Exercícios sobre Fordismo (com gabarito explicado)
Confira a lista com 7 exercícios feitos no modelo ENEM. Estas questões visam auxiliar nos estudos sobre Fordismo, um dos principais sistemas de produção surgidos durante a Revolução Industrial. Lembre-se de conferir o gabarito e a explicação ao final de cada exercício.
Exercício 1
O toyotismo, a partir dos anos 1970, teve grande impacto no mundo ocidental, quando se mostrou para os países avançados como uma opção possível para a superação de uma crise de acumulação.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo, Botempo. 2009 (adaptado)
O surgimento do toyotismo nos anos 1970 está relacionado à necessidade de superação de uma crise no sistema capitalista industrial. Ao oferecer maior flexibilidade de produção e redução de estoques, o toyotismo representou uma alternativa ao modelo anterior, o fordismo, cujas bases estavam voltadas à produção em massa e padronização.
Qual característica principal do fordismo é diretamente contrastada com o modelo toyotista, como alternativa à crise?
A) Uso intensivo da mão de obra artesanal e qualificada.
B) Descentralização das unidades produtivas e terceirização.
C) Produção flexível, adaptada à demanda personalizada.
D) Produção padronizada, em larga escala e com esteiras rolantes.
E) Distribuição global das unidades de consumo e fabricação.
Gabarito: D) Produção padronizada, em larga escala e com esteiras rolantes.
Explicação: O fordismo se caracteriza pela produção em massa e padronizada, com base na linha de montagem e pouca variação de produto, ao contrário do toyotismo, que trouxe mais flexibilidade.
Exercício 2
"O Brasil se engaja em sua capacidade industrial crônica, como já é o caso da Europa, nos Estados Unidos, no Japão. Uma sobre capacidade da qual não se escapa e que agrava a crise. Para vender, em detrimento das demais, cada montadora baixa ligeiramente os preços de seus veículos. Mas, para fazê-lo, precisará reduzir os custos, em primeiro lugar diminuindo o número dos trabalhadores e seus salários. Esse fenômeno é agora conhecido na Europa. Cada trabalhador vive na angústia do anúncio do fechamento de sua fábrica. Desde que Louis Schweitzer, o dirigente da Renault, anunciou, em 27 de fevereiro de 1997, o fechamento da fábrica de Vilvorde, apesar de ser essa uma unidade moderna, cheia de robôs e com boa performance no plano da produtividade, flexibilidade e da qualidade, cada trabalhador europeu sabe que não está mais protegido, mesmo se aceita todas as concessões possíveis e imagináveis feitas a seu patrão."
GOUNET, Thomas. Fordismo e Toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 2002, p. 8
A crise das montadoras e o avanço da automação indicam transformações profundas na indústria automobilística. Mesmo unidades modernas e produtivas estão sendo fechadas, levando à precarização das relações de trabalho e à insegurança do trabalhador.
No contexto apresentado, uma das consequências do modelo fordista, especialmente quando associado às crises industriais, é:
A) O crescimento sustentável da indústria tradicional.
B) O aumento da formalização do trabalho e estabilidade.
C) A proteção do trabalhador pelas tecnologias digitais.
D) A alienação do trabalhador e sua vulnerabilidade ao desemprego.
E) A eliminação do capital estrangeiro das montadoras.
Gabarito: D) A alienação do trabalhador e sua vulnerabilidade ao desemprego.
Explicação: O modelo fordista promove a fragmentação do trabalho, tornando o trabalhador alienado e facilmente substituível, o que se agrava em momentos de crise.
Exercício 3
"A recessão de 1973, acentuada pelo choque do petróleo, colocou em movimento processos que solaparam o fordismo e que retiraram o mundo capitalista da estagflação (estagnação da produção de bens e inflação de preços). Em razão disso, novas experiências na organização da indústria e na vida social e política começaram a tomar forma. Essas experiências representam a passagem para um regime de acumulação inteiramente novo - a acumulação flexível."
Adaptado de Harvey, David. Condição Pós-Moderna. Edições Loyola. São Paulo. 1990.
A crise do petróleo em 1973 evidenciou as fragilidades do fordismo e impulsionou transformações na estrutura produtiva do capitalismo industrial, gerando o que David Harvey chamou de "acumulação flexível".
Segundo o texto, a crise de 1973 contribuiu para o declínio do fordismo ao:
A) Reduzir os preços das commodities energéticas.
B) Estimular o crescimento das pequenas indústrias artesanais.
C) Provocar estagflação, que impulsionou novas formas produtivas.
D) Fortalecer os sindicatos industriais tradicionais.
E) Substituir o modelo industrial pelo modelo agrícola exportador.
Gabarito: C) Provocar estagflação, que impulsionou novas formas produtivas.
Explicação: A crise de 1973 levou à estagflação, uma combinação de estagnação com inflação, que pressionou as indústrias a buscar alternativas mais flexíveis ao modelo fordista.
Exercício 4
"A desmaterialização da fábrica, com menos pessoas e mais programas de computador e máquinas automatizadas, a personalização dos produtos de luxo, o distanciamento entre vendedor e comprador e a rapidez na entrega são os eixos da nova "revolução" até 2025."
"Mercado da moda se articula e traça metas para nova revolução industrial". Folha de S. Paulo, 07/05/2017. Acesso em 25 julho 2017.)
Com o avanço tecnológico, o setor industrial vem passando por novas transformações que afetam a lógica de produção e consumo. A personalização e a automação intensificam a substituição de trabalhadores por máquinas inteligentes.
Essas transformações representam uma ruptura com qual dos aspectos centrais do fordismo?
A) O controle digital descentralizado dos estoques.
B) A produção sob demanda, customizada ao cliente.
C) A utilização de linhas de montagem para padronização em massa.
D) A terceirização de etapas produtivas em vários países.
E) A venda direta por plataformas online ao consumidor final.
Gabarito: C) A utilização de linhas de montagem para padronização em massa.
Explicação: O modelo fordista é marcado pela padronização em massa em linha de montagem, o que contrasta com a personalização e automação da nova revolução industrial.
Exercício 5
"O lançamento do 787 da Boeing foi marcado por enormes estouros de orçamento e incêndios em baterias. Antes da sua fusão com a MacDonnell Douglas, a Boeing tinha uma cultura orientada para a engenharia não rotineira e histórico de apostas em investimentos arrojados em novos aviões. A MacDonnell Douglas, por outro lado, era avessa ao risco e focada no corte de custos e no desempenho financeiro, e sua cultura passou a dominar a empresa resultante da fusão, o 787 foi desenvolvido com um nível de terceirização sem precedentes - em parte, acreditavam os engenheiros, para maximizar o retorno sobre ativos líquidos da Boeing."
(MUKUNDA, G. O preço do poder de Wall Street. Harvard Business Review. 6 jun. 2014. Disponível em: http://hbrbr.com.br/opreco-do-poder-de-wall-street. Acesso em: 1 out. 2015.)
O caso da Boeing revela um modelo empresarial voltado para a maximização de lucros, com alto nível de terceirização, que contrasta com a tradição técnica anterior, mais focada na engenharia e inovação direta.
O processo descrito no texto pode ser interpretado como:
A) Uma intensificação do modelo taylorista de produção artesanal.
B) Uma estratégia de produção flexível inspirada no pós-fordismo.
C) A aplicação integral do modelo fordista verticalizado.
D) A eliminação total da terceirização e controle de qualidade.
E) Um retorno ao modelo de produção artesanal do século XIX.
Gabarito: B) Uma estratégia de produção flexível inspirada no pós-fordismo.
Explicação: A terceirização extrema, como no caso do Boeing 787, é típica da lógica pós-fordista, com descentralização e foco financeiro sobre o produtivo.
Exercício 6
"Assim como o taylorismo e o fordismo moldaram um novo homem e uma nova sociedade, a globalização também está produzindo um novo homem e uma nova sociedade por meio de transformações nos Estados, nos mercados, nos processos de trabalho, na estética, nos produtos, nos hábitos, nos valores, na cultura, na subjetividade individual e social, na ocupação do território, na produção do ambiente construído e na relação com a natureza."
(Ermínia Maricato. Para entender a crise urbana, 2015.)
Assim como o fordismo moldou as relações sociais e culturais do século XX, a globalização atual também transforma hábitos, valores e padrões de produção, alterando profundamente o espaço geográfico.
Nesse contexto, o fordismo é reconhecido como um modelo que:
A) Enfraqueceu os laços entre trabalho e identidade social.
B) Reforçou a individualidade e a informalidade no trabalho.
C) Sustentou a fragmentação territorial e o nomadismo produtivo.
D) Produziu uma sociedade de consumo com base em diversidade produtiva.
E) Moldou as relações de produção e de vida urbana modernas.
Gabarito: E) Moldou as relações de produção e de vida urbana modernas.
Explicação: O fordismo estruturou o trabalho, o espaço urbano e o consumo de massa, moldando o padrão de vida moderno do século XX.
Exercício 7
"A partir da segunda metade do século XVIII, ocorreu uma mudança radical na forma de produção, iniciada na Inglaterra e depois em outros países, como a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha e os Estados Unidos da América, chamada de Primeira Revolução Industrial. No entanto, é somente a partir do século XX que surge o processo de alienação do trabalho, resultante das mudanças radicais na organização da produção fabril. Essa nova forma de produzir foi criada pelo norteamericano Henry Ford e por isso mesmo chamada de fordismo"
(Fonte: BOLIGIAN, L.; ALVES, A. 2009, p.149. Adaptado)
A Primeira Revolução Industrial introduziu a mecanização da produção. Já no século XX, Henry Ford criou um novo método baseado em esteiras e divisão rigorosa das tarefas, o que ampliou a produção e reduziu custos.
A principal inovação do fordismo, criada por Henry Ford no século XX, foi:
A) A aplicação do trabalho artesanal em massa.
B) A mecanização da agricultura e expansão rural.
C) A introdução da linha de montagem e da produção em série.
D) A descentralização total da produção por pequenas empresas.
E) A substituição da indústria por serviços automatizados.
Gabarito: C) A introdução da linha de montagem e da produção em série.
Explicação: O fordismo introduziu a linha de montagem e a produção em série, otimizando o tempo e aumentando a produtividade com base na repetição de tarefas.
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MARQUES, Vinícius. Exercícios sobre Fordismo (com gabarito explicado). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-fordismo-com-gabarito-explicado/. Acesso em: