Coluna Prestes

A Coluna Prestes ou Coluna Miguel Costa Prestes, representou um dos movimentos tenentistas de cunho político-militar, ocorrida entre 1925 a 1927, no período conhecido como “República Velha”, durante o governo do presidente Artur Bernardes.

Principais Objetivos

A Coluna Prestes defendia, dentre outras coisas, a reforma educacional (acesso ao ensino público e primário), a reforma social (abolir a desigualdade social), a reforma política (democracia e voto secreto), a liberdade dos meios de comunicação e o fim da exploração dos coronéis, bem como o sistema de "voto de cabresto" (voto aberto).

Além disso, os tenentistas formado em grande maioria por militares (sobretudo capitães e tenentes), estavam insatisfeitos com as formas de governo, e exigiam a destituição do presidente bem como o fim das oligarquias rurais (elites agrárias) que dominavam a cena política do país.

A partir disso, diversos levantes militares foram realizados desde 1924, com destaque para a Revolta dos 18 de Copacabana, a Revolução de 1924, a Comuna de Manaus e a Coluna Prestes.

Para saber mais: República Velha e Coronelismo

Formação da Coluna Prestes

Grupo formado por paulistas e gaúchos donde os primeiros iniciaram um movimento militar conhecido como a "Revolução de 1924", ocorrida em São Paulo, liderada pelo General Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa; e por isso, ao fugirem da capital paulista, uniram-se as tropas do sul, liderada por Luís Carlos Prestes (Chefe de Estado), Siqueira Campos e João Alberto.

Destarte, os militares dos dois estados se reuniram no Paraná e decidiram seguir juntos na marcha que ficou conhecida como “Coluna Prestes” e assim, alcançarem seu maior objetivo: a derrubada do governo.

Foi dessa maneira que cerca de 1.500 homens, saíram da cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) e durante 29 meses, percorreram cerca de 25 mil quilômetros no interior do Brasil (atravessando 11 estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte ), a pé ou a cavalo, fazendo propaganda política, promovendo comícios, apresentando suas propostas e ideais e, ainda, derrotando as forças legalistas do governo em diversos levantes realizados, os quase utilizavam táticas de despistamento.

Embora a Coluna Prestes tenha durado cerca de dois anos e meio, o objetivo principal dos tenentistas não fora alcançado e o movimento se desfez, sendo a marcha concluída em fevereiro de 1927, na Bolívia e seus líderes acabaram no exílio.

Sem espanto, a Coluna Prestes, realizada de julho de 1924 a março de 1927, foi fundamental para a movimentação que posteriormente ocorreria denominada a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio no poder, culminando assim, no fim da República Velha. Dos líderes do movimento: Miguel Costa exilou-se na Argentina, enquanto Luís Carlos Prestes, permaneceu na Bolívia e depois na Argentina.

Para saber mais: Tenentismo, Revolta do Forte de Copacabana, Revolução de 1930.

Curiosidades

  • O grupo do movimento tenentista era formado por tenentes, sargentos, cabos, soldados, políticos, funcionários públicos, pequenos proprietários, trabalhadores em geral; e, ainda, algumas mulheres chegaram a participar da marcha. Contava com um núcleo fixo de 200 homens e o número máximo de adeptos foi de 1.500 pessoas, embora oscilasse muito.
  • O “Memorial da Coluna Prestes”, situado na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, é local onde Luís Carlos Prestes planejou a marcha para o norte do país. O local, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, abriga o museu dedicado ao movimento da Coluna Prestes que será inaugurado no final de 2014.
  • Por meio do movimento da Coluna prestes, um de seus líderes, Luís Carlos Prestes, ficou conhecido como o “Cavaleiro da Esperança” posto que denunciou a pobreza, o abuso dos coronéis e a desigualdade social gerada pelo poder concentrado nas mãos da elite agrária do país.