Figuras de Pensamento

Márcia Fernandes
Revisão por Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras

Figuras de pensamento são aquelas que combinam ideias e pensamentos para tornar a comunicação mais expressiva e bonita.

As figuras de pensamento são um tipo de figuras de linguagem. Além dela, há também: figuras de palavras, figuras de sintaxe ou de construção e figuras de som.

Gradação ou Clímax

Na gradação, os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem crescente ou decrescente).

EXEMPLO: As pessoas chegaram à festa, sentaram, comeram e dançaram.

Neste caso, a gradação vai ao encontro do clímax, ou seja, o encadeamento dos verbos se faz na ordem crescente e, por isso, trata-se de uma gradação crescente: chegaram, sentaram, comeram e dançaram.

Por outro lado, se a gradação é decrescente, é denominada de “anticlímax”, por exemplo: Estava longe, hoje perto, agora aqui.

Prosopopeia ou Personificação

Consiste na atribuição de ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracionais ou outras coisas inanimadas.

EXEMPLO: O vento suspirou essa manhã.

Nesse exemplo, sabemos que o vento é algo inanimado, ou seja, não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.

Eufemismo

Atenua o sentido das palavras, suavizando as expressões do discurso.

EXEMPLO: Ele foi para o céu.

Neste exemplo, a expressão utilizada “para o céu”, ameniza o discurso real: Ele morreu.

Hipérbole ou Auxese

A hipérbole é uma figura de linguagem baseada no exagero intencional do locutor, isto é, expressa uma ideia de forma exagerada.

EXEMPLO: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde.

Sabemos que a pessoa tinha o intuito de enfatizar que ligou muitas vezes, entretanto, com certeza não chegou a um milhão de vezes.

Litote

Assemelha-se ao eufemismo, uma vez que atenua a ideia do enunciado mediante a negação do contrário. É a figura de linguagem que se opõe à hipérbole.

EXEMPLO: Aquela bolsa não é cara.

Pela expressão destacada, podemos concluir que o locutor enfatizou que a bolsa é barata, ou seja, a negação do contrário: não é cara.

Antítese

Corresponde à aproximação de palavras contrárias, que têm sentidos opostos.

EXEMPLO: O ódio e a amor andam de mãos dadas.

Neste caso, o termo “ódio” está utilizado ao lado de seu termo “oposto” na frase: amor.

Paradoxo ou Oxímoro

Diferente da antítese, que opõe palavras, o paradoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente absurdas.

EXEMPLO: Esse amor me mata e vida.

Neste caso, o mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.

Ironia

Produz um efeito contrário com intenção sarcástica, maliciosa e/ou de crítica, uma vez que as palavras são utilizadas em sentido diverso ou oposto.

EXEMPLO: Ele é um santinho mesmo!

Dependendo do discurso dos falantes, fica claro que a palavra “santinho” foi utilizada em sentido oposto, ou seja, não tem nada de santo, é malcriado.

Apóstrofe

Caracterizam as expressões de chamamento ou apelo, função que se assemelha ao vocativo.

EXEMPLO: Ó Deus! Ó Céus! Por que não me ligou?

O chamamento utilizado antes, enfatiza a indignação do locutor com a falta do telefonema.

Exercício de figuras de pensamento

Identifique as figuras de pensamento no texto abaixo.

Essa relação deixa muito a desejar; a namorada já chorou rios de lágrimas.

Apaixonada, ela fala, explica, têm paciência, mas só a televisão parece que consegue conversar com ele, que não é mau rapaz, mas poderia ser melhor.

“Você está assistindo televisão desde que chegou! Deve estar muito cansado agora…” — diz ela.

Alguém tem paciência para isso? Às vezes o ama, às vezes não sabe… Antítese da vida, paradoxo do amor.

chorou rios de lágrimas: Hipérbole
fala, explica, têm paciência: Gradação
a televisão parece que consegue conversar: Prosopopeia
não é mau rapaz: Litote
Deve estar muito cansado agora: Ironia
Alguém tem paciência para isso?: Apóstrofe

Continue aprendendo:

Para praticar: Exercícios de Figuras de linguagem

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Márcia Fernandes
Revisão por Márcia Fernandes
Professora, produz conteúdos educativos (de língua portuguesa e também relacionados a datas comemorativas) desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I).
Daniela Diana
Edição por Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.