Sebastianismo

O “Sebastianismo”, “Mito Sebástico” ou “Mito do Encoberto” foi um mito messiânico que surgiu em meados do século XVI em Portugal, o qual ficou conhecido por fazer referência ao curioso desaparecimento do Rei Dom Sebastião (1554-1578).

Nesse caso, criou-se um mito secular e cheio de misticismo em torno de sua figura, de maneira que muitas pessoas acreditavam que Dom Sebastião, chamado de “O Desejado”, não havia morrido, quando desapareceu no norte da África na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.

Um dos fatos para o surgimento do mito, deve-se à morte dele e de seu tio, o Rei Dom Henrique, visto que não havia um herdeiro que pudesse ocupar o trono português. Para tanto, a população de Portugal criou o mito de que Dom Sebastião estaria ainda vivo e esperando o momento certo para derrotar os espanhóis, que haviam tomado o trono, ocupado nesse momento, pelo Rei Filipe II, da Espanha. O surgimento do sebastianismo esboça a esperança que alimentou o povo português durante longo tempo, na crença do porvir.

Resumo

A “Batalha de Alcácer-Quibir” ou a “Batalha dos Três Reis”, ocorrida em 04 de agosto de 1578, despontou no norte da África (região de Marrocos), disputada entre portugueses, liderados pelo Rei Dom Sebastião, e aliados ao exército liderado pelo sultão Mulay Mohammed, e, de outro lado, os marroquinos, liderados pelo sultão Mulei Moluco. O resultado da batalha foi a derrota dos portugueses, bem como o início da perda da independência nacional para Espanha, o que levou à criação do mito do Sebastianismo.

A partir disso, curioso notar que com o misterioso “desaparecimento” do Rei, o trono Português foi ocupado pelo Rei Felipe II da casa de Habsburgo, o que fez surgir “supostas” figuras que alegavam ser o Rei Sebastião. O proclamado novo rei de Portugal deixou muitos portugueses descontentes e inconformados com a situação política vigente, isto é, a inexistência de um sucessor do rei para ocupar o trono, aguçando ainda mais o patriotismo o sentimento nacionalista, traduzido na crença e na enorme expectativa de “salvação”, ou seja, de que um dia ele retornaria e tiraria os portugueses das mãos dos inimigos, o que o levou a ser comparado, durante muito tempo, como o “salvador da Pátria”.

Não ficou declarado ainda quando Dom Sebastião foi morto ao lado de seus aliados, o que fez reforçar, quase durante um século, o mito de sua existência, que perdeu força na mentalidade portuguesa, em 1640, com o Golpe de Estado de Restauração da Independência, que resultou no fim da monarquia dualista da Dinastia Filipina, iniciada em 1580. O túmulo de Dom Sebastião encontra-se no Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, Portugal.

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