Relações de Suserania e Vassalagem no Feudalismo

Thiago Souza
Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

As relações de suserania e vassalagem, comuns no feudalismo durante a Idade Média, foram compromissos de fidelidade entre nobres originadas a partir da doação de terras.

Quando um nobre doava terras a outro, o que doou se torna suserano e o que recebeu, vassalo. Esse acordo implicava direitos e obrigações recíprocas.

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Assim, enquanto os suseranos eram os nobres que doavam as terras (até mesmo castelos), os vassalos, protegidos por eles, representavam os nobres que recebiam as terras e em troca, cuidavam e protegiam delas ao mesmo tempo que serviam os suseranos de diversas maneiras, sobretudo, para serviços militares, com o intuito de defendê-lo em tempos de guerra.

Como acontecia a cerimônia que selava a relação de suserania e vassalagem

A cerimônia geralmente ocorria numa Igreja, onde os vassalos, segurando suas espadas, se ajoelhavam diante de seus suseranos, prometendo fidelidade total - selado com um beijo - e proteção nas guerras.

Caso o vassalo traísse seu suserano, perderia todos seus direitos, posses e títulos. Durante a cerimônia, a submissão do vassalo perante seu suserano era selada com um tapa no rosto do vassalo.

A relação de suserania e vassalagem era, em grande parte, de caráter hereditário (ocorriam entre membros da família).

Ela demostrava a descentralização política da época, sendo estabelecida diante de uma cerimônia solene (juramento) denominada “Homenagem”. Esse juramento selava os laços de lealdade e fidelidade entre seus elementos.

A "Investidura" marcava a transmissão do feudo para o vassalo.

As obrigações de vassalos e suseranos após o juramento

Enquanto os suseranos doavam as terras (até mesmo castelos), os vassalos, protegidos por eles, recebiam as terras e em troca, cuidavam e protegiam delas.

Além disso, serviam os suseranos de diversas maneiras, sobretudo, para serviços militares, com o intuito de defendê-lo em tempos de guerra.

Note que um vassalo, podia tornar-se suserano no momento em que doassem parte de suas terras a outro nobre e assim, por diante, formando uma grande rede de relações entre suseranos e vassalos.

Dessa forma, um nobre poderia ser vassalo de uma pessoa e suserano de outra.

Em resumo, as relações de suserania e vassalagem possuíam um teor cooperativo. Elas representavam um pequeno e importante sistema sócio econômico da época.

Eram de ordem direta e pessoal e visavam a aliança nas relações econômicas e sociais entre os nobres.

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Como funcionava o feudalismo: surgimento, grupos sociais e poderes políticos

O feudalismo surgiu no século V, após as invasões bárbaras e o declínio do Império Romano, sendo um sistema econômico, político e social de caráter rural, baseado na propriedade de terra.

Nesse contexto, os nobres que possuíam terras, eram os indivíduos de maior poder.

Os senhores feudais representavam o poder absoluto, de forma que monopolizavam o poder político local, administravam e outorgavam as leis nos feudos.

Os feudos (da língua germânica significa “propriedade ou posse”) eram grandes propriedades de terra que possuíam uma organização econômica, política, social e cultural própria.

Na sociedade medieval, a nobreza era a classe dirigente, embora o clero (papas, bispos, cardeais, monges, abades e padres), representantes da Igreja, fosse o grupo mais abastado.

Os nobres podiam ser os reis, duques, marqueses, condes, viscondes e barões.

A economia feudal (denominada de modo de produção) era baseada na agricultura e no pastoreio, sendo os feudos os locais onde se produziam quase tudo o que era necessário para viver.

Portanto, não existiam moedas (embora alguns feudos produziam moedas locais). As relações eram baseadas nas trocas e o comércio era praticamente nulo.

A sociedade feudal, formada basicamente por:

  • Clero (aqueles que oravam);
  • Nobreza (guerreiros chamados de senhores);
  • Servos (trabalhavam nas terras).

Essa era denominada de sociedade estamental, dividida em estamentos (camadas sociais estanques ou fixas).

Nesse sistema, as pessoas não possuíam mobilidade social, ou seja, nasceu servo, morrerá em sua condição de servo e durante sua vida, não poderá ascender outro patamar.

Assim, a posição social depende de seu berço de nascimento.

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Thiago Souza
Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.