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Escalada: o que é, quais as regras e modalidades

Mariama Barreto
Mariama Barreto
Professora de Educação Física

A escalada é considerada um esporte de aventura e se caracteriza pelo uso de técnicas e movimentos específicos para subir em montanhas, rochas ou paredes artificiais. Cada tipo de escalada pode ocorrer em diferentes superfícies e locais, com regras, objetivos, estratégias, técnicas e equipamentos próprios.

Ao longo da história, a escalada sempre esteve presente na vida humana. Desde a antiguidade, o ato de escalar era usado como uma estratégia de sobrevivência e proteção. No entanto, foi apenas na era moderna que a escalada passou a ser organizada como uma prática esportiva.

Neste conteúdo você encontra:

Tipos de escalada

A escalada se divide, de forma geral, em dois grandes grupos: escalada em gelo e escalada em rocha. Esta última possui ainda subcategorias, além da versão indoor, realizada em ambientes artificiais.

Escalada em gelo ou neve

Esse tipo é praticado em grandes montanhas cobertas de gelo ou neve. Devido às condições extremas — com temperaturas que podem chegar a 40 °C negativos — é necessário o uso de roupas apropriadas e equipamentos específicos, como botas e ferramentas de fibra de carbono ou alumínio, além de itens de segurança.

Além do risco de quedas, os praticantes enfrentam tempestades e avalanches, o que torna essa modalidade bastante desafiadora. Por isso, exige muito planejamento e organização. Um exemplo famoso é o Monte Everest, cujo trajeto até o topo pode levar até três meses.

Escalada de gelo na grande parede congelada do glaciar de íon de gelo Bogdanovich
Escalada em gelo

Escalada em rocha

Na escalada em rocha, há uma regra comum a todas as modalidades: o escalador deve causar o menor impacto possível na superfície escalada. Essa categoria se divide em quatro tipos principais:

Escalada livre: nessa modalidade, o escalador utiliza apenas sua força física e técnica para subir. Equipamentos como cordas são usados exclusivamente para segurança, não para auxiliar na subida. O percurso geralmente tem cerca de 100 metros e pode levar até um dia para ser concluído. É essencial conhecer bem as técnicas de segurança.

Boulder: o boulder (ou "bloco de pedra") é praticado em rochas de 2 a 5 metros de altura, sem uso de cordas. Os praticantes contam apenas com colchões de proteção no chão. O desafio está em completar “problemas” — rotas imaginárias na rocha — usando força e precisão em movimentos curtos e intensos.

Escalada esportiva: mais próxima do conceito tradicional de esporte, essa modalidade também é uma forma de escalada livre, mas com vias mais curtas (cerca de 25 metros), com proteções fixas. A parede costuma ter inclinação negativa, exigindo movimentos técnicos e bem planejados. Pode ser feita de duas formas:

  • Guiada: o escalador leva a corda até o topo enquanto é segurado por outra pessoa.
  • Top rope: a corda já está fixada no topo da parede antes do início da subida.

Big-wall: conhecida como “grandes paredes” ou “paredão”, é a mais exigente fisicamente e mentalmente. Praticada em duplas, pode durar vários dias. Os escaladores levam equipamentos, comida, roupas e itens de comunicação, além de precisar dormir suspensos nas paredes. É recomendada para praticantes experientes, com domínio de técnicas e resistência física.

Escalada indoor

Realizada em paredes artificiais, geralmente em academias ou ginásios, é uma opção mais acessível e segura, contando com instrutores especializados. Pode simular tanto escaladas em altura quanto boulder. Os equipamentos são semelhantes aos usados na escalada em rocha, com a diferença de que as proteções já vêm fixas nas paredes.

Mulher em escalada artificial
Escalada indoor

A escalada nos Jogos Olímpicos

Em 2021, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a escalada fez a sua estreia e tornou-se um esporte olímpico. Ela é disputada em três diferentes modalidades:

Escalada de velocidade (speed)

É realizada em uma parede em que o percurso é padronizado pela Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC). Ou seja, antes da competição o atleta já treina o mesmo percurso.

Nessa modalidade, dois atletas, competindo lado a lado, disputam uma corrida vertical e, quem for mais rápido e alcançar primeiro o topo da parede, vence a prova. O tempo de subida na parede é cronometrado.

Tem como característica a explosão muscular e a técnica do atleta, que precisa ter uma precisão dos movimentos. Nas Olimpíadas, a parede possui 15 metros de altura e 5 graus negativos de inclinação.

Competição entre dois juniores em parede de escalada de velocidade padronizada
Escalada de velocidade

Boulder

É realizada em paredes de até 4 metros de altura, sem o uso de cordas, portanto, são rotas mais curtas. É realizada por um atleta de cada vez e, o escalador tem um tempo para tentar completar o maior número de problemas, com o menor número de tentativas possíveis.

É uma modalidade que exige do atleta bastante técnica, força, estratégia e raciocínio rápido, pois, o atleta só pode ver a parede que irá escalar quando começa as suas tentativas.

Guiada (lead)

Dentro de um tempo limitado, os atletas precisam subir o mais alto que conseguirem uma parede de até 15 metros de altura. A altura máxima que o atleta atingir, irá definir a sua pontuação. Quanto mais alto o atleta escalar, mais difícil e complexo são os problemas.

São utilizadas cordas de segurança e, são exigidos dos atletas bastante resistência e estratégia, pois, por ser um caminho mais longo, o escalador precisa conseguir controlar a energia ao longo da rota, para que assim consiga chegar ao topo.

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Olimpíadas (Jogos Olímpicos): a história e todos os esportes da competição

Parkour: o que é, movimentos e sua origem

Referências Bibliográficas

COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL. Escalada esportiva. 2025. Disponível em: https://www.cob.org.br/time-brasil/esportes/1-escalada-esportiva. Acesso em: 23 mai. 2025.

PEREIRA, D W. A escalada chega na escola. Coleção Pesquisa em Educação Física, Santo Ándre, v.5, n.1, p.31-38, 2007.

Mariama Barreto
Mariama Barreto
Professora de Educação Física, mestra em Educação Física escolar (ProEF-UFSCar/2023). Atua como professora da rede pública desde 2018.