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Exercícios sobre as fases do capitalismo (se prepare para o ENEM)

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

O sistema capitalista é um tema frequentemente adotado nos vestibulares, bem como suas fases e características. Tendo isso em vista, fizemos uma lista de 10 exercícios feitos no padrão do ENEM para ajudar nos seus estudos.

Teste seus conhecimentos e veja o gabarito e a explicação após cada pergunta.

Exercício 1

“Uma fábrica na qual os operários fossem, efetiva e integralmente, simples peças de máquinas executando cegamente as ordens da direção pararia em quinze minutos. O capitalismo só pode funcionar com a contribuição constante da atividade propriamente humana de seus subjugados que, ao mesmo tempo, tenta reduzir e desumanizar o mais possível.”

CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

A partir da Revolução Industrial, especialmente no século XIX, o espaço geográfico passou a ser intensamente moldado pelo processo produtivo capitalista. O texto aponta para a dinâmica da industrialização clássica, em que o trabalhador é tratado como extensão das máquinas.

Essa lógica foi acompanhada, no espaço geográfico, por transformações associadas à:

A) descentralização produtiva e avanço da automação, característicos do capitalismo informacional.

B) substituição do trabalho humano por inteligência artificial, marcando a Quarta Revolução Industrial.

C) urbanização acelerada, concentração industrial e redefinição das relações entre campo e cidade.

D) eliminação das desigualdades regionais a partir da interiorização das atividades econômicas.

E) valorização do trabalhador como agente criativo, incentivando o cooperativismo urbano.

Gabarito explicado

Gabarito: C) urbanização acelerada, concentração industrial e redefinição das relações entre campo e cidade.

Explicação: são efeitos da revolução industrial a intensa urbanização, concentração das fábricas em áreas urbanas, e transformação nas relações entre campo e cidade (como o êxodo rural). O texto reforça o papel do trabalhador como peça da engrenagem produtiva, aspecto marcante do modelo industrial fordista.

Exercício 2

“No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a algum tipo de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade produtiva e de renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma mudança do processo de acumulação para um nível novo e superior.”
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).

Ao longo do século XX, o capitalismo passou por diversas crises que resultaram em mudanças profundas em sua lógica de funcionamento. A partir da década de 1970, consolidou-se o modelo neoliberal, baseado na flexibilização produtiva, abertura de mercados e privatizações. Tais transformações impactaram diretamente a organização do espaço geográfico.

Nesse contexto, uma característica marcante do espaço sob a lógica neoliberal é:

A) a ampliação da presença estatal nas atividades econômicas estratégicas.

B) a valorização da autossuficiência produtiva nacional para reduzir dependências externas.

C) a homogeneização do espaço urbano com a eliminação de desigualdades territoriais.

D) a expansão das redes de circulação e comunicação como suporte à globalização produtiva.

E) o fortalecimento de economias locais frente à desregulamentação financeira global.

Gabarito explicado

Gabarito: D) a expansão das redes de circulação e comunicação como suporte à globalização produtiva.

Explicação: uma das principais transformações do espaço no capitalismo neoliberal é a ampliação das redes de circulação (transportes) e comunicação (tecnologias digitais) para garantir a fluidez do capital, da produção e da informação. Isso se relaciona diretamente com o processo de globalização, que exige maior integração dos territórios para manter a competitividade e a lógica de acumulação ampliada apontada por Harvey.

Exercício 3

“Quando a taxa de remuneração do capital excede substancialmente a taxa de crescimento da economia, pela lógica, a riqueza herdada aumenta mais rápido do que a renda e a produção. Então, basta aos herdeiros poupar uma parte limitada da renda de seu capital para que ele cresça mais rápido do que a economia como um todo. [...] é quase inevitável que a riqueza herdada supere a riqueza constituída durante uma vida de trabalho, e que a concentração do capital atinja níveis muito altos.”

PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. Adaptado.

Com base no texto e nos conhecimentos geográficos sobre o desenvolvimento do capitalismo, a lógica econômica apresentada por Piketty é típica de qual fase do capitalismo, e qual consequência socioespacial essa lógica tende a gerar?

A) Capitalismo industrial; descentralização das indústrias para áreas rurais.

B) Capitalismo comercial; fortalecimento das feiras e portos medievais.

C) Capitalismo informacional; fragmentação do território e precarização do trabalho.

D) Capitalismo neoliberal; aumento das desigualdades socioespaciais e da concentração fundiária.

E) Capitalismo financeiro; desconcentração de renda e democratização do espaço urbano.

Gabarito explicado

Gabarito: D) Capitalismo neoliberal; aumento das desigualdades socioespaciais e da concentração fundiária.

Explicação:

O texto de Piketty trata da lógica econômica que favorece a concentração de capital e da herança como fator de perpetuação das desigualdades — características associadas ao capitalismo neoliberal (fase atual do capitalismo), onde há forte atuação do mercado financeiro e menor intervenção estatal.

Essa lógica gera impactos geográficos evidentes, como a intensificação das desigualdades regionais, a concentração fundiária, a exclusão de parcelas da população dos centros urbanos e o surgimento de espaços de alto padrão contrastando com periferias empobrecidas, refletindo uma profunda desigualdade socioespacial.

Exercício 4

"Existe uma concorrência global, forçando redefinições constantes de produtos, processos, mercados e insumos econômicos, inclusive capital e informação."

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

As transformações do capitalismo ao longo do tempo promoveram novas formas de organização da produção e da circulação de bens, serviços e informações. Na contemporaneidade, o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TICs) tem alterado profundamente o funcionamento da economia global e a organização do espaço geográfico.

A partir do conceito de capitalismo informacional e do texto acima, uma característica marcante dessa fase do capitalismo é:

A) o fortalecimento da produção artesanal e o crescimento dos mercados locais.

B) a fixação de empresas em locais com baixa conectividade digital e alto custo de mão de obra.

C) a descentralização das atividades produtivas com base na conectividade e na fluidez das informações.

D) a valorização do trabalho manual em detrimento da automação e da robotização industrial.

E) a estagnação da economia global devido à limitação da circulação de capitais e tecnologias.

Gabarito explicado

Gabarito: C) a descentralização das atividades produtivas com base na conectividade e na fluidez das informações.

Explicação: o texto de Castells evidencia um dos pilares do capitalismo informacional: a centralidade da informação e do conhecimento como fatores produtivos, que promovem inovação constante e reorganizam os fluxos globais de capital e trabalho. Dessa forma, o fenômeno de descentralização produtiva possibilitada pela interconectividade, pela globalização dos sistemas produtivos e pela redefinição do espaço em redes, típico dessa fase do capitalismo.

Exercício 5

“Em 1960, os 20% mais ricos da população mundial dispunham de um capital trinta vezes mais elevado do que o dos 20% mais pobres, o que já era escandaloso. Mas, ao invés de melhorar, a situação ainda se agravou. Hoje, o capital dos ricos em relação ao dos pobres é, não mais trinta, mas oitenta e duas vezes mais elevado.”
RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes, 2003 (adaptado).

As transformações do capitalismo ao longo do século XX e início do século XXI intensificaram a concentração de riquezas e aprofundaram as desigualdades socioeconômicas em escala global.

Com base no texto e nos conhecimentos geográficos sobre o funcionamento da economia mundial, o aprofundamento das desigualdades sociais está relacionado a qual característica da fase atual do capitalismo?

A) A universalização da renda básica global, promovida por organismos multilaterais.

B) A ampliação da produção agrícola familiar nos países subdesenvolvidos.

C) A globalização seletiva, que favorece fluxos econômicos entre centros desenvolvidos e margina periferias.

D) A substituição dos mercados financeiros por sistemas de trocas solidárias.

E) A estabilidade nos indicadores sociais em razão da democratização da informação.

Gabarito explicado

Gabarito: C) A globalização seletiva, que favorece fluxos econômicos entre centros desenvolvidos e margina periferias.

Explicação: a fase atual do capitalismo — também chamada de capitalismo financeiro ou informacional — é marcada pela globalização desigual, em que fluxos de capital, tecnologia e conhecimento se concentram em regiões centrais do sistema-mundo, enquanto áreas periféricas e semiperiféricas continuam marginalizadas. Isso aprofunda a concentração de renda e a desigualdade social, como destacado por Ramonet.

Exercício 6

"As relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista — e o sistema de fábrica é seu ʼestágio superiorʼ —, tornaram possível o desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é, aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho. Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho."

DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).

O desenvolvimento do sistema fabril no contexto do capitalismo industrial transformou profundamente as relações sociais e os modos de produção.

A partir do texto e dos conhecimentos sobre o capitalismo industrial, a principal função do sistema de fábrica no contexto geográfico e histórico do século XIX foi:

A) Valorizar os saberes populares na produção artesanal, garantindo autonomia ao trabalhador.

B) Integrar os operários aos lucros do capital, promovendo igualdade na gestão da produção.

C) Incentivar a descentralização produtiva como forma de reduzir os custos industriais.

D) Otimizar o controle e a disciplina dos trabalhadores por meio da centralização do processo produtivo.

E) Promover a rotatividade entre os postos de trabalho para ampliar a experiência operária.

Gabarito explicado

Gabarito: D) Otimizar o controle e a disciplina dos trabalhadores por meio da centralização do processo produtivo.

Explicação: o texto de Decca aponta que o sistema de fábrica não apenas aumentou a produtividade, mas também funcionou como mecanismo de controle e disciplina sobre o trabalhador, típico da segunda metade do século XIX, no auge da Revolução Industrial. Essa fase do capitalismo é marcada pela centralização da produção, mecanização e hierarquização rígida do trabalho, com o objetivo de aumentar o lucro e o controle dos donos do capital sobre os processos produtivos.

Exercício 7

TEXTO I
Dezenas de milhares de pessoas compareceram à maior manifestação anti-troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) em Atenas contra a austeridade e os cortes de gastos públicos aprovados neste domingo no parlamento grego.

Disponível em: www.cartamaior.com.br. Acesso em: 8 nov. 2013.

TEXTO II
As políticas de austeridade transferem o ônus econômico para as classes trabalhadoras. Para diminuir os prejuízos do capital financeiro, socializam as perdas entre as classes trabalhadoras. O capitalismo não foi capaz de integrar os trabalhadores e ao mesmo tempo protegê-los.

Entrevista com Ruy Braga. Revista IHU Online. Disponível em: www.ihu.unisinos.br. Acesso em: 8 nov. 2013.

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a lógica do capitalismo neoliberal, as manifestações populares na Grécia refletem a:

A) defesa do nacionalismo econômico e o repúdio à globalização cultural imposta pelas grandes potências.

B) reação da população aos efeitos sociais da reestruturação do Estado e à imposição de políticas de ajuste fiscal.

C) insatisfação das elites locais com a redução dos subsídios à produção agrícola familiar.

D) crítica à ausência de investimentos em infraestrutura urbana em função do aumento da tributação progressiva.

E) oposição dos países periféricos da Europa ao ingresso na União Europeia e ao euro como moeda única.

Gabarito explicado

Gabarito: B) reação da população aos efeitos sociais da reestruturação do Estado e à imposição de políticas de ajuste fiscal.

Explicação: as políticas de austeridade — típicas do capitalismo neoliberal, principalmente após crises econômicas — consistem em cortes de gastos públicos, reformas trabalhistas e previdenciárias, e privatizações. Essas medidas são exigidas por organismos como o FMI, geralmente como condição para concessão de empréstimos. O texto I mostra a reação social a essas medidas na Grécia, enquanto o texto II critica o modelo neoliberal que transfere os custos das crises ao trabalhador.

Exercício 8

"O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão 8,10,12,15 horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista."

MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

A citação de Karl Marx expressa uma transformação essencial que marcou a transição do feudalismo para o capitalismo industrial. Essa mudança alterou profundamente as relações de trabalho e impactou diretamente o espaço geográfico.

Essa transformação está relacionada ao seguinte processo geográfico:

A) Expansão dos feudos autossuficientes e fortalecimento do trabalho servil.

B) Êxodo rural e concentração da população nas cidades industriais.

C) Valorização da terra agrícola como principal meio de produção de riqueza.

D) Estagnação das cidades diante da manutenção do modelo agrário.

E) Retorno da organização comunitária dos antigos povoados medievais.

Gabarito explicado

Gabarito: B) Êxodo rural e concentração da população nas cidades industriais.

Explicação: o texto de Marx destaca a condição do trabalhador urbano assalariado, característica da sociedade capitalista industrial. Essa nova forma de trabalho surge com o colapso do sistema feudal e o crescimento das cidades industriais, onde os trabalhadores passaram a vender sua força de trabalho em troca de salário. Esse processo está diretamente ligado ao êxodo rural e à urbanização acelerada, típicos do século XIX nos países pioneiros da Revolução Industrial.

Exercício 9

“Em regiões antes consideradas periféricas, a exemplo do Centro-Oeste, sob o impulso da técnica, há condições para atividades com alto nível de capital, tecnologia e organização, dando lugar a fenômenos de descentralização seletiva. Ainda que as atividades de comando tendam a se manter concentradas, a rede de atividades produtivas mais modernas tende a se expandir territorialmente.”

BERNARDES, J. A. As estratégias do capital no complexo da soja. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Brasil: questões atuais da reorganização do território. Bertrand Brasil, 2008 (adaptado).

O trecho trata da reorganização espacial da produção no Brasil, especialmente no setor agroindustrial. Essa reorganização está associada às dinâmicas do capitalismo global contemporâneo, que impõem transformações no uso do território.

Com base no texto, o avanço da agroindústria em regiões periféricas do país está relacionado a:

A) Valorização da agricultura de subsistência e fortalecimento da economia local.

B) Distribuição igualitária dos investimentos em todas as regiões brasileiras.

C) Aplicação de técnicas sustentáveis voltadas à redução do uso intensivo da terra.

D) Expansão territorial de atividades produtivas vinculadas a grandes corporações.

E) Redução do papel das tecnologias de informação nos processos agrícolas.

Gabarito explicado

Gabarito: D) Expansão territorial de atividades produtivas vinculadas a grandes corporações.

Explicação: a agroindústria no capitalismo moderno promove uma reorganização territorial baseada em altos investimentos em capital, tecnologia e infraestrutura, o que permite sua expansão para regiões antes consideradas periféricas, como o Centro-Oeste brasileiro. Isso reflete o modelo de descentralização seletiva, no qual a produção se espalha, mas o comando permanece centralizado nas grandes corporações ou centros financeiros.

Exercício 10

“A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de várias décadas do século XX.”

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009 (adaptado).

O modelo de organização do trabalho descrito no trecho está relacionado a transformações significativas ocorridas durante uma fase específica do capitalismo, marcada pela consolidação da produção em larga escala e pela intensificação do consumo de bens industriais.

A consolidação do modelo fordista-taylorista de produção é característica da fase do capitalismo conhecida como:

A) Mercantil, na qual predomina a acumulação de metais preciosos.

B) Financeiro, com destaque para o capital especulativo e transações eletrônicas.

C) Informacional, com foco na descentralização e na flexibilização da produção.

D) Industrial, marcada pela mecanização e padronização do processo produtivo.

E) Monopolista, caracterizada pela fragmentação das grandes corporações.

Gabarito explicado

Gabarito: D) Industrial, marcada pela mecanização e padronização do processo produtivo.

Explicação: a organização científica do trabalho (taylorismo) e sua fusão com o fordismo constituem a base da produção industrial em massa, com padronização, divisão rígida das tarefas e mecanização do trabalho, características marcantes da fase industrial do capitalismo (também chamada de capitalismo industrial clássico ou capitalismo monopolista-industrial, especialmente entre o final do século XIX e a metade do século XX).

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Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.