Guerra dos Sete Anos

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A Guerra dos Sete Anos (1756 a 1763) foi um conflito ocorrido entre a Inglaterra e França por terras na América do Norte e no continente asiático. Envolveu também a Prússia, Áustria, Portugal e Espanha.

A guerra se espalhou por três continentes e foi travada tanto na Europa como na América e Ásia. Por isso é considerada como o primeiro conflito mundial.

Como consequência desta guerra, a França perde seus territórios coloniais, a Prússia emerge como potência europeia e a Inglaterra, vencedora do conflito, torna-se o país mais poderoso do mundo.

Países envolvidos na Guerra dos Sete Anos

Havia duas frentes principais de guerra: a primeira frente, na Europa, entre a Prússia e a Áustria. Essas duas nações ainda não tinham resolvido suas diferenças territoriais após a Guerra da Sucessão Austríaca (1740-1748) e voltaram a se enfrentar.

A segunda frente do conflito aconteceu na América e na Índia e está relacionada à rivalidade colonial entre a Grã-Bretanha, França e Espanha.

Desde 1754, França e Inglaterra se enfrentavam na América pelo controle do Vale de Ohio e, nesta ocasião, os franceses foram apoiados por várias tribos indígenas, contra os ingleses.

Por sua parte, a Espanha apoiava a França, enquanto Portugal mantinha-se neutro. Os espanhóis aproveitam para atacar e ocupar a Colônia do Sacramento, na América do Sul, que na época pertencia aos portugueses.

Guerra dos Sete AnosLinha do Tempo da Guerra dos Sete Anos

Causas da Guerra dos Sete Anos

A Guerra dos Sete Anos ocorreu por causa das disputas territoriais tanto na América como na Europa. No continente americano lutaram Inglaterra, França e Espanha; na Europa, estes mesmos país, mais Áustria, Prússia, Império Sueco, Império Russo e Espanha.

França e Inglaterra queriam aumentar suas possessões na América e como não havia fronteiras definidas, os atritos eram constantes. Por seu lado, a França queria garantir sua hegemonia no continente europeu, algo que sempre deixava a Inglaterra inquieta, pois uma França forte, significava uma Inglaterra fraca.

A contenda começa em agosto de 1756, quando o rei Frederico II, da Prússia, invade e derrota a Saxônia. Em reposta, em janeiro de 1757, o Sacro Império Romano-Germânico, liderado pela imperatriz Maria Teresa de Habsburgo, declara guerra à Prússia.

No Caribe, ocorrem batalhas navais entre a Marinha Real Inglesa contra a Espanhola e a Francesa. Enquanto isso, na América do Norte, os franceses perdiam o Quebec e sofriam uma derrota na região dos Grandes Lagos, para os ingleses.

Houve intensas batalhas nas regiões fronteiriças entre a Prússia e Áustria como a Silésia, Boêmia e Saxônia.

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Fim e consequências da Guerra dos Sete Anos

A França foi a grande derrotada na Guerra dos Sete Anos e a Inglaterra, a vencedora incontestável. Na Europa, também a Prússia se fortalece como um poderoso Estado frente à Áustria.

Dois tratados puseram fim ao conflito em 1763: o Tratado de Paris e o de Hubertusburgo.

O Tratado de Paris determinou a organização territorial da América do Norte e Central entre França, Inglaterra e Espanha:

  • França cede o Canadá e parte das Antilhas aos ingleses. Por sua vez, os ingleses devolvem à França, as ilhas de Martinica e Guadalupe.
  • No Caribe, as ilhas de São Vicente, Tobago e Dominica, passam a ser colônias inglesas, enquanto e os franceses ficam com Santa Lúcia.
  • Os franceses cedem o território da Louisiana à Espanha.
  • Espanha entrega a Flórida para os ingleses e em troca, recebe destes a ilha de Cuba.
  • Espanha devolve a Colônia do Sacramento e a ilha de são Gabriel, ambas no atual Uruguai, aos portugueses.

Já pelo Tratado de Hubertusburgo, a Áustria reconhecia a soberania da Prússia sobre regiões conquistadas anteriormente.

Independência dos Estados Unidos

A Inglaterra saiu vencedora do conflito, mas enfrentou uma grave crise financeira. Por este motivo, intensifica os impostos sobre as 13 Colônias, a fim de cobrir os gastos gerados pela batalha na América.

A participação nas batalhas e a rejeição à novas taxas, contudo, fortalecem a formação militar e a consciência política das colônias, que passam a lutar contra as leis inglesas e articulam o movimento que culminaria na independência nos Estados Unidos.

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.