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ENEM 2016 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

                         De domingo

— Outrossim...

— O quê?

— O que o quê?

— O que você disse.

— Outrossim?

— É.

— O que é que tem?

— Nada. Só achei engraçado.

— Não vejo a graça.

— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.

— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.

— Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.

— Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.

— “Ônus”.

— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.

— “Resquício” é de domingo.

— Não, não. Segunda. No máximo terça.

— Mas “outrossim”, francamente...

— Qual o problema?

— Retira o “outrossim”.

— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.

VERISSIMO, L. F Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento)

No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)

marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana.

tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais.

caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais.

distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados pouco conhecidos.

inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo.

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ENEM 2016 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

TEXTO I

      Entrevistadora— eu vou conversar aqui com a professora A. D. ... o português então não é uma língua difícil?

      Professora — olha se você parte do princípio... que a língua portuguesa não é só regras gramaticais. não se você se apaixona pela língua que você . já domina que você já fala ao chegar na escola se o teu professor cativa você a ler obras da literatura. obras da/ dos meios de comunicação. se você tem acesso a revistas. é... a livros didáticos. a... livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.


TEXTO II

      Entrevistadora — Vou conversar com a professora A. D. O português é uma língua difícil?

      Professora — Não, se você parte do princípio que a língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.

MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).

O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O Texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos

apresentam ocorrências de hesitações e reformulações.

são modelos de emprego de regras gramaticais.

são exemplos de uso não planejado da língua.

apresentam marcas da linguagem literária.

são amostras do português culto urbano.

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ENEM 2016 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

Qual é a segurança do sangue?

Para que o sangue esteja disponível para aqueles que necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares saudáveis a praticarem o mesmo ato.

A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as rígidas normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue doado fizeram dele um produto muito mais seguro do que já foi anteriormente.

Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como hepatites B e C, HIV, sífilis e Chagas, podem doar sangue.

Se você acha que sua saúde ou comportamento pode colocar em risco a vida de quem for receber seu sangue, ou tem a real intenção de apenas realizar o teste para o vírus HIV, NÃO DOE SANGUE.

Cumpre destacar que apesar de o sangue doado ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas no momento, existe um período chamado de janela imunológica em que um doador contaminado por um determinado vírus pode transmitir a doença através do seu sangue.

DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE QUEM VAI RECEBER SEU SANGUE.

Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr. 2015 (adaptado).

Nessa campanha, as informações apresentadas têm como objetivo principal

conscientizar o doador de sua corresponsabilidade pela qualidade do sangue.

garantir a segurança de pessoas de grupos de risco durante a doação de sangue.

esclarecer o público sobre a segurança do processo de captação do sangue.

alertar os doadores sobre as dificuldades enfrentadas na coleta de sangue.

ampliar o número de doadores para manter o banco de sangue.

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ENEM 2016 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

                           Esses chopes dourados

[...]

quando a geração de meu pai

batia na minha

a minha achava que era normal

que a geração de cima

só podia educar a de baixo

batendo

quando a minha geração batia na de vocês

ainda não sabia que estava errado

mas a geração de vocês já sabia

e cresceu odiando a geração de cima

aí chegou esta hora

em que todas as gerações já sabem de tudo

e é péssimo

ter pertencido à geração do meio

tendo errado quando apanhou da de cima

e errado quando bateu na de baixo

e sabendo que apesar de amaldiçoados

éramos todos inocentes.

WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento). 

Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta uma angústia sintetizada na

compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas.

consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.

revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação.

incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações.

crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos.

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ENEM 2016 : Literatura - Questões de Provas Anteriores do ENEM

Antiode

Poesia, não será esse

o sentido em que

ainda te escrevo:

flor! (Te escrevo:

flor! Não uma

flor, nem aquela

flor-virtude — em

disfarçados urinóis).

Flor é a palavra

flor; verso inscrito

no verso, como as

manhãs no tempo.

Flor é o salto

da ave para o voo:

o salto fora do sono

quando seu tecido

se rompe; é uma explosão

posta a funcionar,

como uma máquina,

uma jarra de flores.

MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento)

A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de

uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos significados.

um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX.

uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética.

uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução Industrial.

um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.

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ENEM 2016 : Literatura - Questões de Provas Anteriores do ENEM

                                        A partida de trem

      Marcava seis horas da manhã. Angela Pralini pagou o táxi e pegou sua pequena valise. Dona Maria Rita de Alvarenga Chagas Souza Melo desceu do Opala da filha e encaminharam-se para os trilhos. A velha bem-vestida e com joias. Das rugas que a disfarçavam saía a forma pura de um nariz perdido na idade, e de uma boca que outrora devia ter sido cheia e sensível. Mas que importa? Chega-se a um certo ponto — e o que foi não importa. Começa uma nova raça. Uma velha não pode comunicar-se. Recebeu o beijo gelado de sua filha que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a antes a subir no vagão. Sem que neste houvesse um centro, ela se colocara do lado. Quando a locomotiva se pôs em movimento, surpreendeu-se um pouco: não esperava que o trem seguisse nessa direção e sentara-se de costas para o caminho.

      Angela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou:

      — A senhora deseja trocar de lugar comigo?

      Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, disse que não, obrigada, para ela dava no mesmo. Mas parecia ter-se perturbado. Passou a mão sobre o camafeu filigranado de ouro, espetado no peito, passou a mão pelo broche. Seca. Ofendida? Perguntou afinal a Angela Pralini:

      — É por causa de mim que a senhorita deseja trocar de lugar?

LISPECTOR, C. Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980 (fragmento)

A descoberta de experiências emocionais com base no cotidiano é recorrente na obra de Clarice Lispector. No fragmento, o narrador enfatiza o(a)

comportamento vaidoso de mulheres de condição social privilegiada.

anulação das diferenças sociais no espaço público de uma estação.

incompatibilidade psicológica entre mulheres de gerações diferentes.

constrangimento da aproximação formal de pessoas desconhecidas.

sentimento de solidão alimentado pelo processo de envelhecimento.

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ENEM 2016 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

                          Você pode não acreditar

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os leiteiros deixavam as garrafinhas de leite do lado de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.

      A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém pudesse roubar aquilo.

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo como uma coisa normal.

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que você saía à noite para namorar e voltava andando pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para trás, sem temer as sombras.

      Você pode não acreditar: houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da tarde ou à noite, contavam casos, tomavam café, falavam da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de bonde às suas casas.

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua perto da casa dela, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família. Era sinal de que já estava praticamente noivo e seguro.

      Houve um tempo em que havia tempo.

      Houve um tempo.

                           SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas, 5 maio 2013 (fragmento).

Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que...” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa

surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas faziam durante o seu tempo livre antigamente.

sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas se relacionavam entre si num tempo mais aprazível.

advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se faz do tempo nos dias atuais.

incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem deixar de ser nostálgico.

convencer o leitor sobre a veracidade de fatos relativos à vida no passado.

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      O livro A fórmula secreta conta a história de um episódio fundamental para o nascimento da matemática moderna e retrata uma das disputas mais virulentas ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, duelos públicos, traições, genialidade, ambição — e matemática! Esse é o instigante universo apresentado no livro, que resgata a história dos italianos Tartaglia e Cardano e da fórmula revolucionária para resolução de equações de terceiro grau.  A obra reconstitui um episódio polêmico que marca, para muitos, o início do período moderno da matemática.

Em última análise, A fórmula secreta apresenta-se como uma ótima opção para conhecer um pouco mais sobre a história da matemática e acompanhar um dos debates científicos mais inflamados do século XVI no campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil leitura e uma boa mostra de que é possível abordar temas como álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao grande público.

GARCIA, M. Duelos, segredos e matemática. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 6 out. 2015 (adaptado).

Na construção textual, o autor realiza escolhas para cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social desse texto é

interpretar a obra a partir dos acontecimentos da narrativa.

apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo impessoal.

fazer a apreciação de uma obra a partir de uma síntese crítica.

informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos na obra.

classificar a obra como uma referência para estudiosos da matemática.

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Primeira lição

Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.

O gênero lírico compreende o lirismo.

Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.

É a linguagem do coração, do amor.

O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram declamados ao som da lira.

O lirismo pode ser:

a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.

b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.

c) Erótico, quando versa sobre o amor.

O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.

Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.

Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.

Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.

Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.

Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.

Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.

CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de construção do texto indica que o(a)

caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.

tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.

seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.

enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.

referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.

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O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma interessante certidão de nascimento. De repente, no fim do século XVII, os poetas de Lisboa repararam que não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele ser um manancial de metáforas, pois possuía um nome “indecoroso” que não podia ser “usado em papéis sérios”: caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael Bluteau inventou a nova palavra, pirilampo, a partir do grego pyr, significando 'fogo’, e lampas, 'candeia’.

FERREIRA, M. B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano Europeu das Línguas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).

O texto descreve a mudança ocorrida na nomeação do inseto, por questões de tabu linguístico. Esse tabu diz respeito à

recuperação histórica do significado.

ampliação do sentido de uma palavra.

produção imprópria de poetas portugueses.

denominação científica com base em termos gregos.

restrição ao uso de um vocábulo pouco aceito socialmente.

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