Invenção da Imprensa

A principal figura na revolução da imprensa é o alemão Johannes Gutenberg, que nasceu em 1395 e morreu em 1468.

Gutemberg, não “inventou a imprensa” – processo já conhecido há séculos no Oriente –, mas aperfeiçoou os métodos de divulgação por meio da criação da prensa e dos tipos móveis.

Assim, foi possível maior rapidez no processo de impressão dos livros, cuja tiragem aumentou e revolucionou os métodos de divulgação. O primeiro livro impresso neste método foi a Bíblia.

Gutenberg inventou os tipos móveis fundidos em metal em 1455, mas já existiam livros impressos na China e Japão em 1330, com tipos gravados em madeira.

No método de fundição dos tipos de metal, Gutenberg cominou seu conhecimento como mestre ourives. O processo consistia na fabricação de moldes-macho, também chamados de punções, patrizes ou mesmo carimbos.

Os moldes-macho eram fundidos em aço duro para serem usados na gravação de um molde macio, as matrizes feitas em cobre. O resultado eram os gilfos negativos. As peças eram fabricadas uma de cada vez.

Tendo a matriz pronta, a cavidade era preenchida por uma liga de chumbo e antimônio aquecida a 300 ºC, que era esfriada rapidamente, ficando absolutamente dura e permitindo o uso em diversas impressões.

Os tipos precisam ser guardados em caixas ordenadas que, ao serem utilizadas, eram colocadas sobre um instrumento denominado componedor, para a formação da linha de texto.

Tinta e papel para impressão

Além do tipo móvel feito em metal, Gutenberg também inventou a tinta e o papel específicos para impressão.

A tinta de secagem rápida era uma mistura de fuligem, resina e óleo de linhaça com elevada viscosidade para não atravessar o papel, cujo verso também seria impresso.

Para aplicar a tinta, Gutenberg confeccionou almofadas peculiares, forradas em couro de cachorro e recheadas com crina de cavalo.

Ele utilizou este método porque a pele do cão não tem poros – este animal transpira pelo focinho e língua. Desta maneira, a tinta não era absorvida pela almofada.

Quem foi Johannes Gutenberg?

Joannes Gutenberg nasceu em Mainz, na Alemanha, era o terceiro filho do comerciante Friele Gensf leish com sua segunda esposa, Else Wirichk zum Gutenberg. Ainda em Mainz, foi estagiário em uma oficina como ourives.

De reconhecida habilidade inventiva e comercial, trabalhou como ourives em Estrasburgo até os 40 anos de idade.

A família precisou migrar após um ataque contra a classe nobre em Maiz. Acredita-se que o conhecimento do processo motivou o investimento na confecção dos tipos metálicos para impressão.

Atuou também em uma fábrica de espelhos, empreendimento que não teve sucesso, embora tenha marcado a aplicação de conhecimentos para a fundição dos tipos metálicos.

Os experimentos com a impressão começaram em 1438. Somente em 1448, quando retorna a Mainz, o processo é acelerado pelo apoio financeiro de Johann Fust, que teria emprestado 1.600 florins no projeto de impressão da Bíblia.

Com os recursos emprestados por Fust, Gutenberg compra equipamentos específicos para o fabrico dos tipos metálicos.

A pesquisa e o trabalho na oficina duraram anos e até 1452, o inventor ainda não tinha meios para honrar a dívida com Fust, mas conseguiu uma renegociação do empréstimo.

Somente em 1455 teve êxito, mas enfrentou um processo judicial e perdeu seus negócios de impressão, que passaram às mãos do ex-sócio.

A Bíblia de Gutenberg

A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso com a utilização do método de tipos metálicos móveis inventado por Gutenberg.

A impressão da Bíblia é considerada um momento revolucionário momento da história humana, permitindo a popularização do conhecimento.

Foram impressos 180 exemplares, mas somente 49 estão guardados em vários museus até hoje. Um dos exemplares está na cidade natal do inventor, Mainz, na Alemanha.

A primeira Bíblia é uma obra dividida em dois volumes totalizando 1.282 páginas de 42 linhas cada uma. Por este motivo, o livro foi batizado de B-42.

Foram utilizados cerca de 3 milhões de caracteres no processo. Vinte operários colaboraram com a obra.

A invenção da tipografia móvel e a Igreja Católica

A melhoria no processo de impressão foi considerada uma benfeitoria pela Igreja Católica. Além da Bíblia, outros instrumentos poderiam ser impressos, como as cartas de indulgência em quantidades maiores.

Essas cartas eram recebidas pelos fiéis após pagamento para o livramento de penas e, até mesmo, do purgatório.

A Igreja tentou, contudo, barrar a popularização da imprensa e impediu a tradução da Bíblia para outras línguas que não fossem o latim.

O sacerdote inglês William Tyndale, do sul da Inglaterra, contudo, desafiou o clero e traduziu o livro para o inglês em 1521 em Antuérpia, na Bélgica. Tyndale foi queimado em uma fogueira.

A imprensa e a reforma protestante

Desafiando as determinações da Igreja Católica, o monge agostiniano Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão em 1534.

O texto foi traduzido para o alemão padrão e após o ato ocorreu a divisão da religião cristã, a reforma protestante.