Exercícios para o ENEM (217)
Foram encontradas 6013 questões
Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito...
Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito dinheiro, precisava casar, mas casar com uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que se encontra mais vergonha e menos bandalheira. Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples, sem essa tendência fatal das mulheres modernas para o adultério, uma menina que até chorava na aula simplesmente por não ter respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga assim era um caso esporádico, uma verdadeira exceção no meio de uma sociedade roída por quanto vício há no mundo. Ia concluir o curso, e, quando voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso. A Maria do Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha, mas inocente...
CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 maio 2016.
Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do romance de Adolfo Caminha, de 1893, identifica e destaca nos personagens um(a)
compleição moral condicionada ao poder aquisitivo.
temperamento inconstante incompatível com a vida conjugal.
formação intelectual escassa relacionada a desvios de conduta.
laço de dependência ao projeto de reeducação de inspiração positivista.
sujeição a modelos representados por estratificações sociais e de gênero.
TEXTO III A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a...

TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do
que a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo,
pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as
coisas. O famoso artista francês Rodin, no seu livro
L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de
um cavalo em diversos quadros, apesar de seu grande
realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo
do animal é fotografado em diferentes posições, mas
ele não parece estar galopando: “na imagem científica
[fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”.
Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo
apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma maneira
original de perceber a relação entre a arte e a técnica,
porque o(a)
fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua representação.
esse cão que me segue é minha família, minha vida ele tem frio mas...
esse cão que me segue
é minha família, minha vida
ele tem frio mas não late nem pede
ele sabe que o que eu tenho
divido com ele, o que eu não tenho
também divido com ele
ele é meu irmão
ele é que é meu dono
bicho se é por destino sina ou sorte
só faltando saber se bicho decente
bicho de casa, bicho de carro, bicho
no trânsito, se bicho sem norte na fila
se bicho no mangue, se bicho na brecha
se bicho na mira, se bicho no sangue
catar papel é profissão, catar papel
revela o segredo das coisas, tem
muita coisa sendo jogada fora
muita pessoa sendo jogada fora
OLIVEIRA, V. L. O músculo amargo do mundo. São Paulo: Escrituras, 2014.
No poema, os elementos presentes do campo de percepção do eu lírico evocam um realinhamento de significados, uma vez que
emerge a consciência do humano como matéria de descarte.
reside na eventualidade do acaso a condição do indivíduo.
ocorre uma inversão de papéis entre o dono e seu cão.
se instaura um ambiente de caos no mosaico urbano.
se atribui aos rejeitos uma valorização imprevista.
Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas cariocas fossem...
Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros: acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas razões para considerarmos as favelas um modelo urbano viável, merecedor de investimentos infraestruturais em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios problemas, elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje. Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso. As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno e sua história se confunde com a formação do Brasil.
CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí, n. 67, abr. 2012.
Os enunciados que compõem os textos encadeiam-se por meio de elementos linguísticos que contribuem para construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação semântica que ocorre em
“[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros [...].”
“[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente [...].”
“Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso.”
“As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno [...].”
TEXTO II Os artistas, liberados do peso da história, ficavam livres...

TEXTO II
Os artistas, liberados do peso da história, ficavam livres para fazer arte da maneira que desejassem ou mesmo sem nenhuma finalidade. Essa é a marca da arte contemporânea, e não é para menos que, em contraste com o Modernismo, não existe essa coisa de estilo contemporâneo.
DANTO, A. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Odysseus, 2006.
A obra de Ernesto Neto revela a liberdade de criação
abordada no texto ao
destacar o papel da arte na valorização da sustentabilidade.
romper com a estrutura dos referenciais estéticos contemporâneos.
envolver o espectador ao promover sua interação com a obra.
reproduzir no espaço da galeria um fragmento da realidade.
utilizar a linearidade de estilos artísticos anteriores.
Olhando o gavião no telhado, Hélio fala: — Esta noite eu sonhei um...
Olhando o gavião no telhado, Hélio fala:
— Esta noite eu sonhei um sonho engraçado.
— Como é que foi? — pergunta o pai.
— Quer dizer, não é bem engraçado não. É sobre uma casa de joão-de-barro que a gente descobriu ali no jacarandá.
— A gente, quem?
— Eu mais o Timinho.
— O que tinha dentro?
— Um ninho.
— Vazio?
— Não.
— Tinha ovo?
— Tinha.
— Quantos? — pergunta a mãe.
Hélio fica na dúvida. Não consegue lembrar direito.
Todos esperam, interessados. Na maior aflição, ele pergunta ao irmão mais novo:
— Quantos ovos tinha mesmo, Timinho? Ocê lembra?
ROMANO, O. O ninho. In: Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Esse texto pertence ao gênero textual caso ou “causo”, narrativa popular que tem o intuito de
contar histórias do universo infantil.
relatar fatos do cotidiano de maneira cômica.
retratar personagens típicos de uma região.
registrar hábitos de uma vida simples.
valorizar diálogos em família
Cores do Brasil Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro...
Cores do Brasil
Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro lançado em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja proposta é ser publicação informativa sobre nomes do “movimento arte naïf do Brasil”, como define o autor. Trata-se de um caminho estético fundamental na arte brasileira, assegura Ardies. O termo em francês foi adotado por designar internacionalmente a produção que no Brasil é chamada de arte popular ou primitivismo, esclarece Ardies. O organizador do livro explica que a obra não tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta muita gente. São muitos artistas”, observa. A nova edição veio da vontade de atualizar informações publicadas há 26 anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte naïf no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do Brasil.
WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado).
O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse trecho predomina o uso da sequência
injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do organizador do livro.
argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos sobre o livro.
narrativa, construída pelo uso de discurso direto e indireto.
descritiva, formada com base em dados editoriais da obra.
expositiva, composta por informações sobre a arte naïf.
Reclame se o mundo não vai bem a seus olhos, use lentes... ou...
Reclame
se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes ...
ou transforme o mundo.
ótica olho vivo
agradece a preferência.
CHACAL. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 14 ago. 2014.
Os gêneros podem ser híbridos, mesclando características de diferentes composições textuais que circulam socialmente. Nesse poema, o autor preservou, do gênero publicitário, a seguinte característica:
Extensão do texto.
Emprego da injunção.
Apresentação do título.
Disposição das palavras.
Pontuação dos períodos.
A imagem reproduz a instalação da paulista Lina Kim, apresentada na...

A imagem reproduz a instalação da paulista Lina Kim,
apresentada na 25ª Bienal de São Paulo em março
de 2002. Nessa obra, a artista se utiliza de elementos
dispostos num determinado ambiente para propor que o
observador reconheça o(a)
recusa à representação dos problemas sociais.
questionamento do que seja razão.
esgotamento das estéticas recentes.
processo de racionalização inerente à arte contemporânea.
ruptura estética com movimentos passados.
Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com suas canções...
Filha do compositor Paulo Leminski lança disco
com suas canções
“Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições
do poeta
Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha infância foi música, música, música”, responde veementemente, lembrando que, antes de poeta, Leminski era compositor.
Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter sol, com 13 composições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11 parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes Moreira.
BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 22 ago. 2014 (adaptado).
Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comunicativas. Esse texto enquadra-se no gênero
biografia, por fazer referência à vida da artista
relato, por trazer o depoimento da filha do artista.
notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do disco.
resenha, por apresentar as características do disco.
reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista.