano, que com a falta de segurança provocada pelas transformações do próprio sistema capitalista do consumo, contribui para que as pessoas estejam desnorteadas, com a falta de um referencial a seguir."

2) Esclarece o objetivo do trabalho e as metodologias utilizadas para a sua realização.

"Trata-se de um artigo, no qual, para o alcance do objetivo proposto, a metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica, que consiste no levantamento de material já elaborado e publicado em documentos, tais como livros e revistas, com vista a explicar um tema com base em referências teóricas. A pesquisa bibliográfica é reconhecida como um procedimento metodológico importante na produção do conhecimento científico capaz de gerar, especialmente em temas pouco explorados, a elaboração de hipóteses ou interpretações que servirão de ponto de partida para outras pesquisas. (LIMA E MIOTO, 2007)."

3) Motiva o leitor a continuar a leitura do trabalho, mencionando o que será explicado no seu desenvolvimento.

"Portanto, a seguir serão descritas características mais específicas da sociedade pós-moderna, visto que esta promoveu um grande desenvolvimento das tecnologias e será relatado brevemente sobre a evolução da internet no Brasil que culminou com a explosão do uso das redes sociais. Também serão feitas algumas considerações sobre o uso das redes sociais e a relação com o vazio existencial."

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Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora, produz conteúdos educativos (de língua portuguesa e também relacionados a datas comemorativas) desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I).