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Esquemas textuais: entenda o que são e como são feitos (com exemplos)

Rodrigo Luis
Rodrigo Luis
Professor de Português e Literatura

Os esquemas textuais, também chamados de gênero esquema, são formas de representação visual ou escrita que organizam a estrutura de um texto. Seu objetivo é transformar informações extensas e complexas em elementos estruturados, facilmente identificáveis e hierarquizados.

Dessa forma, o esquema evidencia o que é essencial e o que funciona apenas como complemento, como exemplos, descrições ou explicações secundárias.

O princípio básico do esquema é exibir a “coluna vertebral” do texto. Em vez de reler um conteúdo inteiro, o leitor consegue visualizar sua lógica em poucas linhas ou caixas. Por isso, os esquemas são tão úteis para quem precisa ler ou escrever textos.

Para quê servem?

Os esquemas cumprem funções importantes em diferentes etapas do estudo e da produção textual. Na leitura, ajudam o leitor a lidar com textos densos, longos ou acadêmicos, permitindo que ele compreenda rapidamente quais são os elementos centrais e quais informações surgem apenas para explicar ou exemplificar algo. Além disso, facilitam revisões rápidas, especialmente antes de provas e apresentações.

Na escrita, agem como uma espécie de mapa, orientando o autor na organização das ideias antes mesmo de redigir a primeira versão. Esse planejamento reduz indecisões durante o processo de escrita e contribui para que o texto tenha coerência (ideias conectadas logicamente) e coesão (transições bem feitas entre as partes). Em outras palavras, o esquema funciona como um rascunho inteligente, capaz de antecipar a forma final do texto.

No estudo em geral, os esquemas tornam o conhecimento mais visível, menos abstrato e mais acessível à memória. São ferramentas úteis em qualquer área, já que podem organizar conteúdos de Língua Portuguesa, Ciências, História, Matemática, entre outras. Também favorecem o estudo coletivo, pois permitem que diferentes pessoas olhem para a mesma estrutura e realizem discussões a partir dela.

Como fazer um bom esquema textual?

Após a leitura de um texto

Criar um bom esquema exige mais reflexão do que decoração visual. O primeiro passo é uma leitura atenta. É importante ler o texto inicialmente sem marcar nada, apenas para compreender seu sentido geral. Depois, uma nova leitura deve ser realizada com marcações, anotando-se ideias chave, palavras relevantes ou trechos que concentram a essência da argumentação.

Nesse processo, é fundamental diferenciar ideias principais de ideias secundárias. As principais são aquelas sem as quais o texto perderia seu sentido: tese, tema central, conceito base, conflito, objetivo. Já as secundárias fornecem sustentação, como exemplos, dados, justificativas ou descrições. Essa diferenciação pode ser destacada com cores, círculos, sublinhados ou pequenas anotações nas margens.

Após essa identificação, o próximo passo é hierarquizar as informações, ordenando-as conforme sua importância. É aqui que o esquema ganha forma: o autor organiza o tema, define as subdivisões e decide o que será registrado como subtópico. Com isso, surge um “esqueleto” coerente do conteúdo.

A etapa seguinte consiste em escolher o formato de representação. Algumas pessoas preferem tópicos e subitens, semelhantes a sumários; outras optam por quadros, tabelas ou fluxogramas, que funcionam bem para sequências, causas ou comparações. Há também quem prefira mapas mentais, em que a ideia central fica no centro e ramificações se expandem ao redor.

Imagem explicativa sobre como fazer um bom esquema textual, dividida em quatro áreas: leitura atenta (ler sem marcar, depois marcar e destacar ideias-chave), hierarquização (organizar tema, partes e subtópicos), relações visuais (setas, cores e agrupamentos) e diferenciação entre ideias principais e secundárias. No centro, o título como fazer um bom esquema textual, com ícones como lápis, caneta, post-it e alfinete.
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Por fim, o esquema deve evidenciar como as ideias se relacionam. Setas podem indicar progressão, consequência ou contraste; cores podem separar tipos de informação; traços, colchetes ou círculos podem agrupar ideias similares. O importante não é o acabamento estético, e sim que as relações entre as ideias se tornem claras e visuais.

Ao planejar diferentes estilos de texto

Embora seja um gênero próprio, o esquema pode se adaptar a diferentes tipos textuais, tornando-se um modelo para narrativas, descrições, textos expositivos, dissertativo-argumentativos e injuntivos.

Narrativo

Função: contar uma história com personagens, tempo e espaço.

Nesse caso, o primordial é organizar os principais aspectos da narrativa, seguindo uma espécie de esqueleto para o seu enredo.

Imagem esquemática sobre a estrutura da narrativa, organizada em quatro etapas: situação inicial (personagens, espaço e tempo), conflito (problema que surge), desenvolvimento (ações principais e clímax) e desfecho (como o conflito é resolvido). Setas indicam a progressão entre as partes.

Você pode usar isso antes de escrever um conto, por exemplo.

Descritivo

Função: detalhar características de pessoas, objetos, lugares.

Planejar o texto descritivo envolve organizar os diferentes tipos de informação que se planeja oferecer. Assim, é preciso definir o que será apresentado, em qual meio vai circular, a extensão do conteúdo etc.

Imagem explicativa sobre o texto descritivo. Apresenta três etapas em sequência: definir o que será apresentado (fato, objeto, pessoa), identificar em qual meio circulará (notícia, verbete etc.) e determinar a extensão do conteúdo (curto, médio ou longo), indicadas por setas verticais.

Dissertativo-argumentativo

Função: defender uma tese por meio de argumentos.

É um tipo de texto usado em artigos de opinião e redações de vestibular. Exige planejamento para que as ideias possam ser organizadas e hierarquizadas.

Imagem que apresenta a estrutura de um texto dissertativo voltado à definição de tema. Mostra quatro etapas numeradas com setas: introdução (contextualização e tese), desenvolvimento 1 (tópico frasal, argumentos e exemplos), desenvolvimento 2 (tópico frasal, argumentos e exemplos) e conclusão (retomada da tese e finalização com intervenção, reafirmação ou sugestão).

Expositivo

Função: explicar, informar, apresentar um conteúdo de forma clara.

Um texto expositivo tem como objetivo principal apresentar informações, ideias ou conceitos de forma clara, objetiva e imparcial. Ele busca informar o leitor sobre um determinado tema, sem a intenção de persuadi-lo ou defender um ponto de vista pessoal. É comum em ambientes educacionais, como em livros didáticos, artigos acadêmicos e seminários.

Imagem didática sobre o texto expositivo, com quatro etapas organizadas em sequência vertical: definição do tema, definição do público-alvo, escolha do estilo de linguagem e ordenação de ideias e conceitos. Há setas indicando o passo a passo, além de elementos visuais como uma pilha de livros e uma pessoa segurando um quadro verde.

Injuntivo (ou prescritivo)

Função: orientar ações: instruir, mandar, orientar (receitas, manuais).

Nesse tipo de texto, o foco principal reside em detalhar o passo a passo. Por isso, é importante planejá-lo a partir do objetivo: instruir.

Imagem explicativa sobre o texto injuntivo, organizada em quatro etapas numeradas com setas: objetivo, materiais ou ingredientes, passo a passo e resultado esperado. Há elementos ilustrativos, como uma pessoa vestida de chef com um livro, além de uma tigela, colher e uma receita.

Veja também Fichamento: como fazer, tipos e modelos.

Referências Bibliográficas

KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali. Gêneros textuais: Práticas de leitura escrita e análise linguística. Editora Vozes, 2015.

Rodrigo Luis
Rodrigo Luis
Professor de Língua Portuguesa e Literatura formado pela Universidade de São Paulo (USP) e graduando na área de Pedagogia (FE-USP). Atua, desde 2017, dentro da sala de aula e na produção de materiais didáticos.