Colonização Inglesa na América do Norte

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

O processo de colonização inglesa nas Américas começou tardiamente, em comparação com os espanhóis e portugueses.

A exploração colonial iniciou-se por pequenos povoados que formaram, posteriormente, as 13 colônias na costa leste da região hoje ocupada pelos Estados Unidos.

Antes de se lançar ao mar, no século XVI, a Inglaterra enfrentou a Guerra dos Cem Anos e Guerra das Duas Rosas. As primeiras incursões marítimas seguiram a linha dos espanhóis e franceses, que buscavam um caminho para a Índia através da América do Norte.

No reinado de Elizabeth I (1558-1603), piratas espanhóis foram parceiros dos ingleses nas navegações. O mais famoso deles, Francis Drake, foi condecorado pela rainha.

As navegações inglesas tornaram-se um lucrativo negócio quando a Grã-Bretanha dominou o comércio de escravos africanos para o Continente Americano.

Resumo

Antecedentes da colonização: o contexto inglês

No século XVI, a Inglaterra estava dominada pela criação de ovinos destinados à produção de lã. Voltadas cada vez mais para esse negócio, a produção de alimentos nas fazendas caiu. Em consequência, houve escassez de alimentos e queda da oferta de trabalho no campo.

A alternativa era buscar mais terras. E, diferente do que ocorreu com as colônias latinas, a ocupação da América do Norte ocorreu a partir de empreendimentos.

Os novos territórios também recebiam o excedente populacional e atraíam quem reclamava maior liberdade religiosa que a oferecida na Inglaterra.

As empresas privadas na colonização: Companhias Londres e Plymouth

Duas empresas privadas iniciaram o processo de colonização da América no Norte a partir de 1606. Após concessão da Coroa inglesa, a Companhia de Londres e a Plymouth realizaram essa processo.

As empresas tinham autonomia para a exploração do território, mas estavam subordinadas ao Estado inglês.

A concessão ocorreu 20 anos depois da chegada dos primeiros colonizadores. Um grupo de 91 homens, 17 mulheres e nove crianças desembarcou na ilha de Roanoke em 1587. Em 1590, não havia vestígios do grupo, liderado por Walter Raleigh. Nunca foi determinado o destino dos colonizadores.

Temendo hostilidades dos indígenas locais, a Companhia de Londres enviou uma comitiva mais robusta para a América. Embarcaram, em três navios, 144 homens com destino ao atual território da Virgínia.

O grupo desembarcou na Baía de Chesapeake no primeiro semestre de 1607 e iniciaram o assentamento denominado Jamestown.

O início da colonização: o surgimento das colônias

Após o insucesso na busca de ouro e outros produtos exploráveis, os colonos aprenderam a cultivar tabaco. As fazendas de tabaco receberam reforço do trabalho escravo a partir de 1619.

Jamestown é o embrião para o nascimento de outras colônias no sul. Surgem, assim, Maryland (1632), Carolina do Norte e Carolina do Sul (1633) e a Geórgia (1733).

As colônias do sul foram marcadas pela tolerância religiosa. Maryland, por exemplo, era uma colônia católica, liderada por Lord Baltimore.

Os empreendimentos coloniais do norte também foram marcados pelo domínio de religiosos. Os primeiros grupos de colonos chamados de peregrinos chegaram à região de Plymouth em 1620. Os colonos passaram a se estabelecer na região denominada Massachusetts, considerada mais liberal.

Na região, os colonos dominaram os nativos e, com eles, aprenderam a dominar a caça, a pesca e a agricultura. Próspera, Massachusetts expandiu as colônias e gerou os territórios que ficaram conhecidos como Nova Inglaterra.

Os territórios compreendiam as colônias de Connecticut, New Haven, Rhode Island e Nova Hampshire.

Diferente do sul, as colônias do norte eram caracterizadas pela policultura voltada à subsistência e pelo trabalho livre.

Por último, surgiram as colônias do centro. Nova Iorque, Delaware, Pensilvânia e Nova Jersey eram marcadas pela liberdade religiosa e o pensamento liberal. Nessa região, os colonos criavam pequenos animais e mantinham estrutura semelhante às colônias da Nova Inglaterra.

As colônias inglesas contavam com 250 mil habitantes, entre colonos e negros escravizados em 1700. À véspera da Independência dos Estados Unidos, em 1775, a região já contava com 2,5 milhões de habitantes.

Apesar dos interesses políticos e religiosos diversos, os colonos mantiveram a unidade para proclamar a independência em 4 de julho de 1776.

Para compreender melhor este tema, consulte:

Colonização Portuguesa e Espanhola

Portugal e Espanha usaram o modelo de colônias de exploração no processo colonial do Continente Americano. Os territórios correspondem hoje à América Latina e América Central.

Características da colonização

  • Extrativismo
  • Extermínio de povos ancestrais
  • Uso de mão-de-obra escrava
  • Ausência de autonomia política em relação à metrópole
  • Ausência de liberdade religiosa
  • Sistema Plantation

Colonização Francesa e Holandesa

França e Holanda entraram tardiamente nas atividades de grandes navegações em busca de novos territórios porque estavam buscando soluções internas para conflitos. No caso da Holanda, foi preciso lutar pela própria independência, da Espanha, em 1581.

Os dois países tentaram invadir territórios já ocupados no Brasil, mas foram expulsos pelos portugueses. A França estabeleceu colônias em parte do território atual do Canadá e no Haiti.

Já a Holanda, explorou a área que hoje corresponde à cidade de Nova York.

Saiba mais em:

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.
Edição por Sandra Luz