Inteligência Artificial (IA): o que é, seus tipos e como funciona

Rafael C. Asth
Rafael C. Asth
Professor de Matemática e Física

A Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação voltado para o desenvolvimento de sistemas capazes de executar tarefas que normalmente requerem inteligência humana.

Nos anos 1950, pesquisadores como Alan Turing e John McCarthy já contribuíam para sua criação. Desde então, a IA tem progredido rapidamente, impulsionada por avanços tecnológicos e disponibilidade de dados.

Atualmente, a IA (ou AI, do inglês Artificial Intelligence) está presente em diversos aspectos da nossa sociedade, desde recomendações de produtos online até diagnósticos médicos, alterando significativamente nosso estilo de vida e trabalho.

O que é IA?

IA (inteligência artificial) é um campo de aplicação e pesquisa da computação, que trata de meios (sistemas e programas) capazes de realizar tarefas antes só possíveis por humanos. A IA pode ser definida como a capacidade de máquinas replicarem a inteligência natural.

Como tarefas, referimos, por exemplo, a capacidade de aprender, de compreender, de raciocinar, perceber, resolver problemas e tomar de decisões.

Pensar em IA é pensar em computação, entendida como o estudo e a prática de processamento de dados utilizando computadores. Abrangendo diversas áreas, uma delas é a inteligência artificial.

No ramo computacional da IA, estão incluídos técnicas de aprendizado de máquina que se utilizam de uma base de dados, geralmente em enorme quantidade, para extrair informação e conhecimento.

Essas técnicas, também conhecidas como algoritmos, tem um objetivo comum, tornar máquinas agentes autônomos, ou seja, capazes de agir sem interferência humana.

Mas afinal, o que é inteligência?

Para entender melhor o que é inteligência artificial, primeiro precisamos definir o que é inteligência natural. De forma geral, inteligência envolve várias habilidades, como compreender, aprender, raciocinar, resolver problemas e se adaptar a novas situações.

É importante perceber que inteligência não se limita apenas a habilidades cognitivas. Ela também inclui aspectos emocionais, sociais e práticos, como habilidade de se relacionar com os outros, resolver conflitos, lidar com emoções e se adaptar a diferentes ambientes e culturas.

Essas definições abrangem fenômenos observados tanto em humanos quanto em outros animais, cada um com seus próprios níveis e características.

O conceito de inteligência é amplo e complexo, e tem sido discutido por vários pensadores, filósofos e cientistas.

Tipos de Inteligência Artificial

As diversas finalidades das aplicações da IA permitem classificá-las em categorias. Essa classificação é um campo em constante evolução, com novas categorias e subcategorias surgindo à medida que a tecnologia avança.

Embora não exista uma classificação definitiva, podemos apresentar algumas, baseadas em determinados critérios.

Baseado em objetivos e capacidade

Fraca ou Específica (ANI): refere-se a sistemas de IA projetados para realizar tarefas específicas com eficiência. É o tipo mais comum e presente em nosso dia a dia. Entre essas tarefas estão:

  • Processamento de Linguagem Natural;
  • Aprendizado de Máquina Preditivo;
  • Reconhecimento de Imagens.

Forte ou Geral (AGI): É um tipo hipotético de IA. Essa forma continua fora do alcance da tecnologia atual, propondo uma capacidade equivalente ou superior à humana. Esse tipo de sistema poderia realizar qualquer tarefa intelectual possível a um humano.

IA Embodied: Conhecida como IA Corporificada, é um tipo de IA que combina inteligência artificial com robótica, permitindo que os sistemas de IA interajam com o mundo físico.

Baseado no nível de autonomia

IA assistida: colabora com humanos, oferecendo dados e recomendações.

IA de apoio à tomada de decisão: ajuda na análise de informações para decisões, mas a decisão final é tomada por humanos.

IA autônoma: age por conta própria, decidindo e executando tarefas sem necessidade de intervenção humana.

Baseado no impacto na sociedade

IA Benéfica: contribui para o bem comum, solucionando questões globais e aprimorando o bem-estar geral.

IA Maliciosa: tem potencial para ser empregada em atividades prejudiciais, como ataques cibernéticos, divulgação de informações falsas e monitoramento invasivo.

IA Neutra: seus efeitos na sociedade são determinados pelas intenções e aplicação que lhe damos.

Baseadas no nível de desenvolvimento

IA em Pesquisa: em desenvolvimento, explorando novas ideias e conceitos.

IA em Protótipo: funcionando em ambientes controlados, testando sua viabilidade.

IA Implementada: utilizada em produtos e serviços comerciais, gerando valor real para a sociedade.

Como funciona a inteligência artificial?

A ideia central é que a inteligência artificial reside nas máquinas, especificamente nos computadores.

Entretanto, os computadores, por si sós, não podem raciocinar e tomar decisões. Geralmente, são necessários três elementos para criar inteligência artificial:

  1. Dados: são essenciais como matéria-prima. Eles são coletados, armazenados e processados para extrair informações significativas, que alimentam os sistemas de inteligência artificial. Quanto mais dados de qualidade estiverem disponíveis, melhor será o desempenho e a precisão dos sistemas de inteligência artificial.

  2. Algoritmos: são as instruções ou procedimentos lógicos que governam o comportamento dos sistemas de inteligência artificial. Eles determinam como os dados são processados, analisados e utilizados para tomar decisões ou executar tarefas específicas.

  3. Infraestrutura computacional: são os componentes físicos, como processadores, servidores e redes. Eles devem possuir capacidade suficiente para processar grandes volumes de dados e executar algoritmos complexos de maneira eficiente.

A combinação desses elementos permite que as máquinas adquiram habilidades cognitivas semelhantes às dos humanos. Um processo chave nessa interação é o Aprendizado de Máquina, no qual os sistemas de inteligência artificial aprendem padrões a partir dos dados, sem serem explicitamente programados.

Uma subcategoria do Aprendizado de Máquina é o Aprendizado Profundo (Deep Learning), que utiliza algoritmos chamados redes neurais artificiais, entre outros.

Essas redes conseguem aprender automaticamente características complexas dos dados e são especialmente eficazes em tarefas como visão computacional e processamento de linguagem natural.

O que são e para que servem os algorítimos?

Algoritmos são conjuntos de instruções ou regras lógicas bem definidas e organizadas, que descrevem um processo ou procedimento passo a passo para resolver um problema ou realizar uma tarefa específica.

Os algorítimos servem como a base fundamental de toda a computação, tendo sido aplicados em uma ampla variedade de áreas, abrangendo desde a matemática e ciência da computação até a engenharia, física, biologia e diversas outras disciplinas.

Desafios e impactos da IA na sociedade

O potencial da Inteligência Artificial (IA) para gerar mudanças e impactos sociais, tanto positivos quanto negativos, é inegável. Sua aplicação é praticamente ilimitada, abrangendo quase todos os campos de atividade humana, e seu desenvolvimento está em crescente aceleração, tornando urgente a consideração tanto de seus benefícios quanto de seus possíveis prejuízos.

De modo geral, os avanços tecnológicos costumam trazer melhorias em diversas áreas. Uma análise rápida nos permite observar o aumento da produtividade e eficiência, assim como a redução de custos, que podem impulsionar a prosperidade econômica.

Setores como o da saúde podem se beneficiar significativamente, tanto na pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos quanto em diagnósticos mais precisos.

O acesso a novas tecnologias, como carros autônomos, realidade virtual e assistentes virtuais, pode melhorar substancialmente a qualidade de vida das pessoas.

No entanto, é importante estar atento às mudanças significativas que podem ocorrer para minimizar possíveis impactos sociais negativos.

A automação de tarefas, à medida que aumenta a produtividade, também pode levar ao desemprego, à medida que funções antes desempenhadas por humanos são substituídas.

Além disso, devido à facilidade de produção e distribuição de informações, a IA pode amplificar vieses políticos e discriminação. Verificar a veracidade das informações comunicadas tem se tornado um desafio gradativo.

É fundamental que o aperfeiçoamento da inteligência artificial seja acompanhado de debates sobre suas implicações sociais, políticas e econômicas.

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Rafael C. Asth
Rafael C. Asth
Professor de Matemática licenciado, pós-graduado em Ensino da Matemática e da Física e Estatística. Atua como professor desde 2006 e cria conteúdos educacionais online desde 2021.