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Devido ao aumento do fluxo de passageiros, uma
empresa de transporte coletivo urbano está fazendo
estudos para a implantação de um novo ponto de parada
em uma determinada rota. A figura mostra o percurso,
indicado pelas setas, realizado por um ônibus nessa rota
e a localização de dois de seus atuais pontos de parada,
representados por P e Q.
Os estudos indicam que o novo ponto T deverá
ser instalado, nesse percurso, entre as paradas
já existentes P e Q, de modo que as distâncias
percorridas pelo ônibus entre os pontos P e T e entre
os pontos T e Q sejam iguais.
De acordo com os dados, as coordenadas do novo ponto
de parada são
(290 ; 20).
(410 ; 0).
(410 ; 20).
(440 ; 0).
(440 ; 20).
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançando em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha", anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes.
tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca.
pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias.
tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e seus tios.
velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus.
as artes plásticas, deturpadas pela repressão e censura.
a natureza brasileira, agonizante como um pássaro enjaulado.
o nacionalismo romântico, silenciado pela perplexidade com a Ditadura.
o emblema nacional, transfigurado pelas marcas do medo e da violência.
as riquezas da terra, espoliadas durante o aparelhamento do poder armado.
João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu
aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE).
Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e
escritor de literatura de cordel, já publicou 33 folhetos e
ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde
1973, vivendo exclusivamente da venda de livretos de
cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola.
Grande divulgador da poesia popular nordestina no
Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa
paulista sobre o assunto.
EVARISTO, M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO, H. N. (Coord.).
Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político,
divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.
A biografia é um gênero textual que descreve a
trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua
singularidade. No caso específico de uma biografia
como a de João Antônio de Barros, um dos principais
elementos que a constitui é
a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta os efeitos desejados.
o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu percurso artístico.
a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.
uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biografada.
uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção ficcional.
a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.
a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
a palavra “esconso" (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.
padrão estético, pois o modelo de beleza dominante na sociedade requer corpos magros.
equilíbrio psíquico da população, pois esse quadro interfere na autoestima das pessoas.
quadro clínico da população, pois a obesidade é um fator de risco para o surgimento de diversas doenças crônicas.
preconceito contra a pessoa obesa, pois ela sofre discriminação em diversos espaços sociais.
desempenho na realização das atividades cotidianas, pois a obesidade interfere na performance.
divulgar um padrão oficial de redação e envio de currículos.
indicar um modelo de currículo para pleitear uma vaga de emprego.
instruir o leitor sobre como ser eficiente no envio de currículo por e-mail.
responder a uma pergunta de um assinante da revista sobre o envio de currículo por e-mail.
orientar o leitor sobre como alcançar o maior número possível de selecionadores de currículos.
Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe
beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos
e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha
instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por
um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor
que de tempos a tempos reformava o estabelecimento,
pintando-o jeitosamente de novidade, como os
negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de
última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado
crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a
simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo
vistoso dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família
do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o
seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda
pelas províncias, conferências em diversos pontos da
cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares,
fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido
concurso de professores prudentemente anônimos,
caixões e mais caixões de volumes cartonados em
Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte
com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas,
em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se
ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos
confins da pátria. Os lugares que os não procuravam
eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita,
espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a
farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.
Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o
narrador revela um olhar sobre a inserção social do
colégio demarcado pela
ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais.
interferência afetiva das famílias, determinantes no processo educacional.
produção pioneira de material didático, responsável pela facilitação do ensino.
ampliação do acesso à educação, com a negociação dos custos escolares.
cumplicidade entre educadores e famílias, unidos pelo interesse comum do avanço social.
“dá um chega pra lá no diabete" por “manda embora o diabete".
“esquentar a cabeça" por “quebrar a cabeça".
“bate um bolão" por “é um show.
"juntinhos" por “misturadinhos".
“por trás de encrencas" por “causadora de problemas".
No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave
em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia
guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais
provocaram deslizamentos de terras das encostas da
Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia
da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída
em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de
500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado
na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros
responsáveis pela construção da usina nuclear não
sabiam que o nome dado pelos índios continha informação
sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva.
Só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer
dizer 'pedra podre', depois do acidente.
FREIRE, J. R. B. Disponível em: www.taquiprati.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado)
Considerando-se a história da ocupação na região de
Angra dos Reis mencionada no texto, os fenômenos
naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e
suas consequências minimizadas se
o acervo linguístico indígena fosse conhecido e valorizado.
as línguas indígenas brasileiras tivessem sido substituídas pela língua geral.
o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado pelos engenheiros.
a língua tupinambá tivesse palavras adequadas para descrever o solo.
o laboratório tivesse sido construído de acordo com as leis ambientais vigentes na época.