Especiação

Lana Magalhães
Lana Magalhães
Professora de Biologia

A especiação é o processo de divisão de uma espécie ancestral em duas espécies descendentes, isoladas reprodutivamente uma da outra.

Em síntese, especiação é o processo de formação de novas espécies de seres vivos.

O isolamento reprodutivo é o fator determinante para a origem de uma nova espécie.

Lembre-se, o conceito de espécie refere-se a um grupo de populações que cruzam e estão reprodutivamente isolados de indivíduos de outras espécies.

A especiação e a atual diversidade dos seres vivos, de acordo com sua adaptação ao ambiente e capacidade de transmitir as características para os descendentes, pode ser explicada pela Seleção Natural.

Existem três modelos principais de especiação: alopátrica, parapátrica e simpátrica.

Especiação Alopátrica

Baseia-se na formação de novas espécies em populações geograficamente isoladas.

Com o isolamento geográfico entre duas populações, os cruzamentos entre seus membros deixam de ocorrer. Assim, o fluxo gênico é interrompido, de modo que alguma característica nova em uma das populações não seja compartilhada com a outra. Com o passar do tempo, a tendência é que a adaptação particular de cada uma conduza a um isolamento reprodutivo.

O isolamento geográfico entre populações de uma espécie pode ocorrer por eventos de vicariância ou de dispersão.

Por isso, existem dois tipos principais de especiação alopátrica, baseados na forma de isolamento geográfico:

Especiação Vicariante

Ocorre quando uma população ancestral é distribuída em duas ou mais áreas e surge uma barreira efetiva entre as subpopulações isoladas.

Denomina-se efeito vicariante, o processo que divide a área geográfica de uma população, em partes descontínuas, devido a formação de uma barreira física. Exemplo: surgimento de cordilheiras.

Essa barreira física impede a dispersão dos indivíduos e impossibilita o cruzamento entre eles. Com a falta de fluxo gênico entre duas populações, as mesmas tendem a ficar cada vez mais diferentes. Com o tempo, o resultado é a especiação.

Especiação Peripátrica

Peripátrica (do grego peri, ao redor, em torno).

Também chamada de “Efeito Fundador”.

Ocorre quando, através da dispersão, se forma uma colônia periférica a partir da população original e, após várias gerações, surge o isolamento reprodutivo.

Neste tipo de especiação, os indivíduos se dispersam através de uma barreira preexistente e se estabelecem em uma área ainda não habitada. A população que se dispersa pode sofrer mutações, que a diferenciam da população ancestral.

Especiação Parapátrica

Ocorre sem que haja um isolamento geográfico. As populações da mesma espécie estão em uma área única, com diferentes habitats adjacentes.

Entretanto, mesmo que não exista uma barreira física para o fluxo gênico, a população não cruza aleatoriamente.

Em geral, ocorre quando a espécie espalha-se por uma grande área, com ambientes diversificados.

Os indivíduos são distribuídos por uma ou mais áreas adjacentes com diferentes nichos e pressões seletivas. Essa situação leva cada população a sua adaptação local e consequentemente a se tornarem novas espécies.

Especiação Simpátrica

A especiação simpátrica (syn, semelhante, juntos; patriae, local de nascimento) não envolve o isolamento geográfico.

Ocorre quando duas populações da mesma espécie vivem em uma mesma área, mas não há cruzamento entre as mesmas, o que leva a diferenças que resultam na especiação.

Neste tipo de especiação, é uma barreira biológica que impede o intercruzamento.

Na natureza, a especiação simpátrica pode ser observada e explicada através de dois mecanismos: a seleção disruptiva e as alterações cromossômicas.

O modo mais comum é por poliploidia (mutação), que representa um aumento no número de cromossomos. Esse mecanismo ocorre mais em plantas, do que em animais.

Novas espécies podem surgir, de modo abrupto, em consequência de mutações cromossômicas.

Lana Magalhães
Lana Magalhães
Licenciada em Ciências Biológicas (2010) e Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas/UEA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela UEA.