A Linguagem do Pré-Modernismo

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

A linguagem do pré-modernismo é coloquial, simples, híbrida, libertária, social, crítica, regionalista, histórica, política e marginal.

Contexto histórico do pré-modernismo

O pré-modernismo no Brasil foi um período de transição entre o simbolismo e o modernismo que tem início no começo no século XX.

Nesse sentido não é considerada pelos estudiosos como uma escola literária, no entanto, o momento apresenta algumas características singulares. O pré-modernismo termina em 1922, quando começa o Modernismo com a Semana de Arte Moderna.

No Brasil, o momento é de reforma, com a influência francesa da Belle Époque. Também é um momento de agitação política, com o desenvolvimento de diversas revoltas (por exemplo, Guerra de Canudos, a política do café com leite, Revolta da Chibata), que mudaram significativamente o cenário brasileiro.

Na Europa, ocorria a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Escritores e obras do pré-modernismo

Os escritores e as obras mais significativas desse período são:

  • Euclides da Cunha (1866-1909) e “Os Sertões” (1902)
  • Graça Aranha (1868- 1931) e “Canaã” (1902)
  • Lima Barreto (1881-1922) e o “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1915)
  • Monteiro Lobato (1882-1948) e “Urupês” (1918)

Características do pré-modernismo

  • Oposição ao parnasianismo
  • Rompimento com o academicismo
  • Linguagem simples e coloquial (informal)
  • Descrição de paisagens e personagens
  • Temática cotidiana, histórica, social
  • Personagens marginais e estereotipadas
  • Linguagem regionalista
  • Literatura nacionalista

Exemplo de obra do pré-modernismo

Para compreender melhor a linguagem do pré-modernismo, segue abaixo um trecho da Obra Os Sertões, de Euclides da Cunha.

“Por que não pregar contra a República?
Pregava contra a República; é certo.
O antagonismo era inevitável. Era um derivativo à exacerbação mística; uma variante forçada ao delírio religioso.
Mas não traduzia o mais pálido intuito político: o jagunço é tão inapto para apreender a forma republicana como a monárquico-constitucional.
Ambas lhe são abstrações inacessíveis. É espontaneamente adversário de ambas. Está na fase evolutiva em que só é conceptível o império de um chefe sacerdotal ou guerreiro.
Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos, inopinadamente, ressurrecta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um doudo. Não a conhecemos. Não podíamos conhecê-la.”

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Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.