Colonialismo

A palavra “Colonialismo” é um substantivo masculino, composto pelo prefixo “colônia” (do latim, “lugar para a agricultura”), mais o sufixo “ismo”, expressão grega que indica um sistema de ideias.

Com efeito, o termo foi usado para se referir as comunidades agrícolas fora do território de Roma. Atualmente, é usado para designar a doutrina política, econômica e militar que embasa as conquistas territoriais com o intuito de estabelecer o controle e autoridade da metrópole, por meio da imposição administrativa e cultural.

Na prática, o que ocorre é a exploração dos recursos naturais da colônia em benefício da metrópole colonizadora. Como resultado, a população que explora se desenvolve economicamente, enquanto a explorada é aniquilada, escravizada ou, na melhor das hipóteses, dominada e oprimida ao máximo.

Normalmente, as atividades coloniais se resumem aquelas que não permitem o desenvolvimento cultural e material da colônia ou, quando permitem, é somente de modo restrito.

Por outro lado, a dominação colonial vem acompanhada de uma ideologia legitimadora; na era dos “Descobrimentos” foi a evangelização dos povos indígenas. Com o neocolonialismo, o discurso de levar a “Civilização” e o “Progresso” se torna a desculpa mais utilizada para se fazer admitir a exploração das riquezas alheias.

Para saber mais: Neocolonialismo

Colonialismo e Imperialismo

Colonialismo” e “Imperialismo” são práticas indissociáveis e praticamente indistintas. Isto porque uma colônia sempre é parte integrante de um império, podendo ser considerada uma consequência ou efeito colateral da expansão imperial. De fato, o colonialismo é uma prática muito antiga, que remonta egípcios, fenícios, gregos e romanos, todos construíram colônias na Antiguidade.

Ora, em certo momento, estes povos migraram e estabeleceram colônias fora de seus territórios originais. A maioria destes territórios eram controlados a partir da Metrópole, palavra grega que significa “cidade mãe”. Por sua vez, todo o desenvolvimento colonial é condicionado pelos interesses metropolitanos, os quais, por sua vez, estão voltados para a expansão e manutenção do Império.

Por conseguinte, a partir dos séculos XV e XVI, o colonialismo ocidental ficará a cargo das nações europeias (especialmente Portugal e Espanha), as quais, ao buscarem o desenvolvimento do comércio de especiarias, encontraram novos territórios em que podiam explorar os recursos naturais e escravizar a população local.

Neste contexto, a organização produtiva era ditada pelas políticas econômicas do mercantilismo, o qual visava, acima de tudo, criar um mercado e uma fonte de matérias-primas totalmente controladas pela metrópole.

Assim, as medidas mercantilistas garantiam a produção a preços baixos e a venda a preços altos, com destaque para as colônias, onde, a rigor, não se desenvolvia manufaturas e o mercado consumidor ficava dependente dos produtos metropolitanos.

Sem espanto, este sistema injusto de exploração era perpetrado pelo “Pacto Colonial”, que previa, dentre outras medidas, o monopólio comercial da burguesia metropolitana na compra e venda dos produtos ao mercado europeus e para a população da colônia.

No século XIX, após a independência das colônias na América, um novo tipo de imperialismo e colonialismo se desenvolveu, sob o prefixo grego “Neo”, que significa “novo” (neoimperialismo e neocolonialismo), na prática, estabelece os mecanismos de controle colonial por outros meios e permite que a nação mais poderosa controle as mais fracas, mantidas sob a esfera de influência da metrópole colonizadora.

Foi assim que potência europeias como França, Inglaterra, Bélgica, Holanda dividiram e colonizaram a África e, posteriormente, a Ásia.

Tipos Básicos de Colonialismo

Os tipos básicos de colonialismo são os de “Exploração” e os de “Povoamento”. De partida, devemos salientar que eles se sobrepõem, na medida em que são contemporâneos e foram praticados igualmente pela mesma metrópole (o caso mais emblemático foi o da Inglaterra, com sua colônia de povoamento no Norte e a de exploração ao Sul na América).

Sendo assim, nas colônias de povoamento, é comum o estabelecimento de um grande número de colonos nativos da metrópole, os quais buscam terras férteis para desenvolver a região permanentemente.

Este tipo foi mais comum em regiões de clima temperado, onde os produtos cultivados eram basicamente os mesmos produzidos na metrópole e, por este motivo, não despertavam muito o interesse do controle administrativo metropolitano.

Por sua vez, essa negligência abria espaço para o desenvolvimento de manufaturas nas colônias e, consequentemente, possibilitou um forte desenvolvimento econômico nestas regiões. Este desenvolvimento está na gênese dos processos de independência das colônias na América.

Por outro lado, o colonialismo de exploração tinha toda sua lógica voltada para obtenção dos recursos naturais da colônia.

Assim, a metrópole praticava sem escrúpulos a mineração (principal interesse desde os “Descobrimentos”), o extrativismo vegetal e o cultivo de gêneros agrícolas, como algodão, tabaco e cana-de-açúcar, sob o sistema de plantation, o que significa produção agrícola de monocultura em larga escala, com mão de obra escrava e voltada para exportação.

Este tipo de colônia foi mais comum em regiões tropicais, onde o controle metropolitano era muito mais rígido e a exploração colonial muito mais efetiva.