Cometa Halley

O cometa Halley, também conhecido no meio astronômico como “1P/Halley”, é um cometa extremamente brilhante, visível a olho nu e o mais famoso de todos os seus congêneres.

Este foi o primeiro cometa reconhecido como periódico, descoberta esta realizada pelo astrônomo inglês Edmond Halley entre 1696 e 1705, o qual faleceu no ano de 1742 sem poder ver suas teorias confirmadas (seu nome é homenagem ao seu descobridor).

O cometa Halley já teve cerca de trinta aparições registradas, comprovando cabalmente a eficácia da lei da gravitação de Newton, a qual foi utilizada por Edmond para determinar a periodicidade do cometa.

Principais Características

O cometa Halley possui um núcleo formado por gelo, poeira e fragmentos rochosos, o qual mede aproximadamente 15 km de comprimento, 8 km de largura e 8 km de altura, onde existem crateras de até 1 km de diâmetro.

Por outro lado, o núcleo do cometa Halley possui uma densidade baixa (0.1 gm/cm​3), o que nos leva a crer que seja poroso. Por fim, vale citar que a idade estimada deste núcleo é de aproximadamente 4,6 bilhões de anos, a idade do Sistema Solar.

A velocidade do Halley não é constante, variando entre 70,6 km/s a 63,3 km/s, devido à atração exercida pelas forças gravitacionais de Júpiter e de Saturno, as quais podem desacelerar o cometa.

Não obstante, sua órbita é elíptica e retrógrada (gira no sentido contrário ao dos planetas) e está inclinada 18 graus em relação a sua elipse.

Por sua vez, esta órbita se dá em torno do Sol e leva de 74 e 79 anos para se completar, o que é considerado uma periodicidade relativamente curta.

Assim, quando o cometa se aproxima do Sol, sua temperatura pode chegar a 77°C, momento em que está mais brilhante e sua cauda é maior. Este período é conhecido como "periélio" e significa que o astro esta mais próximo do Sol (o ponto mais distante do Sol é chamado "afélio").

O cometa Halley possui uma idade avançada, pois foi apanhado pelo campo gravitacional de Júpiter, cerca de 200 mil anos atrás, quando possuía aproximadamente 19 km de diâmetro.

Com isso, cada vez que este cometa completa o ciclo orbital, ele perde até 0,1% da sua massa total, ou seja, 100 mil milhões de kg de sua composição. Portanto, estima-se que em até 300 mil anos ele tenha desaparecido.

Apesar de ser muito brilhante, apenas 4% da luminosidade recebida pelo Halley é refletida. Isso porque ele é um dos objetos mais sombrios no espaço (sua cor é preta e mais escura que o carvão).

Ora, o seu brilho intenso e de cor branca se devem a cauda do cometa, a qual pode atingir alguns milhões de quilômetros de comprimento e se divide em duas: uma compostas por gases ionizados, como o cianogénio (mortalmente venenoso), e outra formada por poeira.

Esta última, pode provocar duas chuvas de meteoros durante a passagem do cometa pela Terra: EtaAquárida (Abril a Maio) e Oriónidas (Outubro).

Para saber mais:

Principais Aparições do Cometa Halley

O primeiro registro oficial deste cometa foi em 240 a.C. Por conseguinte, no século I d.C., astrônomos judeus já registravam no Talmude a aparição de uma estrela a cada setenta anos. No ano de 837, o cometa Halley fez sua maior aproximação com a Terra, ou seja 4,8 milhões de quilômetros.

Em 1066, ele passou durante a conquista normanda da Inglaterra por Guilherme II da Normandia. Na sua passagem do ano de 1531, ele foi avisado por Petrus Apianus e, em 1607, por Johannes Kepler.

Foram justamente estes dois últimos avistamentos que possibilitaram a Edmond Halley concluir que o cometa a evoluir pelos céus em 1682 era o mesmo que os anteriores.

Por sua vez, em 1910, o cometa Halley foi fotografado pela primeira vez e ganhou fama mundial. Contudo, a maior revolução sobre este tema ocorreu em 1986, quando foi possível enviar espaçonaves para observá-lo.

Estas sondas foram: Planet A e Sakigake do Japão, Giotto da Agência Espacial Europeia (esta chegou à 500 km do núcleo do cometa), ISEE-3/ICE da NASA e VEGA 1 e VEGA 2 da URSS.

Por fim, vale lembrar que a próxima passagem do cometa Halley esta estimada para 28 de julho de 2061 e poderá ser vista em todo o planeta, apesar da poluição dificultar muito seu aparecimento aos olhos nus.