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ENEMExercícios para o ENEM

Exercícios para o ENEM (313)

Foram encontradas 6013 questões

ENEM 2021 : História - Questões de Provas Anteriores do ENEM

No anúncio publicado na segunda metade do século XIX, qual a estratégia de resistência escrava apresentada?

Criação de relações de trabalho.

Fundação de territórios quilombolas.

Suavização da aplicação de normas.

Regularização das funções remuneradas.

Constituição de economia de subsistência.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Introdução a Alda

    Dizem que ninguém mais a ama. Dizem que foi uma boa pessoa. Sua filha de doze anos não a visita nunca e talvez raramente se lembre dela. Puseram-na numa cidade triste de uniformes azuis e jalecos brancos, de onde não pôde mais sair. Lá, todos gritam-lhe irritados, mal se aproxima, ou lhe batem, como se faz com sacos de areia para treinar os músculos.

    Sei que para todos ela já não é, e ninguém lhe daria uma maçã cheirosa, bem vermelha. Mas não é verdade que alguém não a possa mais amar. Eu amo-a. Amo-a quando a vejo por trás das grades de um palácio, onde se refugiou princesa, chegada pelos caminhos da dor. Quando fora do reino sente o mundo de mil lanças, e selvagem prepara- -se, posta no olhar. Amo-a quando criança brinca na areia sem medo. Uns pés descalços, uma mulher sem intenções. Cercada de mundo, às vezes sofrendo-o ainda.


CANÇADO, M. L. O sofredor do ver. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
Ao descrever uma mulher internada em um hospital psiquiátrico, o narrador compõe um quadro que expressa sua percepção

irônica quanto aos efeitos do abandono familiar.

resignada em face dos métodos terapêuticos em vigor.

alimentada pela imersão lírica no espaço da segregação.

inspirada pelo universo pouco conhecido da mente humana.

demarcada por uma linguagem alinhada à busca da lucidez.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
O pavão vermelho

Ora, a alegria, este pavão vermelho,

está morando em meu quintal agora.

Vem pousar como um sol em meu joelho

quando é estridente em meu quintal a aurora.

Clarim de lacre, este pavão vermelho

sobrepuja os pavões que estão lá fora.

É uma festa de púrpura. E o assemelho

a uma chama do lábaro da aurora.

É o próprio doge a se mirar no espelho.

E a cor vermelha chega a ser sonora

neste pavão pomposo e de chavelho.

Pavões lilases possuí outrora.

Depois que amei este pavão vermelho,

os meus outros pavões foram-se embora.


COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual de Cultura, 2001.
Na construção do soneto, as cores representam um recurso poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico

revela a intenção de isolar-se em seu espaço.

simboliza a beleza e o esplendor da natureza.

experimenta a fusão de percepções sensoriais.

metaforiza a conquista de sua plena realização.

expressa uma visão de mundo mística e espiritualizada.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM
Se for possível, manda-me dizer:

— É lua cheia. A casa está vazia —

Manda-me dizer, e o paraíso

Há de ficar mais perto, e mais recente

Me há de parecer teu rosto incerto.

Manda-me buscar se tens o dia

Tão longo como a noite. Se é verdade

Que sem mim só vês monotonia.

E se te lembras do brilho das marés

De alguns peixes rosados Numas águas

E dos meus pés molhados, manda-me dizer:

— É lua nova —

E revestida de luz te volto a ver.


HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.
Falando ao outro, o eu lírico revela-se vocalizando um desejo que remete ao

ceticismo quanto à possibilidade do reencontro.

tédio provocado pela distância física do ser amado.

sonho de autorrealização desenhado pela memória.

julgamento implícito das atitudes de quem se afasta.

questionamento sobre o significado do amor ausente.

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Falso moralista


Você condena o que a moçada anda fazendo

e não aceita o teatro de revista

arte moderna pra você não vale nada

e até vedete você diz não ser artista


Você se julga um tanto bom e até perfeito

Por qualquer coisa deita logo falação

Mas eu conheço bem o seu defeito

e não vou fazer segredo não


Você é visto toda sexta no Joá

e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar

Fim de semana você deixa a companheira

e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira


Segunda-feira chega na repartição

pede dispensa para ir ao oculista

e vai curar sua ressaca simplesmente

Você não passa de um falso moralista


NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979.
As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas

“falação” e “pros bailes”.

“você” e “teatro de revista”.

“perfeito” e “Carnaval”.

“bebe bem” e “oculista”.

“curar” e “falso moralista”.

ENEM 2021 : Língua Portuguesa - Questões de Provas Anteriores do ENEM

Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 4 dez. 2018.

A obra, da década de 1960, pertencente ao movimento artístico Pop Art, explora a beleza e a sensualidade do corpo feminino em uma situação de divertimento. Historicamente, a sociedade inventou e continua reinventando o corpo como objeto de intervenções sociais, buscando atender aos valores e costumes de cada época. Na reprodução desses preceitos, a erotização do corpo feminino tem sido constituída pela

realização de exercícios físicos sistemáticos e excessivos.

utilização de medicamentos e produtos estéticos.

educação do gesto, da vontade e do comportamento.

construçãodeespaçosparavivênciadepráticascorporais.

promoção de novas experiências de movimento humano no lazer.

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A sequência dos quadrinhos conjuga lirismo e violência ao

sugerir a impossibilidade de manutenção dos afetos.

revelar os corpos marcados pela brutalidade colonial.

representar o abatimento diante da desumanidade vivida.

acentuar a resistência identitária dos povos escravizados.

expor os sujeitos alijados de sua ancestralidade pelo exílio.

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Singular ocorrência

    — Há ocorrências bem singulares. Está vendo aquela dama que vai entrando na igreja da Cruz? Parou agora no adro para dar uma esmola.

      — De preto?
    
      — Justamente; lá vai entrando; entrou.

    — Não ponha mais na carta. Esse olhar está dizendo que a dama é uma recordação de outro tempo, e não há de ser muito tempo, a julgar pelo corpo: é moça de truz.

      — Deve ter quarenta e seis anos.

    — Ah! conservada. Vamos lá; deixe de olhar para o chão e conte-me tudo. Está viúva, naturalmente?

      — Não.

      — Bem; o marido ainda vive. É velho?

      — Não é casada.

      — Solteira?

    — Assim, assim. Deve chamar-se hoje D. Maria de tal. Em 1860 florescia com o nome familiar de Marocas. Não era costureira, nem proprietária, nem mestra de meninas; vá excluindo as profissões e chegará lá. Morava na Rua do Sacramento. Já então era esbelta, e, seguramente, mais linda do que hoje; modos sérios, linguagem limpa.


ASSIS, M. Machado de Assis: seus 30 melhores contos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1961.
No diálogo, descortinam-se aspectos da condição da mulher em meados do século XIX. O ponto de vista dos personagens manifesta conceitos segundo os quais a mulher

encontra um modo de dignificar-se na prática da caridade.

preserva a aparência jovem conforme seu estilo de vida.

condiciona seu bem-estar à estabilidade do casamento.

tem sua identidade e seu lugar referendados pelo homem.

renuncia à sua participação no mercado de trabalho.

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TEXTO I
HAZOUMÉ, R. Nanawax. Plástico e tecido. Galerie Gagosian, 2009.
Disponível em: www.actuart.org. Acesso em: 19 jun. 2019.
TEXTO II
As máscaras não foram feitas para serem usadas; elas se concentram apenas nas possibilidades antropomórficas dos recipientes plásticos descartados e, ao mesmo tempo, chamam a atenção para a quantidade de lixo que se acumula em quase todas as cidades ou aldeias africanas.
FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).
Romuald Hazoumé costuma dizer que sua obra apenas manda de volta ao oeste o refugo de uma sociedade de consumo cada vez mais invasiva. A obra desse artista africano que vive no Benin denota o(a)

empobrecimento do valor artístico pela combinação de diferentes matérias-primas.

reposicionamento estético de objetos por meio da mudança de função.

convite aos espectadores para interagir e completar obras inacabadas.

militância com temas da ecologia que marcam o continente africano.

realidade precária de suas condições de produção artística.

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A volta do marido pródigo


      — Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?

      — Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. […]

      Lá além, Generoso cotuca Tercino:

   — […] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega, ainda é todo enfeitado e salamistrão!…

    — Que é que hei de fazer, seu Marrinha… Amanheci com uma nevralgia… Fiquei com cisma de apanhar friagem…

     — Hum…

    — Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e ainda faço este povo trabalhar…

     […]

    Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de pular para trás, para que a laje lhe não esmagasse um pé. Pragueja:

      — Quem não tem brio engorda!

      — É… Esse sujeito só é isso, e mais isso… — opina Sidu.

   — Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo… — diz Correia, suspirando e retomando o enxadão. — “P’ra uns, as vacas morrem … p’ra outros até boi pega a parir…”.

     Seu Marra já concordou:

    — Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu aponto o dia todo. Que é a última vez!… E agora, deixa de conversa fiada e vai pegando a ferramenta!


ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
Esse texto tem importância singular como patrimônio linguístico para a preservação da cultura nacional devido

à menção a enfermidades que indicam falta de cuidado pessoal.

à referência a profissões já extintas que caracterizam a vida no campo.

aos nomes de personagens que acentuam aspectos de sua personalidade.

ao emprego de ditados populares que resgatam memórias e saberes coletivos.

às descrições de costumes regionais que desmistificam crenças e superstições.