Presencismo
O presencismo ou Geração de Presença é a segunda geração do modernismo em Portugal e compreende o anos 1927 a 1940. Inicia-se com a publicação da revista presença - a qual dá nome a esse período - em Coimbra, no dia 10 de março de 1927.
Ao contrário da revista Orpheu, foram publicados cinquenta e quatro números da revista Presença.
Características
Seguindo as ideias modernistas do Orfismo (especialmente no que respeita à crítica e criatividade), o grupo da Presença contou, ainda, com a análise interior, a introspecção dos seus escritores, característica que ficou conhecida como o “psicologismo de presença”.
A revista coimbrã deu destaque aos artistas da Geração de Orpheu, os quais em decorrência da efemeridade não tinham alcançado o êxito esperado.
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Principais Autores e Obras
José Régio, Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, Edmundo de Bettencourt, Fausto José e António de Navarro são os fundadores da revista. Além desses, há destaque para outros autores.
José Régio (1901-1969)
- Poemas de Deus e do Diabo (1925).
- Jogo da Cabra-Cega (1934).
- Histórias de Mulheres (1946).
Adolfo Casais Monteiro (1908-1972)
- O Canto da Nossa Agonia (1941).
- Versos (1944).
- Europa (1946).
Miguel Torga (1907-1995)
- O Outro Livro de Job (1936).
- Bicho (1940).
- Terra Firme e Mar (1941).
Branquinho da Fonseca (1905-1974)
- Poemas (1926).
- Mar Santo (1952).
- O Barão (1972).
João Gaspar Simões (1903-1987)
- Elói (1932).
- Romance numa Cabeça (1932).
- Amigos Sinceros (1941).
António de Navarro (1902-1980)
- Poemas de África (1941).
- Ave de Silêncio (1942).
- O Momento e a Legenda (1930).
Pedro Homem de Melo (1904-1984)
- Segredo (1939).
- Bodas Vermelhas (1947).
- Perguntas Indiscretas (1968).
Neorrealismo
O apoliticismo da Presença abre espaço para uma tendência que acaba por assinalar uma nova geração modernista na literatura portuguesa - o Neorrealismo. Este, sim, reflexo das influências sociais e políticas da época.