Falácia
Falácia é um raciocínio que parece lógico e verdadeiro, porém existe alguma falha que o faz ser falso.
A falácia foi um recurso utilizado por Aristóteles, pela Escolástica, pela Demagogia e serve como figura de linguagem em discursos e temas argumentativos.
Significado
A palavra tem origem no termo em latim “fallacia”, aquilo que engana ou ilude. Desta forma, falácia será algo enganoso.
As falácias são construídas por raciocínios aparentemente corretos que levam à falsas conclusões. Este tipo de argumento está muito presente nos textos dissertativos.
Falácia do Espantalho
A falácia do espantalho consiste em deturpar um argumento e assim utilizá-lo para atacar o interlocutor.
Exemplo:
Maria: É preciso repensar a política de combate às drogas.
Pedro: Lá vem esse pessoal dizer que o melhor é liberar as drogas.
Maria afirma que é preciso repensar o modo com que se luta contra os entorpecentes. Pedro, porém, já interpreta o argumento como se ela tivesse dito que o melhor seria liberar qualquer tipo de substância ilícita.
Se uma pessoa desconhece a fala de Maria pensará que ela defende a liberação das drogas, algo que em nenhum momento foi dito por ela.
Falácia ad hominem
Esta falácia tem como intuito atacar a pessoa que enunciou o argumento. Por isso, é considerada ad hominen, expressão em latim que significa contra o homem.
Exemplo: X: Sou a favor do casamento gay.
Y: Só mesmo um ignorante como você poderia ser a favor disso.
Observe que Y não busca refutar o argumento em si, "casamento gay", mas parte para uma agressão contra X, chamando-o de ignorante.
Falácia do Escocês
Consiste em apresentar um argumento e seu contra-argumento. Desta forma, o argumento inicial se torna inválido.
Todo verdadeiro escocês gosta de uísque
Meu pai é escocês e não gosta de uísque.
Logo, seu pai não é um verdadeiro escocês.
A premissa para ser um "verdadeiro escocês" é gostar de uísque e quem não compartilha desta opinião estará naturalmente excluído de ser um "verdadeiro escocês".
Aqui temos um caso de premissas que podem levar à conclusões equivocadas como vemos com Aristóteles.
Falácia da Derrapagem (ou Bola de Neve)
A partir de um fato, o interlocutor sempre o aumenta a fim de acabar com o argumento proposto.
Exemplo: Se legalizamos o consumo da maconha todos vão querer experimentá-la, em pouco tempo estarão viciados e a sociedade se transformará em um bando de zumbis drogados vagando pelas ruas.
Sem qualquer comprovação factual ou científica, exagera-se o fato da legalização da maconha estendendo seu consumo à toda sociedade.

Tipos de Falácia
Além dos exemplos de falácias acima há outros tipos que aparecem constantemente nos discursos políticos, líderes que apelam à demagogia, e conversas cotidianas.
Eis algumas delas:
Apelação à ignorância
Neste caso, queremos que se aceite uma conclusão por não se encontrar provas em contra ao argumento.
Exemplos: Existem fantasmas na casa de Pedro.
Ninguém pode contestar esta afirmação porque não é possível provar, concretamente, a existência dos fantasmas.
Composição
Consiste em atribuir características próprias de um elemento ao todo que se integra.
Exemplo: João joga muito bem futebol e assim seu time ganhará sempre.
O fato de João jogar bem, não significa que toda sua equipe também fará o mesmo.
Divisão
Ao contrário da composição, consiste em dar características do todo apenas um elemento.
Exemplo: O Barcelona é o melhor time do mundo e João será um ótimo jogador ali.
Neste caso, não basta que o Barcelona seja uma ótima equipe para fazer um indivíduo ser um bom atleta ali. Muitas vezes é exatamente o contrário.
Leia mais:
BEZERRA, Juliana. Falácia. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/falacia/. Acesso em: