Caldeus: quem eram e as características da civilização

Lucas Pereira
Revisão por Lucas Pereira
Professor de História

Os caldeus são um dos povos da Antiguidade que conquistaram e habitaram a região sul da Mesopotâmia, também conhecida como Caldeia (atual região sul do Iraque e do Kuwait).

Eles são citados na Bíblia como os destruidores do templo de Jerusalém que, sob o comando do rei Nabucodonosor, levou o povo judeu para o que ficou conhecido como “cativeiro babilônico” (ou Primeira Diáspora Judaica).

Além deles, os sumérios, assírios, acádios, amonitas e hititas também habitaram a região entre os rios Tigre e Eufrates, denominada de Mesopotâmia. Juntamente com o Egito, é considerada o berço das primeiras civilizações da história.

História dos caldeus

Originários da Península Arábica, os caldeus ocuparam terras pertencentes à Mesopotâmia. Ao lado dos Medos (povo da média) derrotaram os assírios que ali habitavam, formando assim um grande império: O "Segundo Império Babilônico" ou "Império Neobabilônico".

Por esse motivo, os caldeus são chamados também de "novos babilônios". A primeira investida dos caldeus ocorreu em 612 a.C. com a tomada da capital Assíria: Nínive.

Após a morte de seu pai, Nabopolassar, Nabucodonosor (630-561 a.C.), assumiu a liderança do povo caldeu em 605 a.C. Ele continuou a conquista das terras e reconstrução das cidades que foram destruídas pelas guerras. Esses são os dois reis mais importantes do império caldeu e o governo de Nabucodonosor é considerado um dos períodos mais áureos da Mesopotâmia.

A capital do Império era Babilônia, considerada uma bela cidade, construída com muralhas, palácios, santuários e templos. Após a morte de Nabucodonosor, que governou cerca de 40 anos, houve um enfraquecimento do Império que, a partir de 539 a.C., foi dominado pelos Persas sob o comando do rei Ciro II.

Principais características dos caldeus

Sociedade

Os caldeus eram um povo semita que conquistou a região da Mesopotâmia por possuir um caráter bélico e expansionista, fazendo muitos escravos.

No tocante à organização social, a sociedade dos caldeus era baseada na monarquia despótica e teocrática, donde havia o rei, que comandava todo o império, e abaixo dele estavam os nobres, sacerdotes, comerciantes, pequenos proprietários e escravos.

Economia

As principais atividades da maior parte dos povos mesopotâmicos eram a agricultura, a criação de animais e o comércio.

Devido à necessidade de reconstruir a Babilônia, nessa fase a economia foi também impulsionada pelo serviço de construção, ainda que a agricultura permanecesse como a mais importante atividade econômica.

Religião

Assim como os demais povos mesopotâmicos, a religião dos caldeus era politeísta. Seu culto adorava diversos deuses relacionados à natureza e aos animais. Na porta da cidade da Babilônia foi feito um mosaico de Ishtar, a deusa do amor e protetora da cidade.

Cultura

Nabucodonosor transformou a cidade da Babilônia em um grande centro cultural. Sob seu governo, foram produzidas diversas obras urbanas, desde ruas, jardins, muralhas, até mesmo, templos e palácios. Aqui, destacam-se os Jardins Suspensos da Babilônia e uma torre que teria inspirado a história bíblica da Torre de Babel.

Além disso, eles foram pioneiros nos estudos de astrologia, astronomia e no avanço dos estudos matemáticos.

A expressão bíblica "Ur dos Caldeus" faz referência ao período e à cultura desse povo, correspondendo à cidade suméria que foi ocupada por essa civilização.

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Referências Bibliográficas

KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia - O berço da Civilização. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1969.

VAINFAS, Ronaldo [et al.]. História – Volume Único. São Paulo: Saraiva, 2014.

Lucas Pereira
Revisão por Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.
Juliana Bezerra
Edição por Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.