Tocha olímpica

Maurício Facchini
Revisão por Maurício Facchini
Professor de Educação Física

A tocha olímpica remonta aos tempos da Grécia Antiga, onde o fogo era considerado divino.

Segundo a mitologia grega, o fogo foi retirado dos homens por Zeus. No entanto, foi devolvido por Prometeu, que conseguiu recuperar o elemento ao aproximar uma tocha do sol, e acendê-la.

Nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, uma chama era tradicionalmente acesa em homenagem à Hera, esposa de Zeus, e mantida durante toda a duração dos jogos.

A tradição da chama olímpica nos Jogos Olímpicos Modernos iniciou em Amsterdã, em 1928, quando a chama foi utilizada pela primeira vez. Em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, na Alemanha, surgiu a prática do revezamento da tocha.

A tocha olímpica nos jogos modernos

A tradição de acender a tocha olímpica por meio dos raios solares, mantida desde a Grécia Antiga, é reproduzida nos jogos modernos. No entanto, ela é realizada por atrizes que vestem trajes típicos para representar as sacerdotisas de Héstia, deusa grega do fogo.

cerimônia para acender a tocha olímpica em Olímpia, Grécia
Reprodução da cerimônia realizada na Grécia Antiga para acender a chama olímpica (Olímpia, Grécia, em 2020)

A representação para acender a tocha ocorre aproximadamente 100 dias do início dos Jogos Olímpicos.

Após a cerimônia, começa um revezamento, onde a tocha é conduzida por atletas e convidados do Comitê Olímpico em um percurso que tem origem na Grécia. Em seguida, passa por várias cidades do país, incluindo Atenas, antes de seguir rumo ao local que sediará os Jogos Olímpicos.

Quando chega ao seu destino, a tocha acende a pira olímpica, que permanece acesa durante todos os dias da competição. A primeira pira olímpica data do ano de 1928 e surgiu nas Olimpíadas de Amsterdã.

A cada edição dos Jogos Olímpicos a tocha ganha um novo design que, por vezes, faz alusão à cidade ou ao país sede do evento.

Revezamento tocha olímpica no RJ em 2016
A chama olímpica chegou ao estado do Rio de Janeiro depois de viajar por todo o Brasil. A primeira cidade fluminense a receber a tocha foi Paraty, no sul do estado (Tomaz Silva/Agência Brasil)

História da tocha olímpica

A tocha olímpica é um dos mais conhecidos símbolos das Olimpíadas.

Sua história remonta à mitologia grega, na qual Prometeus aproximou uma tocha do sol, acendendo-a para devolver o fogo à humanidade, um ponto em comum com o método atual de acender a chama da tocha: o sol

Para acender a chama olímpica, uma tocha era colocada diante de um espelho côncavo chamado skaphia, que concentrava e direcionava os raios solares, e fazia com que o fogo fosse acendido. O procedimento acontecia em uma espécie de cerimônia realizada por mulheres no santuário de Olímpia, Grécia, em frente aos templos dos deuses Zeus e Hera.

Essa chama era mantida acesa durante todo o tempo dos Jogos Olímpicos. Durante a cerimônia, os sacerdotes acendiam uma tocha que, posteriormente, seria passada para o vencedor de uma corrida.

Ao vencedor era concedida a dádiva de usar a tocha para acender o altar onde um sacrifício seria feito e oferecido ao deus Zeus.

O primeiro revezamento da tocha olímpica

O revezamento das tochas era uma tradição dos rituais gregos, mas originalmente não fazia parte dos Jogos Olímpicos.

O revezamento das tochas nas Olimpíadas aconteceu pela primeira vez em 1936, em Berlim, Alemanha. A abertura do evento foi realizada sob o comando do então Terceiro Reich, Adolf Hitler.

Contudo, acredita-se que o revezamento da tocha olímpica tenha sido utilizada como uma estratégia nazista criada para promover a imagem do Terceiro Reich como um estado moderno, economicamente dinâmico e em expansão internacional crescente.

O objetivo de Adolf Hitler era impressionar os estrangeiros que estivessem visitando a Alemanha. Assim, todos os detalhes foram planejados minuciosamente.

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Maurício Facchini
Revisão por Maurício Facchini
Graduado em Educação Física pela Universidade do Vale do Taquari e mestrando na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.