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ENEMExercícios para o ENEM

Exercícios para o ENEM (179)

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ENEM 2014 : Literatura - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Sermão da Sexagésima


Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.

VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965

No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira questiona a eficácia das pregações. Para tanto, apresenta como estratégia discursiva sucessivas interrogações, as quais têm por objetivo principal
provocar a necessidade e o interesse dos fiéis sobre o conteúdo que será abordado no sermão.
conduzir o interlocutor à sua própria reflexão sobre os temas abordados nas pregações.

apresentar questionamentos para os quais a Igreja não possui respostas.

inserir argumentos à tese defendida pelo pregador sobre a eficácia das pregações.

questionar a importância das pregações feitas pela Igreja durante os sermões.

ENEM 2014 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

A escrita é uma tecnologia intelectual que vem auxiliar o trabalho biológico. É como uma nova memória, situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais necessário reter todos os relatos - este auxiliar cognitivo vem, portanto, relativizar a memória para que a mente humana possa desviar sua atenção consciente para outros recursos e faculdades.


Se é arriscado associar diretamente o surgimento da ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma, afirmar que a escrita deu impulso e desempenhou um papel fundamental na construção do discurso científico. O distanciamento possibilitado pela grafia no papel traz o registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento especulativo, o documentário de comprovações, a compilação de teorias e de paradigmas em torno dos quais as comunidades científicas vão se agrupar.


RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.


O advento da escrita como tecnologia intelectual está diretamente ligado a uma série de mudanças na forma de pensar e de construir o conhecimento nas sociedades. A partir do texto, constata-se que, na elaboração do discurso científico, a escrita

determinou de que modo a sociedade científica deveria se organizar para avançar.
possibilitou que os pesquisadores se distanciassem de informações presentes na memória.
permitiu que fossem documentados conceitos e saberes advindos de experiências realizadas.
facilitou que as informações ficassem armazenadas igualmente na memória e no papel.
consentiu que a atenção dos homens se desviasse para os saberes antigamente inalcançáveis.
ENEM 2014 : Literatura - Questões de Provas Anteriores do ENEM
O mulato


Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.

AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento)

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.

apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.

mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.

ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.

critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.
ENEM 2014 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Se observarmos o maxixe brasileiro, a beguine da Martinica, o danzón de Santiago de Cuba e o ragtime norte-americano, vemos que todos são adaptações da polca. A diferença de resultado se deve ao sotaque inerente à música de cada colonizador (português, espanhol, francês e inglês) e, em alguns casos, a uma maior influência da música religiosa.

CAZES, H. Choro: do quintal ao Municipal. São Paulo: Editora 34, 1998 (adaptado).

Além do sotaque inerente à música de cada colonizador e da influência religiosa, que outro elemento auxiliou a constituir os gêneros de música popular citados no texto?
A região da África de origem dos escravos, trazendo tradições musicais e religiosas de tribos distintas.
O relevo dos países, favorecendo o isolamento de comunidades, aumentando o número de gêneros musicais surgidos.
O conjunto de portos, que favorecem o trânsito de diferentes influências musicais e credos religiosos.
A agricultura das regiões, pois o que é plantado exerce influência nas canções de trabalho durante o plantio.
O clima dos países em questão, pois as temperaturas influenciam na composição e vivacidade dos ritmos.
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Sem flecha, na rima

O grupo de rap Brô MCs, criado no final de 2009, é formado pelos pares de irmãos (daí o “bro”, de brother) Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo, em Dourados, Mato Grosso do Sul.
— Desde o começo a gente não queria impor uma cultura estranha que invadisse a cultura indígena — afirma o produtor, chamando a atenção para o grande destaque do Brô MCs: as letras em língua indígena. Expressar-se em língua originária e fazer com que os jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma nativo é uma das motivações do grupo.
A dificuldade maior vem dos críticos, que não aceitam o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre incorpora novidades.
— “Mas índio cantando rap?”, tem gente que questiona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino].

BONFIM, E. Revista Língua Portuguesa, n. 81, jul. 2012 (adaptado)

Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a indagação “Mas índio cantando rap?” traduz um ponto de vista que evidencia
desqualificação dos indígenas como músicos, desmerecendo sua capacidade musical devido a sua cultura.
desvalorização da cultura rap em contrapartida às tradições musicais indígenas, motivo pelo qual os índios não devem cantar rap.
preconceito por parte de quem não concebe que os índios possam conhecer o rap e, menos ainda, cantar esse gênero musical.
equívoco por desconsiderar as origens culturais do gênero musical, ligadas ao contexto urbano.
entendimento do rap como um gênero ultrapassado em relação à linguagem musical dos indígenas.
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Entrevista — Tony Bellotto


A língua é rock


Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente de programa televisivo em que discute a língua portuguesa por meio da música


O que o atraiu na proposta de Afinando a Língua?


    No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que falasse de língua portuguesa usando a música como atrativo, principalmente, para os jovens. Com o passar do tempo, ele foi se transformando num programa sobre a linguagem usada em letras de música, no jornalismo, na literatura de ficção e na poesia. Como não sou um cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, e sempre participo de forma mais ativa do que como um mero apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo pessoal do Futura.


    Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua por meio das letras de música?


    Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens, porque as letras de música usam uma linguagem que é a do dia a dia, principalmente, dos jovens. A música é algo que lhes dá prazer e, didaticamente, pode fazer as vezes de algo que o aluno tem a noção de ser entediante — estudo da língua, sentar e abrir um livro. Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e sempre foi a ideia do programa.


Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento).


Os gêneros textuais são definidos por meio de sua estrutura, função e contexto de uso.Tomando por base a estrutura dessa entrevista, observa-se que

a organização em turnos de fala reproduz o diálogo que ocorre entre os interlocutores.
o tema e o suporte onde foi publicada justificam a ausência de traços da linguagem informal.
a ausência de referências sobre o entrevistado é uma estratégia para induzir à leitura do texto na íntegra.
o uso do destaque gráfico é um recurso de edição para ressaltar a importância do tema para o entrevistador.
o entrevistado é um especialista em abordagens educacionais alternativas para o ensino da língua portuguesa.
ENEM 2014 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Miss Universo: "As pessoas racistas devem procurar ajuda"

SÃO PAULO - Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a Janelle "Penny" Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trindad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificação geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações preconceituosas como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do anonimato de quem o criou, emitiu opiniões do tipo "Como alguém consegue achar uma preta bonita?" Após receber o título, a mulher mais linda do mundo - que tem o português como língua materna e também fala fluentemente o inglês - disse o que pensa de atitudes como essa e também sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados de Angola e de outros países.

COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set 2011 (adaptado)

O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto tem como finalidade

criticar o teor das informações fatuais até ali veiculadas.

questionar a validade das ideias apresentadas anteriormente.

comprovar a veracidade das informações expressas anteriormente.

introduzir argumentos que reforçam o que foi dito anteriormente.

enfatizar o contrassenso entre o que é dito antes e o que vem em seguida.

ENEM 2014 : Literatura - Questões de Provas Anteriores do ENEM

Cena


O canivete voou

E o negro comprado na cadeia

Estatelou de costas

E bateu coa cabeça na pedra


ANDRADE, O. Pau-brasil. São Paulo: Globo, 2001.


O Modernismo representou uma ruptura com os padrões formais e temáticos até então vigentes na literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que caracteriza o poema Cena como modernista é o(a)

construção linguística por meio de neologismo.

estabelecimento de um campo semântico inusitado.

configuração de um sentimentalismo conciso e irônico.

subversão de lugares-comuns tradicionais.

uso da técnica de montagem de imagens justapostas.

ENEM 2014 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
A leitura nos tempos do e-book

Não é só nas bibliotecas e livrarias que se encerra o conhecimento. A internet, por meio de seu infinito conteúdo, e através de sites como Domínio Público e muitos outros similares, demonstra as transformações ocorridas na disponibilização de obras literárias ou de todas as outras áreas. Sites, como o citado acima, contêm arquivos com textos digitalizados dos mais variados autores, dos clássicos aos contemporâneos. Antes, esse conteúdo todo só seria passível de consulta em suporte material. O suporte virtual, também conhecido como e-book, é, digamos, semimaterial, pois nos põe em contato com o texto através do computador, mas não nos põe o livro nas mãos, a não ser que queiramos imprimir o texto digital.

Nossa geração passa por um período de transição lento que transformará profundamente o hábito da leitura. Paradoxalmente, a alta velocidade com que se proliferam as informações faz com que também seja aumentada a nossa velocidade de captação dessas informações, ou seja, aos poucos e de modo geral a leitura vai ficando cada vez mais fragmentada. Isso já apresenta reflexos no modo como lemos os diversos textos contidos em revistas, jornais ou internet, e igualmente na produção literária contemporânea.

Disponível em: www.tecnosapiens.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).

A criação dos e-books oferece vantagens e facilidades para a leitura. No texto, ressalta-se a influência desse meio virtual, sobretudo no contexto atual, pois
as livrarias e bibliotecas estão se tornando lugares pouco atrativos para os leitores, uma vez que os livros impressos estão em desuso.

a semimaterialidade dos e-books garante maior interação entre o leitor e o texto.

os e-books possibilitam maior difusão da leitura, tendo em vista a velocidade e a dinamicidade da informação.
as obras clássicas e contemporâneas ficaram gratuitas, devido às digitalizações propiciadas com o surgimento da internet.
a velocidade de proliferação e captação de informações transforma a leitura fragmentada em uma solução para o acesso às obras.
ENEM 2014 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

O termo Foco equivale ao ponto de concentração I do ator. O nível de concentração é determinado pelo envolvimento com o problema a ser solucionado. Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo de Guerra: o Foco desse jogo reside em dar realidade ao objeto, que nesse caso é a corda imaginária. A dupla de jogadores no palco mobiliza toda sua atenção e energia para dar realidade à corda. Quando a concentração é plena, a dupla sai do jogo com toda evidência de ter realmente jogado o Cabo de Guerra — sem fôlego, com dor nos músculos do braço etc. A plateia observa em função do Foco.


KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990.


De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso do foco da cena teatral permite

transformar um objeto imaginário em um objeto concreto, produzindo sobre o espectador uma sensação igual à que ele teria em um espetáculo de mágica.
produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento dos atores, imagens e/ou situações capazes de ativar seu imaginário e seu conhecimento de mundo.
provocar efeito físico no ator, o que lhe confere a certeza de que seu corpo foi trabalhado adequadamente para a produção da cena.
acionar no ator a atenção a múltiplas ações que ocorrem concomitantemente, tornando-o mais disponível para a atuação em cena.
determinar uma única leitura da ação proposta, explicitando qual entendimento o espectador deve ter da cena.