Espaço Rural: conceito e características

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

Espaço rural pode ser entendido como uma área que não passou pelo processo de urbanização. São áreas menos povoadas e com menos infraestrutura básica. Muitas vezes, escolas e hospitais são distantes, e a oferta de água limpa pode ser limitada.

Há menos indústrias, que costumam ser focadas nos produtos agropecuários, como tratamento do leite, produção de queijo ou processamento de grãos, como café (pó de café) e soja (óleo de soja).

Por outro lado, existem também espaços rurais altamente tecnológicos, com uso de máquinas agrícolas, técnicas de plantio e irrigação avançadas e pouco uso de mão de obra humana.

Vale lembrar que espaço rural é diferente do espaço natural. Numa plantação, por exemplo, por mais que os elementos predominantes sejam plantas (como cana, café, soja, etc.), elas não nasceram ali de forma natural, mas foram plantadas por uma vontade e lógica humana.

Espaço rural e espaço urbano

O espaço rural é caracterizado pelo uso da terra para agricultura, pecuária e extrativismo. Ele é ocupado por comunidades rurais, marcado pela presença de pequenas propriedades e pouca urbanização.

Enquanto isso, o espaço urbano é marcado pela presença de edifícios e infraestrutura, lojas, comércios e alta densidade demográfica, além de uma intensa vida cultural e social.

Esses dois espaços se complementam, pois enquanto o espaço rural é importante para a produção de alimentos e matérias-primas, o espaço urbano é o local onde ocorre a concentração de empregos, renda e serviços.

Por norma, o espaço rural atende às necessidades da cidade, uma vez que apenas uma pequena parcela do que é produzido no campo é consumido pelos moradores das áreas rurais. A maioria da produção agropecuária tem como destino os grandes centros urbanos, que consomem e pagam mais por esses produtos.

Espaço Rural na Atualidade

Entre os anos 50 e 60, as áreas rurais começaram a passar por um processo de modernização. Esse processo ficou conhecido como Revolução Verde, e sua intenção era investir em técnicas modernas e novas tecnologias, como máquinas agrícolas, pesticidas e fertilizantes químicos.

Além disso, novas variedades de plantas foram criadas (transgênicos) para aumentar a produção agrícola sob a justificativa de combater a fome em países em desenvolvimento.

Esse processo de modernização favoreceu os grandes produtores, fazendo com que os pequenos camponeses não conseguissem competir com eles. Assim, muitos agricultores começaram a se mudar do campo para a cidade, no chamado êxodo rural.

A Revolução Verde causou uma série de consequências ambientais e sociais, como o desmatamento, extinção de espécies e o conflito com povos indígenas.

Com o passar do tempo, a quantidade de pessoas passando fome vem diminuindo timidamente, enquanto os problemas socioambientais se aprofundam cada vez mais.

Para saber mais, leia:

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.