Causas da Independência do Brasil

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

Entre os fatores que causaram a Independência do Brasil podemos destacar a crise do sistema colonial, as ideias iluministas e as independências ocorridas na América Inglesa e na América Espanhola.

Além disso, a própria elite agrária brasileira se beneficiaria de uma separação entre Portugal e Brasil.

Principais Causas: resumo

No Brasil, a superação do pacto colonial interessava a aristocracia agrária, classe dominante da colônia.

Ela via nisso a possibilidade de se ver livre definitivamente dos monopólios metropolitanos e da submissão aos comerciantes portugueses.

Bandeira da Independência do Brasil
Aspecto da bandeira do Brasil independente com a coroa imperial, o verde dos Bragança e o amarelo dos Habsburgos.

A Inconfidência Mineira (1789) foi um dos movimentos de tentativas de liberdade colonial.

O desenvolvimento da região estava entravado pelos rigores da política mercantilizada, que impedia qualquer progresso que beneficiasse a colônia.

Dentre as revoltas precursoras da independência do Brasil, a Conjuração Baiana (1798), foi o que apresentou características mais populares.

A população de Salvador, basicamente formada de escravos, negros, livres, mulatos, brancos, pobres e mestiços, viviam em situação de penúria. Assim, eles pregavam uma sociedade onde não houvesse diferenças sociais.

A Administração de D. João

Em 1807, diante das manobras de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João, escolheu vir para o Brasil, e assim não perder sua coroa.

Esta situação provocou uma inversão política: o Brasil, que era colônia de Portugal, passou a ser a sede do governo português.

No dia 28 de janeiro de 1808, seis dias após sua chegada a Salvador, foi decretado a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Isso significava que qualquer país poderia comercializar com o Brasil.

Esta medida agradou à aristocracia rural brasileira, que poderia fazer comércio sem a intervenção dos portugueses e adquirir mercadorias manufaturadas a baixo preço.

A abertura dos portos significava o fim do pacto colonial e podia ser considerada como o primeiro passo para a independência política do Brasil.

Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves

Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Com isso, o Brasil deixa de ser colônia para adquirir o mesmo status jurídico que a metrópole.

Esta mudança provocou descontentamento em Portugal, pois revelava que D. João pretendia se fixar no Brasil. Igualmente, o Brasil tornava-se centro do império português.

Em 1816, com a morte de rainha D. Maria, D. João tornou-se rei, sendo aclamado D. João VI e permanecendo no Brasil.

No entanto, um movimento de emancipação política eclodiu com a Revolução Pernambucana de 1817. Essa luta estava pautada em diversos fatores:

  • A insatisfação com a cobrança de pesados impostos;
  • abusos administrativos;
  • arbitrárias e opressiva administração militar;
  • insatisfação popular;
  • os ideais nativistas.

Revolução Liberal do Porto

Em 1820, com a Revolução Liberal do Porto, que tinha por objetivo a autonomia portuguesa, a promulgação de uma Constituição e retomar a colonização do Brasil. Diante desses fatos, D. João VI volta para Portugal e atribui a D. Pedro a regência do Brasil.

Em seguida, várias medidas vindas de Portugal pressionaram o governo de D. Pedro, na tentativa de anular seus poderes político, administrativo, militar e judicial e forçá-lo a regressar a Portugal.

As notícias repercutiram como uma declaração de guerra, provocando tumultos e manifestações de desagrado.

D. Pedro foi convidado para ficar, pois sua partida representaria o esfacelamento do Brasil. O Dia do Fico (1822) era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal.

Os acontecimentos desencadearam uma crise no governo e os ministros fiéis às Cortes, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio, um dos principais partidários da emancipação política brasileira.

Ficou estabelecido que qualquer determinação vinda de Portugal só deveria ser acatada com o cumpra-se de D. Pedro. Este, então, dirigi-se a província de São Paulo em busca de apoio para sua causa.

Ao voltar de Santos para a capital paulista recebe um correio de Portugal exigindo seu retorno imediata a Lisboa. Também recebe duas cartas, uma de José Bonifácio e outra de Dona Leopoldina aconselhando que não aceitasse esta ordem.

Dom Pedro acata o conselho e corta os vínculos políticos que ainda restavam com Portugal.

Saiba mais:

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.