Arianismo

Arianismo é uma doutrina filosófica que surgiu no século IV a.C. e que colocava em cheque a Santíssima Trindade, um dos principais dogmas da Igreja Católica.

Proposta por Ário (272 - 337), um professor de Alexandria, a doutrina questiona a divindade de Jesus Cristo, que por ser criado pelo Pai, Deus, seria então um semideus.

O dogma da Santíssima Trindade afirma que o Pai, Deus; o filho, Jesus Cristo; e o Espírito Santo são um só ser divido. O arianismo refuta a ideia de que podem ser três em um e um em três porque não há uma explicação de como os Seres se relacionam entre si.

Para Arius, se Jesus foi o primeiro ato da criação por Deus, existe algum tipo de prioridade e o poder maior é Dele e não do Filho.

A doutrina também questiona as referências bíblicas que destacam a fragilidade de Jesus quando está sob a forma humana. Se é um Deus, então porque sentir cansaço, dores e limitações inerentes ao ser humano?

A doutrina foi alvo de intensos debates e, para estabelecer uma corrente única de pensamento, o imperador de Roma, Constantino I (272 - 337), convocou o Primeiro Concílio de Niceia, no ano 325 d.C. O concílio contou com a presença de 318 bispos, a cidade de Niceia, Turquia.

Heresia

Após intenso debate, a doutrina do arianismo foi considerado uma heresia e a Santíssima Trindade passou ser inquestionável pela Igreja Católica.

Há religiões, contudo, que ainda se utilizam do pensamento e aceitam a posição de Jesus Cristo como menos divina que o Pai, Deus. O mesmo ocorre com a Igreja dos Santos dos Últimos Dias.

Nestorianismo

O Nestorianismo foi uma doutrina proposta pelo Arcebispo de Constantinopla Nestório (428 - 431) que destaca as diferenças da natureza divina e humana de Jesus Cristo.

A teoria, que também foi considerada heresia pela Igreja Católica, rejeita o título de Mãe de Deus (Theotokos) para Maria.

Gnosticismo

O gnosticismo é um pensamento religioso anterior a Jesus Cristo que propõe a existência de dois deuses, um a serviço do bem e outro a serviço do mau.

Nessa corrente de pensamento, considerada heresia pela Igreja Católica, a criação do mundo seria instrumento do deus mau, que e o Deus cultuado pelos Cristãos.

Os adeptos dessa corrente de pensamento acreditam que as almas já existam em um plano denominado Plenoma, mas uma tragédia a castigou e as aprisionou no corpo de humanos. Para retornarem à condição inicial, as almas precisam de libertação.

O gnosticismo também acredita na reencarnação, o que não é aceito pelos Cristãos.

Docetismo

O docetismo também questiona o dogma de Jesus Cristo como Deus tendo tomado a forma de ser humano.

Os adeptos dessa corrente rejeitam a maior parte do Novo Testamento e consideram alguns poucos livros que descrevem o universo de Jesus Cristo.

Apoliranismo

A condição humana e divina de Jesus Cristo também é debatida no Apoliranismo, fundado por Aplinário de Laodiceia (310 - 390).

Apolinário defendia que enquanto o homem era formado por corpo, alma e espírito, o espírito de Jesus Cristo foi tomado pelo "Logos", a Segunda Pessoa da Trindade.

Dessa maneira, Jesus não teria um corpo, mas seria um espírito que incorporava nos homens.

Arianismo Nazista

O arianismo nazista surge a partir da utilização do radical a palavra ariano, que deriva do sânscrito "arya" e significa nobre.

O Partido Nazista Alemão usou do termo a partir do século XIX e a primeira metade do século XX como política de diferenciação racial.

Arthur de Gabineu (1806 - 1882) usou o termo "raça ariana" com base nos estudos de Friedrich von Shelegel. Para esse, o povo ariano era originário da Ásia Central, migrou para o sul e oeste e chegou à Europa.

Gabineu considerava puros todos os europeus que descendiam desse antigo povo ariano. Seu pensamento foi reproduzido por Adof Hitler (1889 - 1945) em sua teoria da superioridade da raça ariana, que prega serem estes mais evoluídos e dotados de inteligência superior às demais raças.

Esse foi o argumento para justificar o extermínio de milhões de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial.

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