Sistema Imunológico

Eduardo Barcelos
Revisão por Eduardo Barcelos
Professor de Biologia

O sistema imunológico, sistema imune ou imunitário é um conjunto de elementos existentes no corpo humano.

Esses elementos interagem entre si e têm como objetivo defender o corpo contra doenças, vírus, bactérias, micróbios e outros.

O sistema imunológico humano serve como uma proteção, um escudo ou uma barreira que nos protege de seres indesejáveis, os antígenos, que tentam invadir o nosso corpo. Assim, representa a defesa do corpo humano.

Resposta imune

tipos de imunidades
Tipos de respostas imunes do organismo

O processo de defesa do corpo através do sistema imunológico é chamado de resposta imune.

Existem dois tipos de respostas imunes:

  • imunidade inata, natural ou não específica
  • imunidade adquirida, adaptativa ou específica

Imunidade inata, natural ou não específica

A imunidade inata ou natural é a nossa primeira linha de defesa. Esse tipo de imunidade já nasce com a pessoa, representada por barreiras físicas, químicas e biológicas.

Veja no quadro a seguir quais são e como elas atuam na defesa do nosso organismo.

Barreira Ação no organismo
Pele É a principal barreira que o corpo tem contra agentes patogênicos.
Cílios Ajudam a proteger os olhos, impedindo a entrada de pequenas partículas e em alguns casos até pequenos insetos.
Lágrima Faz a limpeza e lubrificação dos olhos ajudando a proteger o globo ocular de infecções.
Muco E um fluído produzido pelo organismo que tem a função de impedir que microrganismos entrem no sistema respiratório, por exemplo.
Plaquetas Atuam na coagulação do sangue que, diante de um ferimento, por exemplo, elas produzem uma rede de fios para impedir a passagem das hemácias reter o sangue.
Saliva Ela possui uma substância que mantém a lubrificação da boca e ajuda a proteger contra vírus que podem invadir os órgãos do sistema respiratório e digestivo.
Suco gástrico É um líquido produzido pelo estômago que atua no processo de digestão dos alimentos. Devido sua acidez elevada, ele impede a proliferação de microrganismos.
Suor Possui ácidos graxos que ajudam a pele a impedir a entrada de fungos pela pele.

A imunidade nata também é representada pelas células de defesa, como leucócitos, neutrófilos e macrófagos, que está descrita logo abaixo.

Os principais mecanismos da imunidade inata são fagocitose, liberação de mediadores inflamatórios e ativação de proteínas.

Se a imunidade inata não funciona ou não é suficiente, a imunidade adquirida entra em ação.

Imunidade adquirida, adaptativa ou específica

A imunidade adaptativa é a defesa adquirida ao longo da vida, tais como anticorpos e vacinas.

Constitui mecanismos desenvolvidos para expor as pessoas com o objetivo de fazer evoluir as defesas do corpo. A imunidade adaptativa age diante de algum problema específico.

Por isso, depende da ativação de células especializadas, os linfócitos.

Existem dois tipos de imunidade adquirida:

  • Imunidade humoral: depende do reconhecimento dos antígenos, através dos linfócitos B.
  • Imunidade celular: mecanismo de defesa mediado por células, através dos linfócitos T.

Etapas da Imunidade adquirida

A resposta imunológica adquirida envolve mecanismos de defesa específicos, ativados quando o organismo entra em contato com um antígeno.

Esse tipo de imunidade acontecerá em duas etapas, chamadas de resposta imunológica, resultado do primeiro contado com o antígeno, e resposta imunológica secundária, quando o organismo já teve contato prévio com esse mesmo agente.

A seguir, explicamos cada uma dessas respostas de forma detalhada.

Resposta imunológica primária

Quando temos o primeiro contato com um antígeno (como um vírus ou bactéria), as primeiras células a atuarem são os macrófagos (nos tecidos) e monócitos (no sangue), reconhecendo, englobando e digerindo esses invasores através da fagocitose. Depois de destruídos, partes dos antígenos são apresentadas pelos macrófagos a outras células do sistema imune, que darão continuidade ao combate.

Os fragmentos apresentados ativam os linfócitos T CD4+ (também chamados de linfócitos T helper), que são responsáveis por coordenar a resposta imune. Uma vez ativados, esses linfócitos estimulam duas frentes de defesa:

a ativação dos linfócitos B, que se transformam em plasmócitos e começam a produzir anticorpos específicos contra o antígeno invasor. Estes anticorpos inativam os antígenos em nosso corpo. (Imunidade humoral);

a ativação dos linfócitos T CD8+ (também chamados de linfócitos T citotóxicos ou killer), que reconhecem e destroem células do corpo que foram infectadas por vírus ou que apresentam alterações em função do antígeno. (Imunidade celular).

Ao final deste processo, as células que atuaram no combate ao antígeno (linfócitos B e linfócitos T CD8+) se transformam em células de memória, que ficam "guardadas" no sistema imunológico para reconhecer esse mesmo antígeno mais rapidamente em futuros contatos, possibilitando que ocorra a resposta imunológica secundária.

Resposta imunológica primária.

Resposta imunológica secundária

Quando o mesmo antígeno volta a infectar nosso corpo, as células de memória são rapidamente ativadas e começam a atuar no combate ao invasor. Isso ocorre, pois já são especializadas e podem iniciar uma nova resposta imune de forma mais rápida, intensa e eficiente. Os linfócitos B produzem uma quantidade maior de anticorpos em menor tempo, e os linfócitos T CD8+ respondem mais rapidamente às células infectadas.

Comparativamente, a resposta imunológica secundária é mais eficiente que a primária por responder ao invasor em um tempo mais curto, produzir mais anticorpos e ser mais duradoura, uma vez que a concentração de anticorpos se mantém alta por muito tempo.

Tabela de resposta imunológica primária e secundária.

O conhecimento sobre os mecanismos das repostas imunológicas permitiu à medicina o desenvolvimento das vacinas.

As vacinas simulam a primeira exposição ao antígeno, preparando o organismo para uma resposta mais eficaz em casos de infecção real.

Essa memória imunológica é uma das maiores vantagens da imunidade adquirida e base fundamental das estratégias de vacinação na prevenção de doenças.

Células e órgãos

O sistema imunológico humano é formado por diversos tipos de células e órgãos, que são divididos da seguinte forma:

Sistema imunológico.

Conheça abaixo detalhes como cada uma dessas células e órgãos atuam na defesa do organismo.

Células

As células de defesa do organismo são chadas de leucócitos ou glóbulos brancos e são classificadas de acordo com suas características e funções, segundo a tabela abaixo.

Tabela de células de defesa do organismo com suas características e funções.

Órgãos

Sistema imunológico
Órgãos do sistema imunológico

Os órgãos do sistema imunológico são divididos em órgãos imunitários primários e secundários.

órgãos sistema imunológico
Órgãos do sistema imunológico

Órgãos imunitários primários

Nestes órgãos ocorre a produção dos linfócitos:

  • Medula óssea: tecido mole que preenche o interior dos ossos. Local de produção dos elementos figurados do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas.
  • Timo: glândula localizada na cavidade torácica, no mediastino. Sua função é o promover o desenvolvimento dos linfócitos T.

Leia também sobre:

Órgãos imunitários secundários

Nestes órgãos é iniciada a resposta imune:

  • Linfonodos: pequenas estruturas formadas por tecido linfoide, que se encontram no trajeto dos vasos linfáticos e estão espalhadas pelo corpo. Eles realizam a filtragem da linfa.
  • Baço: filtra o sangue, expondo-o aos macrófagos e linfócitos que, através da fagocitose, destroem partículas estranhas, microrganismos invasores, hemácias e demais células sanguíneas mortas.
  • Tonsilas: constituídas por tecido linfoide, ricas em glóbulos brancos.
  • Apêndice: pequeno órgão linfático, com grande concentração de glóbulos brancos.
  • Placas de Peyer: acúmulo de tecido linfoide que está associado ao intestino.

Sistema imunológico baixo

Quando o sistema imunológico não funciona adequadamente, ele diminui a sua capacidade de defender o nosso corpo.

Assim, ficamos mais vulneráveis às doenças, tais como amigdalites ou estomatites, candidíase, infecções na pele, otites, herpes, gripes e resfriados.

Para fortalecer o sistema imunológico e evitar problemas com baixa imunidade, é preciso atenção especial com a alimentação. Algumas frutas ajudam no aumento da imunidade, como a maçã, laranja e kiwi, que são frutas cítricas. A ingestão de ômega 3 também é um aliado para o sistema imunológico.

É importante, ainda, praticar exercícios, beber água e tomar sol com moderação.

Para praticar: Exercícios sobre o sistema imunológico (com gabarito)

Para saber mais, leia também: Sistemas do Corpo Humano

Como funciona o SISTEMA IMUNOLÓGICO (Resumão) Ver no YouTube

Referências Bibliográficas

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna: volume único. São Paulo: Moderna, 2006. 839 p.

HALL, J. E.; GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.

Eduardo Barcelos
Revisão por Eduardo Barcelos
Professor de Biologia licenciado pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie e mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais pela UNESP de Rio Claro.
Juliana Diana
Edição por Juliana Diana
Licenciada em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO) em 2007. Pós-graduada em Informática na Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2010. Doutora em Gestão do Conhecimento pela UFSC em 2019.