Esquemas textuais: entenda o que são e como são feitos (com exemplos)
Os esquemas textuais, também chamados de gênero esquema, são formas de representação visual ou escrita que organizam a estrutura de um texto. Seu objetivo é transformar informações extensas e complexas em elementos estruturados, facilmente identificáveis e hierarquizados.
Dessa forma, o esquema evidencia o que é essencial e o que funciona apenas como complemento, como exemplos, descrições ou explicações secundárias.
O princípio básico do esquema é exibir a “coluna vertebral” do texto. Em vez de reler um conteúdo inteiro, o leitor consegue visualizar sua lógica em poucas linhas ou caixas. Por isso, os esquemas são tão úteis para quem precisa ler ou escrever textos.
Para quê servem?
Os esquemas cumprem funções importantes em diferentes etapas do estudo e da produção textual. Na leitura, ajudam o leitor a lidar com textos densos, longos ou acadêmicos, permitindo que ele compreenda rapidamente quais são os elementos centrais e quais informações surgem apenas para explicar ou exemplificar algo. Além disso, facilitam revisões rápidas, especialmente antes de provas e apresentações.
Na escrita, agem como uma espécie de mapa, orientando o autor na organização das ideias antes mesmo de redigir a primeira versão. Esse planejamento reduz indecisões durante o processo de escrita e contribui para que o texto tenha coerência (ideias conectadas logicamente) e coesão (transições bem feitas entre as partes). Em outras palavras, o esquema funciona como um rascunho inteligente, capaz de antecipar a forma final do texto.
No estudo em geral, os esquemas tornam o conhecimento mais visível, menos abstrato e mais acessível à memória. São ferramentas úteis em qualquer área, já que podem organizar conteúdos de Língua Portuguesa, Ciências, História, Matemática, entre outras. Também favorecem o estudo coletivo, pois permitem que diferentes pessoas olhem para a mesma estrutura e realizem discussões a partir dela.
Como fazer um bom esquema textual?
Após a leitura de um texto
Criar um bom esquema exige mais reflexão do que decoração visual. O primeiro passo é uma leitura atenta. É importante ler o texto inicialmente sem marcar nada, apenas para compreender seu sentido geral. Depois, uma nova leitura deve ser realizada com marcações, anotando-se ideias chave, palavras relevantes ou trechos que concentram a essência da argumentação.
Nesse processo, é fundamental diferenciar ideias principais de ideias secundárias. As principais são aquelas sem as quais o texto perderia seu sentido: tese, tema central, conceito base, conflito, objetivo. Já as secundárias fornecem sustentação, como exemplos, dados, justificativas ou descrições. Essa diferenciação pode ser destacada com cores, círculos, sublinhados ou pequenas anotações nas margens.
Após essa identificação, o próximo passo é hierarquizar as informações, ordenando-as conforme sua importância. É aqui que o esquema ganha forma: o autor organiza o tema, define as subdivisões e decide o que será registrado como subtópico. Com isso, surge um “esqueleto” coerente do conteúdo.
A etapa seguinte consiste em escolher o formato de representação. Algumas pessoas preferem tópicos e subitens, semelhantes a sumários; outras optam por quadros, tabelas ou fluxogramas, que funcionam bem para sequências, causas ou comparações. Há também quem prefira mapas mentais, em que a ideia central fica no centro e ramificações se expandem ao redor.
Por fim, o esquema deve evidenciar como as ideias se relacionam. Setas podem indicar progressão, consequência ou contraste; cores podem separar tipos de informação; traços, colchetes ou círculos podem agrupar ideias similares. O importante não é o acabamento estético, e sim que as relações entre as ideias se tornem claras e visuais.
Ao planejar diferentes estilos de texto
Embora seja um gênero próprio, o esquema pode se adaptar a diferentes tipos textuais, tornando-se um modelo para narrativas, descrições, textos expositivos, dissertativo-argumentativos e injuntivos.
Narrativo
Função: contar uma história com personagens, tempo e espaço.
Nesse caso, o primordial é organizar os principais aspectos da narrativa, seguindo uma espécie de esqueleto para o seu enredo.

Você pode usar isso antes de escrever um conto, por exemplo.
Descritivo
Função: detalhar características de pessoas, objetos, lugares.
Planejar o texto descritivo envolve organizar os diferentes tipos de informação que se planeja oferecer. Assim, é preciso definir o que será apresentado, em qual meio vai circular, a extensão do conteúdo etc.
Dissertativo-argumentativo
Função: defender uma tese por meio de argumentos.
É um tipo de texto usado em artigos de opinião e redações de vestibular. Exige planejamento para que as ideias possam ser organizadas e hierarquizadas.

Expositivo
Função: explicar, informar, apresentar um conteúdo de forma clara.
Um texto expositivo tem como objetivo principal apresentar informações, ideias ou conceitos de forma clara, objetiva e imparcial. Ele busca informar o leitor sobre um determinado tema, sem a intenção de persuadi-lo ou defender um ponto de vista pessoal. É comum em ambientes educacionais, como em livros didáticos, artigos acadêmicos e seminários.

Injuntivo (ou prescritivo)
Função: orientar ações: instruir, mandar, orientar (receitas, manuais).
Nesse tipo de texto, o foco principal reside em detalhar o passo a passo. Por isso, é importante planejá-lo a partir do objetivo: instruir.

Veja também Fichamento: como fazer, tipos e modelos.
Referências Bibliográficas
KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali. Gêneros textuais: Práticas de leitura escrita e análise linguística. Editora Vozes, 2015.
LUIS, Rodrigo. Esquemas textuais: entenda o que são e como são feitos (com exemplos). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/esquemas-textuais-entenda-o-que-sao-e-como-sao-feitos-com-exemplos/. Acesso em:
