Período Homérico (Grécia antiga)

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

O Período Homérico corresponde ao segundo período da história da civilização grega ocorrido entre os anos de 1150 a.C. a 700 a.C., logo após o período pré-homérico.

O nome dado a esta fase está relacionado com o poeta grego Homero, autor dos poemas épicos “A Ilíada” e “Odisseia”.

Períodos da Grécia Antiga

Primeiramente, lembre-se que a história da Grécia Antiga está dividida em quatro períodos, a saber:

Resumo: características do Período Homérico

O Período Homérico tem início com a invasão dos dórios na Grécia, um povo guerreiro que já dominava o uso e a produção de armas de ferro. Sua invasão resultou na destruição da sociedade micênica existente no período pré-homérico, levando à "Primeira Diáspora Grega" (dispersão dos povos gregos).

Após esse evento, a sociedade grega passou por uma fase de reestruturação. A diáspora resultou na formação de várias colônias ao redor do mar Egeu.

Surgiram também os genos, um tipo de organização social familiar típica desse período, marcando a transição da cultura micênica para a gentílica.

A sociedade gentílica era caracterizada pela autonomia dos genos, que se mantinham fechados aos contatos exteriores e buscavam a autossuficiência econômica. Nesse período, o trabalho era realizado por membros da mesma família.

Cada geno era liderado por um Pater, a autoridade máxima responsável por questões políticas, militares e religiosas dentro dessas comunidades. Dessa forma, os genos eram sociedades patriarcais, onde os membros compartilhavam laços consanguíneos.

Nos genos, os bens eram comuns a todos os habitantes, ou seja, era baseado numa lógica igualitária, donde seus membros (os gens) cultivavam as terras e criavam animais para o sustento de todos.

No entanto, o sistema gentílico entrou em decadência devido principalmente ao crescimento populacional, que provocou uma escassez de alimentos e falta de terras. Assim, parte da população despossuída partiu em busca de outras terras e melhores condições de vida em territórios distantes, fundando novas colônias gregas. Esse processo ficou conhecido como "Segunda Diáspora Grega".

Tanto a Primeira como a Segunda Diáspora Grega deram origem a importantes cidades-estados como Bizâncio, Marselha, Nápoles, Siracusa, dentre outras.

A decadência dos genos resultou em fragmentação social e econômica. O aumento populacional levou à hierarquização da sociedade, privilegiando os parentes mais próximos dos Pater. A sociedade grega dividiu-se em: eupátridas (bem-nascidos), georgóis (agricultores) e thetas (marginais).

Surgiram, portanto, as classes sociais hierarquizadas e a lógica da propriedade privada na Grécia Antiga, características que marcaram o fim do Período Homérico e o início do Período Arcaico.

Leia também: Grécia Antiga

Referências Bibliográficas

ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática, 2007.

FUNARI, Pedro Paulo A. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2006.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.