Período Helenístico - Helenismo

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Período Helenístico (ou Helenismo) foi uma época da história compreendida entre os séculos III e II a.C. no qual os gregos estiveram sob o domínio do Império Macedônico.

Foi tão grande a influência grega que, após a queda do Império, a cultura helenística continuou predominando em todos os territórios anteriormente por eles dominados.

Entre os séculos II e I a.C., os reinos helenísticos foram aos poucos sendo conquistados pelos romanos.

Império Macedônico

Os macedônios habitavam a região situada no norte da Grécia. Durante muito tempo esses povos eram chamados de bárbaros pelos habitantes da Hélade, região entre a Grécia central e a do norte – cujos habitantes eram chamados de Helenos – ainda que, como eles, fossem de origem indo-europeia.

Em 338 a.C. os gregos foram derrotados na Batalha de Queroneia, pela forças macedônicas, que em pouco tempo dominaram toda a Grécia.

Em 336 a.C., o imperador Felipe II é assassinado, assumindo o trono, seu filho, Alexandre Magno que, durante dez anos de seu reinado (333-323 a.C.), conquistou extensa região, formando o maior império até então conhecido.

O império de Alexandre Magno se estendeu pelo Egito, Mesopotâmia, Síria, Pérsia e Índia. Essas conquistas ajudaram a formar uma nova civilização.

Adotando o grego como língua comum, iniciou-se um processo de interpenetração cultural, onde algumas instituições permaneceram próximas ao padrão grego e em outras prevaleceu elementos orientais. É com essa civilização mista que se dá início ao período helenístico.

Depois da morte de Alexandre, sem deixar herdeiros, o império foi dividido entre seus generais, formando três grandes reinos:

  • Ptolomeu (Egito, Fenícia e Palestina);
  • Cassandro (Macedônia e a Grécia);
  • Seleuco (Pérsia, Mesopotâmia, Síria e Ásia Menor).

Assim, surgiram dinastias de soberanos absolutistas que enfraqueceram a unidade mantida nos tempos de Alexandre e aos poucos foram caindo sob o domínio romano.

A Civilização Helenística

A civilização helenística foi o resultado da fusão de diversas sociedades, principalmente grega, persa e egípcia.

A grande obra de Alexandre Magno no plano cultural sobreviveu ao esfacelamento de seu império territorial.

O movimento expansionista promovido por Alexandre foi responsável pela difusão da cultura grega pelo Oriente, fundando cidades (várias vezes batizadas com o nome de Alexandria) que se tornaram verdadeiros centros de difusão da cultura grega no Oriente.

Cultura Helenística

Nesse contexto, elementos gregos acabaram-se fundindo com as culturas locais. Esse processo foi chamado de Helenismo e a cultura grega mesclada a elementos orientais deu origem à Cultura Helenística, numa referência ao nome como os gregos chamavam a si mesmos – Helenos.

Os Helenos desenvolveram a pintura e a escultura, onde retratavam com perfeição a natureza e o movimento dos corpos. Um exemplo é a escultura de mármore, "Laocoonte e seus filhos".

Laocoonte e seus filhos
Laocoonte e seus filhos

No Oriente Médio, os principais centros de cultura helenística foram Alexandria (no Egito), Pérgamo (Ásia Menor) e a ilha de Rodes, no mar Egeu, com seus grandes palácios de mármore, ruas amplas, escolas, bibliotecas, teatros, academias, museus e até um Instituto de Pesquisas.

Sua arquitetura impressiona pela riqueza e pelo porte, como o altar de Zeus em Pérgamo (180 a.C.), que foi reconstituído e encontra-se no Museu de Berlim.

Altar de Pérgamo
Altar de Pérgamo

Filosofia Helenística

O pensamento filosófico helenístico era dominado por duas correntes:

  • o Estoicismo: que acentuava a firmeza do espírito, a indiferença à dor, a submissão à ordem natural das coisas e a independência em relação aos bens materiais;
  • o Cinismo: que tinha total desprezo aos bens materiais e ao prazer;
  • o Epicurismo: que aconselhava a busca do prazer.

Também havia o Ceticismo que aconselhava a tudo duvidar.

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.