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Exercícios sobre as revoltas nativistas (com gabarito explicado)

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

As revoltas nativistas foram os primeiros movimentos de contestação à autoridade da metrópole portuguesa durante o período colonial brasileiro. Embora não buscassem a independência, esses levantes refletiam o descontentamento dos colonos com abusos fiscais, políticas comerciais injustas e a atuação de autoridades metropolitanas.

Nesta atividade, você poderá revisar os principais conflitos nativistas por meio de questões comentadas, ideais para reforçar o conteúdo e se preparar com foco para o ENEM e outros vestibulares.

Questão 1

Texto para as questões 1 e 2:

"As revoltas ocorreram, principalmente, por descontentamento com medidas administrativas ou funcionários metropolitanos: abusos na cobrança de impostos, novas tributações consideradas injustas, dificuldade de terem seus pleitos encaminhados ao monarca ou as tribunais do reino, crises econômicas, entre outros. Logo, a maior parte dos conflitos não teve por finalidade a separação do Brasil com relação a Portugal; foram, antes de tudo, manifestações contrárias àquilo que os colonos consideravam inaceitável."

(FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006 p. 362)

Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o tema, o que define uma revolta como nativista?

a) A contestação de medidas administrativas e fiscais consideradas abusivas, mantendo a lealdade à Coroa portuguesa.

b) A busca pela independência política do Brasil e o fim do domínio metropolitano sobre a colônia.

c) A luta armada organizada por grupos populares que defendiam a república como forma de governo.

d) A resistência de comunidades indígenas contra o avanço das expedições bandeirantes pelo território colonial.

e) A mobilização de escravizados africanos em busca da abolição do trabalho compulsório nas plantações.

Gabarito explicado

a) Correta. A característica central é a contestação de medidas metropolitanas (fiscais/administrativas), sem, contudo, buscar a separação ou independência de Portugal.

b) Incorreta. A busca pela independência é o que define as Revoltas Emancipacionistas (como a Inconfidência Mineira).

c) Incorreta. Republicanismo e luta popular não são a definição central das Revoltas Nativistas.

d) Incorreta. A resistência indígena não é a característica que define as Revoltas Nativistas.

e) Incorreta. A alternativa descreve situações ligadas à resistência escravizada, outra categoria de conflito.

Ainda com dúvidas? Pergunta ao Ajudante IA do Toda Matéria

Questão 2

Texto para as questões 1 e 2:

"As revoltas ocorreram, principalmente, por descontentamento com medidas administrativas ou funcionários metropolitanos: abusos na cobrança de impostos, novas tributações consideradas injustas, dificuldade de terem seus pleitos encaminhados ao monarca ou as tribunais do reino, crises econômicas, entre outros. Logo, a maior parte dos conflitos não teve por finalidade a separação do Brasil com relação a Portugal; foram, antes de tudo, manifestações contrárias àquilo que os colonos consideravam inaceitável."

(FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006 p. 362)

Durante o período colonial, ocorreram diversos movimentos de contestação à ordem estabelecida. Qual alternativa apresenta corretamente uma revolta nativista e uma revolta emancipacionista?

a) Revolta de Beckman (nativista) e Inconfidência Mineira (emancipacionista).

b) Conjuração Baiana (nativista) e Guerra dos Mascates (emancipacionista).

c) Inconfidência Mineira (nativista) e Revolta de Beckman (emancipacionista).

d) Guerra dos Emboabas (nativista) e Revolta de Vila Rica (emancipacionista).

e) Revolta de Felipe dos Santos (nativista) e Guerra dos Emboabas (emancipacionista).

Gabarito explicado

a) Correta. A Revolta de Beckman (Maranhão, 1684) foi nativista, pois era um movimento da elite local contra a Companhia de Comércio do Maranhão e os abusos da metrópole, mas não buscava a separação. A Inconfidência Mineira (Minas Gerais, 1789) foi emancipacionista, pois visava a independência da região e a instauração de uma República.

b) Incorreta. A classificação está invertida. A Conjuração Baiana foi emancipacionista, e a Guerra dos Mascates foi nativista.

c) Incorreta. A classificação está invertida. A Inconfidência Mineira foi emancipacionista, e a Revolta de Beckman foi nativista.

d) Incorreta. Ambos os movimentos foram nativistas. A Guerra dos Emboabas foi um conflito entre colonos pelo controle das minas. A Revolta de Vila Rica (Felipe dos Santos) foi contra a criação das Casas de Fundição e a tributação, sem objetivo separatista.

e) Incorreta. A Guerra dos Emboabas foi nativista (conflito entre colonos). A Revolta de Felipe dos Santos também foi nativista.

Questão 3

"... Disso resultou a guerra civil conhecida como Guerra dos Emboabas (1708-1709), opondo paulistas de um lado, estrangeiros e baianos de outro. Os paulistas não tiveram êxito na sua pretensão, mas conseguiram que se criasse a capitania de São Paulo e Minas do Ouro..."

(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013. p. 88)

Abordada no texto, a Guerra dos Emboabas representou um dos conflitos mais significativos do período colonial brasileiro. Considerando o contexto apresentado no texto, qual foi a principal causa desse conflito e seu resultado mais relevante?

a) A disputa entre jesuítas paulistas e colonos baianos recém-chegados na região, que disputavam o controle da mão de obra indígena, resultando na expulsão dos religiosos do território.

b) O confronto entre bandeirantes paulistas e forasteiros pelo domínio das minas de ouro, levando à criação de uma nova capitania.

c) A revolta de escravizados baianos contra as condições de trabalho em São Paulo e Minas Gerais, provocando a proibição da escravidão nessas capitanias.

d) A resistência dos povos indígenas paulistas contra a ocupação de seus territórios, gerando tratados de paz entre colonos e nativos.

e) O conflito entre comerciantes portugueses e produtores locais sobre a tributação do ouro, culminando na redução dos impostos.

Gabarito explicado

a) Incorreta. A disputa por mão de obra e a expulsão de religiosos foram fatores da Revolta de Beckman, no Maranhão, não da Guerra dos Emboabas.

b) Correta. O conflito se deu pela disputa do controle das minas de ouro entre paulistas e forasteiros (emboabas), resultando na criação da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro.

c) Incorreta. Não foi uma revolta de escravizados, mas um conflito entre colonos livres.

d) Incorreta. O conflito foi entre colonos, e não de resistência indígena.

e) Incorreta. O conflito sobre tributação e Casas de Fundição foi o foco da Revolta de Vila Rica (1720).

Questão 4

"A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma contenda municipal, (...) entre um Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-lo numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor rural".

(MELLO, Evaldo Cabral de. A Fronda dos Mazombos. São Paulo: Cia das Letras, 1995, p. 123.)

A Guerra dos Mascates (1710-1711) configurou-se como um conflito que expressava tensões econômicas e políticas na capitania de Pernambuco. A partir da interpretação do texto, qual era a natureza central do conflito?

a) A disputa territorial entre capitanias vizinhas pelo controle das rotas comerciais do açúcar no litoral nordestino.

b) A rivalidade entre grupos indígenas aliados aos muncípio de Recife e grandes produtores de açúcar de Olinda, confrontados sobre a posse de terras cultiváveis.

c) O embate entre comerciantes credores do Recife e senhores de engenho endividados de Olinda pelo poder político e econômico.

d) A resistência dos produtores de açúcar de Recife contra a implantação do monopólio régio sobre a exportação da mercadoria.

e) O conflito entre autoridades metropolitanas e colonos locais pela distribuição das sesmarias nas áreas de expansão agrícola.

Gabarito explicado

a) Incorreta. Foi um conflito interno na Capitania de Pernambuco, opondo Recife e Olinda, não uma disputa entre capitanias vizinhas.

b) Incorreta. O conflito foi entre grupos de colonos (comerciantes e senhores de engenho), sem participação indígena.

c) Correta. A luta central se dava entre os comerciantes credores de Recife (chamados mascates) e os senhores de engenho de Olinda, motivada pela elevação de Recife à condição de Vila.

d) Incorreta. O foco não era o monopólio régio sobre a exportação, mas sim a elevação de Recife.

e) Incorreta. O conflito não girou em torno da distribuição de sesmarias.

Questão 5

"Os moradores de São Luís, no Maranhão, foram proibidos pelas leis de 1655 e 1680 de escravizarem os indígenas. Ambas as leis garantiam a proteção dos nativos e a presença dos jesuítas afirmavam tal ação. No entanto, a Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará tinha como acordo o fornecimento de escravizados africanos para sanar os embates entre os moradores e os padres da Companhia de Jesus. O descumprimento do acordo promoveu a revolta."

(Revolta de Beckman. In: Impressões Rebeldes., 7 fev. 2022. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revolta/revolta-de-beckman/. Acesso em: 19 out. 2025.)

A Revolta de Beckman (1684) expressou conflitos entre diferentes grupos sociais na região do Maranhão colonial. Considerando as informações do texto e o contexto histórico do período, o cerne da disputa que resultou no levante envolveu:

a) O debate sobre a legitimidade da tributação régia aplicada aos produtos exportados pela capitania do Maranhão.

b) A rivalidade entre ordens religiosas católicas pelo controle exclusivo das atividades missionárias junto aos povos nativos.

c) Visões conflitantes sobre o acesso e o controle da mão de obra necessária às atividades produtivas coloniais.

d) O direito de navegação nos rios amazônicos e o monopólio do comércio fluvial exercido pela Companhia de Comércio.

e) A disputa territorial entre colonos e comunidades indígenas aldeadas pelos jesuítas nas áreas de expansão agrícola.

Gabarito explicado

a) Incorreta. O foco era o acesso à mão de obra para a produção, e não a legitimidade da tributação régia sobre exportações.

b) Incorreta. O conflito se deu entre os colonos e os jesuítas, não entre Ordens religiosas diferentes.

c) Correta. O levante se deu porque os colonos precisavam de mão de obra e eram impedidos de escravizar indígenas, ao mesmo tempo que a Companhia de Comércio falhou em fornecer escravizados africanos.

d) Incorreta. A causa principal da revolta foi o descumprimento do acordo de fornecimento de escravos, não citada na alternativa.

e) Incorreta. O conflito não era uma disputa territorial, mas sim uma disputa sobre o uso e controle da mão de obra indígena.

Questão 6

“Na Sedição de Vila Rica, em 1720, a mais importante revolta ocorrida nas Minas antes da Conjuração Mineira, a motivação foi, mais uma vez, o caráter invasivo das práticas fiscais executadas pela Fazenda Real. Os sediciosos planejavam forçar a Coroa a suspender o estabelecimento das Casas de Fundição, onde se registrava o ouro em barras e se deduzia o quinto por arroba, o imposto devido ao rei."

(SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 139)

A Sedição de Vila Rica (1720), também conhecida como Revolta de Felipe dos Santos, evidenciou as tensões entre colonos mineradores e a administração metropolitana. Qual era o principal objetivo dos revoltosos?

a) Conquistar a autonomia política da capitania de Minas Gerais, estabelecendo um governo local independente de Portugal.

b) Impedir a entrada de comerciantes portugueses na região mineradora, garantindo o monopólio do comércio aos colonos.

c) Eliminar a obrigatoriedade do pagamento de impostos sobre a atividade mineradora, recusando os direitos da Coroa sobre a tributação.

d) Evitar a implantação das Casas de Fundição, que representavam um controle mais rigoroso sobre a arrecadação do quinto.

e) Promover a distribuição igualitária das jazidas auríferas entre os habitantes da capitania, incluindo homens livres pobres.

Gabarito explicado

a) Incorreta. A Revolta de Vila Rica foi um movimento nativista, sem objetivo de emancipação política.

b) Incorreta. Embora a rivalidade com comerciantes portugueses fosse um fator importante na época, o motivo direto da Revolta era impedir a instalação das Casas de Fundição.

c) Incorreta. O objetivo não era eliminar todo imposto, mas sim suspender um método de cobrança que tornava a fiscalização mais rigorosa.

d) Correta. O principal objetivo era evitar a implantação das Casas de Fundição, pois elas tornavam a fiscalização do imposto (o Quinto) mais rígida e dificultavam a sonegação.

e) Incorreta. O movimento não tinha como pauta a distribuição de riquezas ou jazidas.

Questão 7

"Pelo Tratado de Madri (1750), ficou estabelecida a permuta da colônia de Sacramento, cedida aos espanhóis, pelo território das missões jesuíticas à margem oriental do rio Uruguai, cabendo, pois, a Portugal uma área povoada por 30 mil índios guaranis comandados pela Companhia de Jesus. Os missionários deveriam abandoná-las (...), [pois] as vilas e aldeias ficariam com os portugueses, bem como as casas e a propriedade imóvel do terreno. Os jesuítas, porém, alegavam que, além de serem livres, os guaranis tinham a posse do território, sendo ilegítimo que as Coroas dele dispusessem à vontade."

(VAINFAS, Ronaldo [org.] Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 274-275.)

A partir da análise do texto, qual foi o elemento central que motivou a resistência dos jesuítas e dos guaranis ao acordo estabelecido pelas Coroas ibéricas?

a) A defesa dos interesses comerciais da Companhia de Jesus, que perderia o controle sobre as rotas de comércio fluvial na região platina.

b) O Tratado de Madri determinava a expulsão imediata dos missionários jesuítas do continente americano, o que punia a Companhia de Jesus por suas práticas políticas e econômicas.

c) A recusa em obedecer às Coroas Ibéricas, pois os jesuítas estavam subordinados diretamente às ordens do Vaticano.

d) A tentativa de preservar a fidelidade política das missões jesuíticas à Coroa Espanhola.

e) A contestação de um acordo que ignorava a liberdade dos guaranis e seu direito de posse sobre o território ocupado.

Gabarito explicado

a) Incorreta. A justificativa central apresentada no texto é a questão da liberdade e posse indígena, não supostos interesses comerciais dos jesuítas.

b) Incorreta. O Tratado de Madri (1750) não determinou a expulsão imediata e geral dos jesuítas da América, mas sim trouxe mudanças nas fronteiras entre as colônias da Espanha e de Portugal.

c) Incorreta. A tensão entre os Jesuítas e a Coroa da Espanha e de Portugal não se deu por uma obediência exclusiva ao Vaticano, mas sim devido à discordância sobre a execução do Tratado de Madri.

d) Incorreta. O foco da tensão era o direito sobre a terra e a remoção dos indígenas, e não a fidelidade política.

e) Correta. A resistência se deu porque o Tratado de Madri exigia a remoção das reduções jesuíticas, ignorando a visão dos indígenas e jesuítas sobre as terras que ocupavam.

Continue praticando com exercícios sobre mineração e revoltas coloniais.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.