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ENEMExercícios para o ENEM

Exercícios para o ENEM (292)

Foram encontradas 6013 questões

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
O pavão vermelho

Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.

Clarim de lacre, este pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.

É o próprio doge a se mirar no espelho.
E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.

Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.

Costa, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual de Cultura, 2001.

Na construção do soneto, as cores representam um recurso poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico

revela a intenção de isolar-se em seu espaço.

simboliza a beleza e o esplendor da natureza.

experimenta a fusão de percepções sensoriais.

metaforiza a conquista de sua plena realização.

expressa uma visão de mundo mística e espiritualizada.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
    No ano em que o maior clarinetista que o Brasil conheceu, Abel Ferreira, faria 100 anos, o choro dá mostras de vivacidade. É quase um paradoxo que essa riquíssima manifestação da genuína alma brasileira seja forte o suficiente para driblar a falta de incentivos oficiais, a insensibilidade dos meios de comunicação e a amnésia generalizada. “Ele trazia a alma brasileira derramada em sua sonoridade ímpar. Artur da Távola, seguramente seu maior admirador, foi quem melhor o definiu, ‘alma sertaneja, toque mozarteano’”. O acervo do músico autodidata nascido na mineira Coromandel, autor de 50 músicas, entre as quais Chorando baixinho (1942), que o consagrou, amigo e parceiro de Pixinguinha, com quem gravou Ingênuo (1958), permanece com os herdeiros à espera de compilação adequada. O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro tem a guarda do sax e do clarinete, doados em 1995. Na avaliação de Leonor Bianchi, editora da Revista do Choro, “a música instrumental fica apartada do que é popular porque não vai à sala de concerto. O público em geral tem interesse em samba, pagode e axé”. Ela atribui essa situação à falta de conhecimento e à pouca divulgação do gênero nas escolas.

FERRAZ, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 22 abr. 2015 (adaptado).
Considerando-se o contexto, o gênero e o público-alvo, os argumentos trazidos pela autora do texto buscam

atribuir o desconhecimento da obra de Abel Ferreira ao ensino de música nas escolas.

reivindicar mais investimentos estatais para a preservação do acervo musical nacional.

destacar a relevância histórica e a riqueza estética do choro no cenário musical brasileiro.

apresentar ao leitor dados biográficos pouco conhecidos sobre a trajetória de Abel Ferreira.

constatar a impopularidade do choro diante da preferência do público por músicas populares.

ENEM 2021 : Geografia - Questões de Provas Anteriores do ENEM
    Seu turno de trabalho acabou, você já está em casa e é hora do jantar da família. Mas, em vez de relaxar, você começa a pensar na possibilidade de ter recebido alguma mensagem importante no e-mail profissional ou no grupo de WhatsApp da empresa. Imediatamente, você fica distante. Momentos depois, com alguns toques na tela do celular, você está de volta ao ambiente de trabalho. O jantar e a família ficaram em segundo plano.

A simples vontade de checar mensagens do trabalho pós-expediente prejudica sua saúde — e a de sua
família. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 4 dez. 2018.

O texto indica práticas nas relações cotidianas do trabalho que causam para o indivíduo a

proteção da vida privada.

ampliação de atividades extras

elevação de etapas burocráticas.

diversificação do lazer recreativo.

desobrigação de afazeres domésticos.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Singular ocorrência

— Há ocorrências bem singulares. Está vendo aquela dama que vai entrando na igreja da Cruz? Parou agora no adro para dar uma esmola.
— De preto?
— Justamente; lá vai entrando; entrou.
— Não ponha mais na carta. Esse olhar está dizendo que a dama é uma recordação de outro tempo, e não há de ser muito tempo, a julgar pelo corpo: é moça de truz.
— Deve ter quarenta e seis anos.
— Ah! conservada. Vamos lá; deixe de olhar para o chão e conte-me tudo. Está viúva, naturalmente?
— Não.
— Bem; o marido ainda vive. É velho?
— Não é casada.
— Solteira?
— Assim, assim. Deve chamar-se hoje D. Maria de tal. Em 1860 florescia com o nome familiar de Marocas. Não era costureira, nem proprietária, nem mestra de meninas; vá excluindo as profissões e chegará lá. Morava na Rua do Sacramento. Já então era esbelta, e, seguramente, mais linda do que hoje; modos sérios, linguagem limpa.

ASSIS, M. Machado de Assis: seus 30 melhores contos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1961.
No diálogo, descortinam-se aspectos da condição da mulher em meados do século XIX. O ponto de vista dos personagens manifesta conceitos segundo os quais a mulher

encontra um modo de dignificar-se na prática da caridade.

preserva a aparência jovem conforme seu estilo de vida.

condiciona seu bem-estar à estabilidade do casamento.

tem sua identidade e seu lugar referendados pelo homem.

renuncia à sua participação no mercado de trabalho.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

TEXTO I

HAZOUMÉ, R. Nanawax. Plástico e tecido. Galerie Gagosian, 2009.

Disponível em: www.actuart.org. Acesso em: 19 jun. 2019.

TEXTO II

As máscaras não foram feitas para serem usadas; elas se concentram apenas nas possibilidades antropomórficas dos recipientes plásticos descartados e, ao mesmo tempo, chamam a atenção para a quantidade de lixo que se acumula em quase todas as cidades ou aldeias africanas.

FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).

Romuald Hazoumé costuma dizer que sua obra apenas manda de volta ao oeste o refugo de uma sociedade de consumo cada vez mais invasiva. A obra desse artista africano que vive no Benin denota o(a)

empobrecimento do valor artístico pela combinação de diferentes matérias-primas.

reposicionamento estético de objetos por meio da mudança de função.

convite aos espectadores para interagir e completar obras inacabadas.

militância com temas da ecologia que marcam o continente africano.

realidade precária de suas condições de produção artística.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
    Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era sábio, era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava de dizer: “Não há dúvida! O homem tem talento, mas escreve: ‘um outro’, ‘de resto’…” E contraía os lábios como se tivesse engolido alguma cousa amarga.
    Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glórias nacionais. Um sábio…
    Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saía vagarosamente de casa, muito abotoado no seu paletó de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar é um modo de dizer, porque era Pelino avaro de palavras, limitando-se tão-somente a ouvir. Quando, porém, dos lábios de alguém escapava a menor incorreção de linguagem, intervinha e emendava. “Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que…” Por aí, o mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica: “Não diga ‘asseguro’, Senhor Bernardes; em português é garanto”.
    E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo.

BARRETO, L. A Nova Califórnia. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 24 jul. 2019. 

Do ponto de vista linguístico, a defesa da norma-padrão pelo personagem caracteriza-se por

contestar o ensino de regras em detrimento do conteúdo das informações.

resgatar valores patrióticos relacionados às tradições da língua portuguesa.

adotar uma perspectiva complacente em relação aos desvios gramaticais.

invalidar os usos da língua pautados pelos preceitos da gramática normativa.

desconsiderar diferentes níveis de formalidade nas situações de comunicação.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
O skate apareceu como forma de vivência no lazer em períodos de baixa nas ondas e ficou conhecido como “surfinho”. No início foram utilizados eixos e rodinhas de patins pregados numa madeira qualquer, para sua composição, sendo as rodas de borracha ou ferro. O grande marco na história do skate ocorreu em 1974, quando o engenheiro químico chamado Frank Nasworthy descobriu o uretano, material mais flexível, que oferecia mais aderência às rodas. A dependência dos skatistas em relação a esse novo material igualmente alavancou o surgimento de novas manobras e possibilitou a um maior número de pessoas inexperientes começar a prática dessa modalidade. O resultado foi a criação de campeonatos, marcas, fábricas e lojas especializadas.

ARMBRUST, I.; LAURO, F. A. A. O skate e suas possibilidades educacionais.
Motriz, jul.-set. 2010 (adaptado). 

De acordo com o texto, diversos fatores ao longo do tempo

contribuíram para a democratização do skate.

evidenciaram as demandas comerciais dos skatistas.

definiram a carreira de skatista profissional.

permitiram que a prática social do skate substituísse o surfe.

indicaram a autonomia dos praticantes de skate.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Reaprender a ler notícias

    Não dá mais para ler um jornal, revista ou assistir a um telejornal da mesma forma que fazíamos até o surgimento da rede mundial de computadores. O Observatório da Imprensa antecipou isso lá nos idos de 1996 quando cunhou o slogan “Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”. De fato, hoje já não basta mais ler o que está escrito ou falado para estar bem informado. É preciso conhecer as entrelinhas e saber que não há objetividade e nem isenção absolutas, porque cada ser humano vê o mundo de uma forma diferente. Ter um pé atrás passou a ser a regra básica número um de quem passa os olhos por uma primeira página, capa de revista ou chamadas de um noticiário na TV.
    Há uma diferença importante entre desconfiar de tudo e procurar ver o maior número possível de lados de um mesmo fato, dado ou evento. Apenas desconfiar não resolve porque se trata de uma atitude passiva. É claro, tudo começa com a dúvida, mas a partir dela é necessário ser proativo, ou seja, investigar, estudar, procurar os elementos ocultos que sempre existem numa notícia. No começo é um esforço solitário que pode se tornar coletivo à medida que mais pessoas descobrem sua vulnerabilidade informativa.

Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 30 set. 2015 (adaptado).

No texto, os argumentos apresentados permitem inferir que o objetivo do autor é convencer os leitores a

buscarem fontes de informação comprometidas com a verdade.

privilegiarem notícias veiculadas em jornais de grande circulação.

adotarem uma postura crítica em relação às informações recebidas.

questionarem a prática jornalística anterior ao surgimento da internet.

valorizarem reportagens redigidas com imparcialidade diante dos fatos.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Estojo escolar

Rio de Janeiro — Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial.
     […] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.
    No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto.
   […] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.
    Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.
    […] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer.[…]
    O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009 (adaptado).

No texto, há marcas da função da linguagem que nele predomina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco o(a)

mensagem, elevando-a à categoria de objeto estético do mundo das artes.

código, transformando a linguagem utilizada no texto na própria temática abordada.

contexto, fazendo das informações presentes no texto seu aspecto essencial.

enunciador, buscando expressar sua atitude em relação ao conteúdo do enunciado.

interlocutor, considerando-o responsável pelo direcionamento dado à narrativa pelo enunciador.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

RODRIGUES, S. Acervo pessoal.

A revolução estética brasiliense empurrou os designers de móveis dos anos 1950 e início dos 1960 para o novo. Induzidos a abandonar o gosto rebuscado pelo colonial, a trocar Ouro Preto por Brasília, eles criaram um mobiliário contemporâneo que ainda hoje vemos nas lojas e nas salas de espera de consultórios e escritórios. Colada no uso de madeiras nobres, como o jacarandá e a peroba, e em materiais de revestimento como o couro e a palhinha, desenvolveu-se uma tendência feita de linhas retas e curvas suaves, nos moldes da capital no Cerrado.
CHAVES, D.Disponível em: www.veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jul. 2010.
Na reportagem sobre os 50 anos de Brasília, de Débora Chaves, com a reprodução fotográfica de cadeiras e poltronas de Sérgio Rodrigues, verifica-se que os elementos da estética brasiliense

aparecem definidos nas linhas retas dos objetos.

expressam o desenho rebuscado por meio das linhas.

mostram a expressão assimétrica das linhas curvas suaves.

apontam a unidade de matéria-prima utilizada em sua fabricação.

surgem na simplificação das informações visuais de cada composição.