Quem foi Vasco da Gama (navegador português)

Ligia Lemos de Castro
Revisão por Ligia Lemos de Castro
Professora de História

Vasco da Gama (1469 - 1524) foi um navegador, explorador e administrador português. Possui grande importância nas navegações portuguesas na época dos descobrimentos e conquistas.

Foi nomeado, pelo rei Dom Manuel I, comandante da frota que saiu da Europa e chegou às Índias, estabelecendo uma nova rota marítima para o Oriente, contornando a costa africana pelo Cabo da Boa Esperança.

Essa empreitada representou uma das mais importantes viagens na época das Grandes Navegações, o que resultou no domínio das rotas comerciais pelos portugueses.

Vasco da GamaRetrato de Vasco da Gama (1838)

Vasco da Gama nasceu em 1469 em Sines, na região do Alentejo, Portugal. Filho de Estêvão da Gama e Isabel Sodré, sua família era nobre e abastada.

Estudou navegação e matemática em Évora, o que lhe auxiliou nas diversas viagens que realizou.

Seu pai era um navegador experiente e, com sua morte, Dom João II resolve colocar Vasco da Gama em seu lugar.

Ele passou pelos oceanos Atlântico e Índico, chegando às Índias e estabelecendo uma nova rota para o comércio de especiarias. Após o seu grande feito, tornou-se um homem rico e respeitado no país.

Casou-se com Catarina de Ataíde, filha do Alcaide de Alvor, e com ela teve sete filhos. Quando voltou às Índias pela terceira vez, ficou muito doente, já que foi acometido pela malária.

Faleceu na cidade de Cochim, na Índia, em 24 de dezembro de 1524.

A viagem de Vasco da Gama (descoberta do caminho marítimo à Índia)

Vasco da GamaViagem de Vasco da Gama (linha demarcada em preto)

Vasco da Gama teve um papel preponderante na descoberta de uma nova rota marítima para as Índias. Na época, esse país representava um importante centro produtor e comercial de especiarias, tecidos e pedras preciosas.

Foi ele quem comandou a expedição marítima que saiu de Portugal (Lisboa) em 8 de julho de 1497, contornou o continente africano, cruzando o Cabo da Boa Esperança, até chegar nas Índias.

Após viajarem cerca de 20 mil quilômetros durante meses, eles chegaram às Índias em 20 de maio de 1498.

Ao chegar em Calicute, cidade situada na costa ocidental da Índia, Vasco da Gama vai ao encontro do samorim, título dado à liderança que governava a região, e lhe oferece diversos presentes, dentre os quais espelhos, contas de vidro e lã. No entanto, dado o baixo valor destes presentes em relação ao alto valor das mercadorias indianas, o governo local foi hostil com o navegador.

Vasco da GamaVasco da Gama perante o Samorim de Calicute (1498), Veloso Salgado.

Os portugueses também enfrentaram as hostilidades dos negociantes árabes, que já tinham comércio estabelecido na região.

Ainda assim, permaneceram por cerca de 5 meses nas Índias, retornando em agosto de 1498 e chegando em Lisboa entre julho e agosto de 1499. Menos da metade da tripulação sobreviveu à viagem.

Assim, o monopólio comercial que até então era das cidades italianas de Gênova e Veneza, começa a mudar.

De tal modo, a Coroa portuguesa, bem como a classe burguesa, chegaram a obter elevados lucros com as especiarias, jóias e tecidos vindos das Índias.

Em 1502, Vasco da Gama volta às Índias com 20 embarcações. Chegando lá eles lutam e, por fim, fazem aliança com os reis de Cochim e Cananor. Além disso, estabeleceu feitorias e entrepostos comerciais na África e na Índia.

Quando retorna a Portugal (1503), os navios vêm carregados de especiarias, jóias e tecidos. Em reconhecimento aos seus feitos, recebeu os títulos de Conde da Vidigueira (1519) pelo rei D. Manuel I e vice-rei da Índia (1524) por D. João III.

Quando realizou a terceira viagem para as Índias, em 1524, logo contraiu malária, doença que o matou. Seus restos mortais foram enviados para Portugal e atualmente se encontram no Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa.

Curiosidade

A obra Os Lusíadas, de Luís de Camões, foi inspirada na viagem de Vasco da Gama. Confira o primeiro trecho da obra:

Canto I

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

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Referências Bibliográficas

CROWLEY, Roger. Conquistadores: como Portugal forjou o primeiro império global. Tradução Helena Londres. São Paulo: Planeta, 2016.

FONSECA, Luís Adão da. Vasco da Gama: o homem, a viagem, a época. Lisboa: Comissariado da Exposição Mundial de Lisboa, 1998. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/20463

Ligia Lemos de Castro
Revisão por Ligia Lemos de Castro
Professora de História formada pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Docência na Educação à Distância pela Universidade Federal de São Carlos. Leciona História para turmas do Ensino Fundamental II desde 2017.
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A Equipe Editorial do Toda Matéria é formada por pesquisadores e professores com vários anos de experiência no sistema educacional brasileiro, com domínio em diferentes disciplinas do ensino básico, fundamental e médio.