Volvismo

Juliana Diana
Juliana Diana
Professora de Biologia e Doutora em Gestão do Conhecimento

O Volvismo é um modelo de organização do trabalho que foi criado na fábrica da montadora de veículos Volvo, na cidade sueca de Kalmar.

Este modelo de produção foi idealizado na década de 1960 pelo engenheiro indiano Emti Chavanmco e revolucionou o sistema econômico. Sua proposta era inovadora, pois tinha uma organização flexível e criativa.

Características do Volvismo

Volvismo característica
A atuação dos sindicatos trabalhistas é uma das características do Volvismo

O Volvismo está relacionado ao modelo de produção realizado nas fábricas da Volvo. Marcado pela forte presença de sindicatos trabalhistas, este modelo de produção apresentava um outro olhar sobre o trabalhador.

No Volvismo o funcionário apresenta um papel diferenciado e relevante, a partir de autonomia e representatividade no processo de produção, agregando valor ao produto final. Na indústria sueca, a mão de obra qualificada é vista como uma oportunidade de obter um envolvimento mais avançado do funcionário.

A cultura organizacional presente no Volvismo, valoriza a realização de experimentos na produção por parte do trabalhador. Isso é o oposto do que ocorre no modelo Taylorista, o qual considera o funcionário como parte da máquina.

Dessa forma, veja no quadro abaixo as principais características do Volvismo:

Característica Descrição
Presença humana
  • É valorizada a participação do trabalhador em processos de produção.
  • Possui autonomia de trabalho.
  • Incentivo para aperfeiçoamento e treinamento do trabalhador.
  • O trabalhador é valorizado a partir das ações de planejamento dos Recursos Humanos.
  • Os trabalhadores se sentem motivados e engajados.
Estrutura da fábrica
  • Sistema de manuseio de materiais centralizado e automatizado.
  • Possui baixo índice de ruídos.
  • Apresenta infraestrutura de apoio aos funcionários, como cozinha, banheiro e chuveiros.
  • Utilização da luz natural.
Organização do trabalho
  • Os trabalhadores são organizados em grupos, que possuem autonomia para solucionar os problemas que surgem no processo de produção.
  • Para realização do trabalho, são oferecidos cursos de treinamento a fim de proporcionar conhecimento necessário para exercer a função.
  • Os trabalhadores são multifuncionais, ou seja, podem exercer diferentes funções na produção.

As desvantagens do Volvismo

Por apresentar especificações que exigem profissionais altamente qualificados e uma infraestrutura com ambientes diferenciados, exige-se um maior investimento financeiro.

Por conta do tempo e do custo para estabelecer e consolidar esse tipo de sistema, ele é visto com uma desvantagem. Dessa forma, diante da crise econômica e da recessão do mercado automobilístico, o Volvismo passou a ser visto como um modelo de produção de insucesso.

Assim, é necessário que ele apresente uma cultura organizacional que permita o comportamento e ações realizados no Volvismo.

Atualmente, este modelo de produção é utilizado em pequenas empresas, especialmente àquelas relacionadas a tecnologia e não em grandes fábricas.

Volvismo, Fordismo e Toyotismo

O Volvismo foi considerado como um desafio para os modelos Fordistas e Toyotistas.

O Toyotismo é o que mais se assemelha ao Volvismo, visto que em ambos são adotados o conceito de produção enxuta e sob demanda. A diferença está na administração mais democrática que a empresa sueca apresenta.

Quando comparado ao Fordismo, o Volvismo se destaca por valorizar a análise da qualidade do produto em todo o processo, enquanto no Fordismo essa ação é realizada somente no final da produção.

Além disso, a linha de montagem em série e a produção em larga escala não estão presentes no modelo de produção das indústrias suecas.

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Juliana Diana
Juliana Diana
Licenciada em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO) em 2007. Pós-graduada em Informática na Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2010. Doutora em Gestão do Conhecimento pela UFSC em 2019.