História do Café

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Café, uma bebida consumida em vários países, teve sua origem na África, nas terras altas da Etiópia (Cafa e Enária).

O nome "café", pode ter sua origem na região de Cafa, sendo atualmente uma das bebidas mais consumidas no mundo.

Há diversos tipos de grãos de café (arábica, robusto, etc.) e algumas derivações, como o expresso, cappuccino, mocha, café gelado, café com leite, dentre outros.

História do CaféGrãos de Café

Resumo

Uma lenda conta que um pastor etíope percebeu que suas ovelhas mudavam o comportamento após comer as folhas do cafeeiro.

Embora tenha sua origem na África, sua difusão teve como ponto de partida a Arábia, onde foi cultivado e usado para cura de diversos males.

Da Arábia foi levado para o Egito, no século XVI. Em 1554, já era conhecido pelos europeus, que passaram a cultivá-lo em suas colônias do Índico e do Pacífico (Ceilão, Java e Sumatra).

No decorrer do século XVIII, o café foi ganhando importância no mercado internacional, tornando-se bebida de luxo, principalmente na França, Inglaterra e Estados Unidos.

Foi plantado em Madagascar, na Índia e nas Filipinas. Chegou à Martinica, às Antilhas e conquistou a América Central.

As primeiras mudas chegaram ao continente sul-americano, vindas do Jardim Botânico de Amsterdã.

Foram cultivadas em Guiana Francesa e Suriname (antiga Guiana Holandesa). Com o aumento da produção e a elevação do nível de vida das populações dos países industrializados, o café deixou de ser produto de luxo e seu consumo se generalizou.

História do Café no Brasil

O café chegou ao Brasil em 1727, entrando pelo estado do Pará e cultivado na cidade de Belém, trazido pelo militar Francisco de Melo Palheta.

Tem início o Ciclo da Café e a expansão das lavouras cafeeiras no período do Brasil Império. Note que a partir do início do século XIX ele representou a maior fonte de riqueza do país e o principal produto de exportação.

Nos anos seguintes, o café foi levado para o Maranhão e para o Rio de Janeiro, onde foi cultivado na chácara do Convento dos Frades Barbadinos.

Levado para terras da Serra do Mar, chegou ao vale do Paraíba por volta de 1820. De São Paulo foi para Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.

No Brasil, a abolição gradual da escravatura e a proibição do tráfico de escravos, causaram falta de mão de obra para cafeicultura. A tentativa de comprar escravos no Nordeste, logo foi proibido por lei.

Os fazendeiro do interior e do oeste de São Paulo, mais prósperos que os da região do Vale do Paraíba, começaram a utilizar em suas propriedades mão de obra de imigrantes europeus, mais rentáveis que a mão de obra escrava.

Em 1845 o Brasil produzia 45% do café mundial. Em 1947 vieram alemães, suíços, portugueses e belgas.

A vinda de imigrantes europeus acentuou-se a partir de 1848, quando ocorreram na Europa várias crises políticas e revoluções.

No sistema de parceria que se instalou inicialmente, o colono tinha direito à metade do valor da produção dos lotes que cultivava, devendo pagar ao fazendeiro as despesas da viagem e sua instalação.

O fazendeiro dava ao colono as plantações mais improdutivas e eram enganados na hora de repartir a produção. Por esses motivos o sistema de parceria não deu certo. Muitos colonos abandonaram as plantações.

A partir de 1870, o governo da província de São Paulo passou a subsidiar o transporte de imigrantes europeus para o Brasil. Pouco depois recebeu o apoio do governo imperial para subvencionar a imigração. Passou a predominar o trabalho assalariado.

Entre 1850 e 1889 entraram no Brasil 871.918 imigrantes, a maioria destinada às fazendas de café de São Paulo. Eram italianos, portugueses, espanhóis, russos, austríacos, romenos, poloneses, alemães e japoneses.

O cultivo do café em grandes áreas, foi o responsável pela formação de diversos núcleos urbanos no país. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo. Exporta para os Estados Unidos, Japão e diversos países da Europa.

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.