Bandeirantes: quem foram e os principais nomes
Os “Bandeirantes”, também chamados “Sertanistas”, foram os exploradores pioneiros a desbravar os sertões brasileiros, entre os séculos XVI e XVIII.
Por norma, eram descendentes diretos de europeus, sobretudo portugueses e foram responsáveis por expandir e conquistar os limites do território brasileiro.
Os bandeirantes aumentaram as fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Tordesilhas, ajudando a aumentar o mapa do Brasil para como conhecemos hoje.
Principais Bandeirantes
Os mais conhecidos bandeirantes foram:
- Fernão Dias Pais;
- Manuel Borba Gato;
- Domingo Jorge Velho;
- Antônio Raposo Tavares;
- Bartolomeu Bueno da Veiga;
- Jerônimo Leitão.
São Paulo e os Bandeirantes
De partida, vale ressaltar que os bandeirantes se concentraram no atual estado de São Paulo, por onde sua passagem gerou inúmero de vilas, que viraram cidades.
Usando o rio Tietê e seus afluentes, eles eram capazes de cruzar as densas florestas que separavam o litoral do planalto.
Sua ação transformou São Paulo num entreposto avançado, logo após a Serra do Mar, ligando São Vicente no litoral com o interior da colônia.
Contexto Histórico
A União Ibérica e as invasões holandesas: a ação dos bandeirantes
A partir da segunda metade do século XVI, com a união das coroas ibéricas, já se organizavam as Bandeiras que adentravam o território brasileiro para conter os ataques indígenas.
Contudo, a partir de 1595, a escravização destes estava proibida pela corte na colônia.
Por sua vez, no século XVII, os holandeses tomam o controle dos mercados africanos, tornando a mão de obra negra escassa e levando à escravização do índio, muitas vezes com o aval da metrópole.
Os bandeirantes contra os jesuítas
Por este motivo, os paulistas irão atacar as missões jesuíticas durante décadas, capturando índios já catequizados e “domesticados” para o trabalho.
Foi com essa intenção a bandeira organizada por Dom Francisco de Sousa em 1605, parte com mais de 270 portugueses para caçar índios.
Em 1628, uma grande ofensiva de bandeirantes (mais de novecentos brancos e 3000 índios) expulsa definitivamente os jesuítas e capturam milhares de índios nas missões.
No ano de 1632, esse fato se repete com a captura de milhares de guaranis na Vila do Espírito Santo.
O fim da União Ibérica e a descoberta de ouro pelos bandeirantes
A partir de 1640, com o fim da União Ibérica, os bandeirantes irão auxiliar na expulsão dos holandeses.
Vinte anos depois, eles já estavam no alto Tocantins, no sul de Mato Grosso, no centro de Goiás, no Piauí, na Bolívia, Uruguai e norte do Paraguai.
Isso sem mencionar o território de Minas, onde foi descoberto ouro em 1690.
Em 1695, Domingos Jorge Velho destrói o Quilombo dos Palmares. Alguns anos depois, em 1707, os bandeirantes paulistas se envolvem na Guerra dos Emboabas, sendo derrotados por portugueses e migrantes de outros territórios da colônia.
No ano de 1748, os bandeirantes já haviam se estabelecido nas capitanias de Goiás e de Mato Grosso, bem como ao sul de Laguna, em Santa Catarina.
Nesse ínterim, seus descendentes se fixaram nos territórios conquistados e o movimento de bandeiras foi declinando.
Como eram os bandeirantes?
Os destacamentos de bandeirantes adentravam as matas brasileiras, integrados por tropas de índios e caboclos, estabelecendo núcleos de povoamento e fazendo guerra.
Não obstante, estes pioneiros falavam mais o idioma tupi do que o próprio português.
A eles é creditada a descoberta de metais e pedras preciosas das regiões mineradoras, bem como o fomento da economia na colônia.
Isso porque praticavam o comércio, sobretudo de gado e escravos indígenas, para a agricultura e a dizimação de tribos inteiras, quer pela violência ou pelas doenças.
Eles utilizavam:
- coletes;
- armaduras;
- pistolas;
- arcabuzes;
- espingardas;
- mosquetes;
- bacamartes;
- espadas;
- lanças;
- bestas.
Principais tipos de bandeiras
De partida, vale distinguir as ações dos bandeirantes daquelas perpetradas pelo Governo oficialmente, a saber, as “Entradas”.
Estas eram financiadas pela coroa, mas circunscritas ao Tratado de Tordesilhas.
Por sua vez, as “Bandeiras” eram expedições particulares, muitas vezes com apoio extra oficial da coroa.
- Bandeiras de prospecção: para obtenção de metais e pedras preciosas.
- Bandeiras de apresamento: para a captura e escravização de indígenas (primeiramente os mais arredios, depois, os já catequizados nas missões jesuíticas);
- Bandeiras de contrato: eram contratados como mercenários para combater índios agressivos e negros quilombolas.
Para saber mais:
DIANA, Daniela. Bandeirantes: quem foram e os principais nomes. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/bandeirantes/. Acesso em: