Estado de São Paulo: mapa, economia, história e cultura

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

O Estado de São Paulo está localizado na região Sudeste do Brasil. A capital é São Paulo e a sigla SP.

  • Área: 248.219,485 quilômetros quadrados
  • Limites: ao norte e nordeste com Minas Gerais, também a nordeste, próximo ao litoral, limita-se com o Rio de Janeiro, a oeste com o Mato Grosso do Sul, ao sul com o Paraná e a leste com o Oceano Atlântico
  • Número de municípios: 645
  • População: 46.649.132 de habitantes
  • Densidade demográfica: 166,25 hab/km²
  • IDH: 0,783
  • Gentílico: paulista
  • Principais cidades: São Paulo, Guarulhos, Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André, Osasco, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba, Santos, Mauá, Carapicuíba, São José do Rio Preto, Diadema e Jundiaí.

Mapa Macrorregiões do Estado de São Paulo

Aspectos Históricos

O processo de colonização de São Paulo começou em 1532, com a vila de São Vicente, a mais antiga do Brasil. A vila foi fundada por Martim Afonso de Souza, sendo considerada a cidade mais antiga do Brasil.

Em princípio, houve a exploração de pau-brasil e ocupação por parte das comunidades jesuítas. Mas ainda em 1532, foi criado o primeiro engenho do Brasil, o Engenho do Governador, a fim de estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar no litoral brasileiro.

Ao longo dos anos, os bandeirantes se tornaram figuras importantes, porém, polêmicas. Enquanto se aventuravam na interiorização do país, criando rotas que se tornaram estradas utilizadas até hoje, eles também eram responsáveis pela captura de indígenas, escravizados fugitivos e invasões a quilombos.

Mesmo assim, essa interiorização foi responsável pela ocupação do interior do estado, além da descoberta de ouro em Minas Gerais. Enquanto isso, já no século XVIII, a cana perdia força no Brasil e o plantio de café passa a ganhar força no Brasil.

Devido ao clima e aos ricos solos, São Paulo se tornou a maior região produtora de café do Brasil, primeiro no Vale do Paraíba e depois no Oeste Paulista. Este novo ciclo foi responsável pelo enriquecimento dos "barões do café" e pelo início da urbanização da capital, interior e Baixada Santista, por onde escoava a mercadoria.

Já no século XX, com o aumento do poder econômico, estes barões buscaram também o poder político, criando a chamada Política do Café com Leite. Neste sistema, políticos dos estados de São Paulo e Minas alternavam-se no poder através de alianças políticas e fraudes eleitorais.

No entanto, em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, os EUA e a Europa entraram em crise, afetando as exportações de café do Brasil e a política aqui vigente. Com o dinheiro das plantações e os incentivos do governo de Getúlio Vargas, os antigos fazendeiros passaram a investir em um novo negócio: a indústria.

Ao longo do século XX, São Paulo se consolidou como estado mais rico e industrializado do Brasil, atraindo imigrantes do Brasil e do mundo e se tornando o principal centro de produção tecnológica do país.

População

São Paulo é o estado mais populoso do Brasil. Seus habitantes são formados por diversos povos, principalmente indígenas, que já estavam na região na época do descobrimento, negros e brancos europeus de várias nacionalidades.

A construção da história de São Paulo contou com a presença dos colonizadores portugueses e de representantes de outras 70 nacionalidades. Os imigrantes chegaram ao estado em momentos diferentes, sempre movidos pela economia.

Inicialmente, os portugueses chegaram para a extração de pau-brasil e, posteriormente, com o plantio da cana. No entanto, foi com o café e com a mão de obra dos povos escravizados que a região passou a ser amplamente ocupada.

No final do século XIX, a escravidão perdia força e o Brasil era pressionado para a abolição. Aliado a isso, tivemos as políticas de branqueamento racial, que incentivaram a vinda de imigrantes europeus, em especial os italianos. Depois dos portugueses, os italianos são o grupo imigrante europeu mais numeroso no Brasil e sua cultura está muito presente no cotidiano do brasileiro.

Os japoneses, que começaram a chegar no litoral paulista no início do século XX, também se tornaram marcantes para a cultura paulista. A culinária, os museus e a arquitetura japonesa, principalmente no bairro da Liberdade, em São Paulo, são exemplos da conservação da cultura japonesa na cidade.

Além destes grupos, alemães, árabes e espanhóis também contribuíram para a formação cultural do estado. Mais recentemente, podemos citar também coreanos, chineses, haitianos e angolanos, que se dirigem principalmente para a capital paulista.

Economia

O estado contribui com a maior fatia do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, com quase 30% do total. A maior parte da economia é centrada na indústria de transformação e no setor terciário (comércio e serviços).

Na região metropolitana de São Paulo, podemos encontrar o maior parque industrial do país, com diversos tipos de indústria, desde as tradicionais (metalúrgicas e automobilísticas) como as mais voltadas para a tecnologia.

A agricultura também é uma marca forte do interior do estado. Com ênfase para a pecuária de corte, a produção de cana-de-açúcar e de laranja, o estado se apresenta como uma grande região exportadora de produtos primários.

Ente os motivos que justificam os significativos números da economia paulista está o posicionamento geográfico e o histórico do estado. São Paulo está no centro-sul do país e possui uma extensa faixa com saída para o mar, onde se encontra, inclusive, o porto mais movimentado do país, localizado em Santos.

Em consequência da população elevada e da circulação de recursos financeiros, os setores de comércio e serviços também são destaques. A região metropolitana concentra mais de 200 shoppings e abriga uma larga rede de multinacionais. Possui também a maior bolsa de valores da América Latina e uma ampla rede de serviços bancários e financeiros.

Aspectos Culturais

A oferta de bens culturais em São Paulo é ampla devido à idade da região e à já mencionada influência de diversos povos. A maior parte da diversidade cultural de São Paulo está concentrada na capital.

Entre os destaques estão monumentos, como a Catedral da Sé e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo. A primeira, de estilo neo-gótico, foi entregue em 1967, e a segunda, no estilo barroco, no século XVIII.

A diversidade de museus é reconhecida internacionalmente. Estão em São Paulo o Masp (Museu de Arte de São Paulo), o MAC (Museu de Arte Contemporânea), o museu Lasar Segall, o Centro Cultural Banco do Brasil e o Farol Santander.

Abordando a cultura estrangeira, podemos citar ainda o Museu da Imigração, o Memorial da América Latina, o Instituto Tomie Ohtake, Japan House e o Centro Cultural Coreano.

No campo gastronômico, o Centro de São Paulo é conhecido por abrigar diversos restaurantes de culinárias estrangeiras, mesmo de grupos menos presentes no Brasil, como a comida congolesa, jamaicana, grega e indiana.

O estilo da cultura urbana é revelado com a oferta de parques, como o Parque do Ibirapuera, o mais visitado da capital. O Burle Marx, Parque do Povo (ex-Complexo Penitenciário do Carandiru) e Parque Augusta, inaugurado recentemente no centro da cidade.

Relevo

O relevo do Estado é constituído basicamente por 4 grandes formas. Dois planaltos, uma planície e uma depressão.

No litoral, temos a Planície Litorânea, constituída por relevos baixos resultantes da ação do oceano sobre as rochas. É uma forma de relevo curta, que está presente apenas em parte dos municípios da faixa litorânea do estado.

Entre o litoral e a capital, temos um planalto denominado Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, com altitudes superiores a 2500 m. As principais formas são a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, próxima ao Rio de Janeiro.

No interior do estado, podemos observar o início da Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, onde os relevos voltam a se rebaixar, chegando a cerca de 600 m de altura.

Próximo à fronteira com o Paraná e Mato Grosso do Sul, temos os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, com o retorno dos relevos elevados, típicos de regiões planálticas.

Clima

O clima predominante é o tropical, com suas variáveis tropical úmido, tropical típico e tropical de altitude. Todos possuem como característica o verão chuvoso e inverno seco.

A variação úmida pode ser encontrada no litoral, onde as temperaturas variam menos, ficando em torno dos 25°C, e as chuvas são mais recorrentes.

A variação típica é encontrada no interior do estado, possuindo uma maior amplitude térmica e temperaturas em torno dos 22°C, com chuvas menos abundantes.

Nos pontos mais elevados do estado podemos encontrar também o tropical de altitude, que possui características semelhantes ao tropical, mas com chuvas escassas e médias térmicas inferiores, em torno dos 18°C.

Por fim, ao sul do estado, próximo à fronteira com o Paraná, começa a formação do clima subtropical, com chuvas bem distribuídas durante o ano e médias térmicas próximas aos 18°C.

Vegetação

A vegetação predominante é a Mata Atlântica, conhecida por espécies altas e perenes (que não perdem as suas folhas). As plantas possuem folhas grandes e largas, além de apresentarem uma grande biodiversidade na fauna e flora local.

Devido às atividades industriais e urbanas, a Mata Atlântica é o bioma mais desmatado do Brasil, apresentando atualmente menos de 10% de vegetação original conservada.

No interior do estado o Cerrado começa a aparecer, com predomínio da vegetação rasteira e espécies mais baixas, com maior espaçamento entre si. As árvores apresentam casca grossa, troncos retorcidos e folhas menores.

Hidrografia

O território é atravessado pelas bacias do Paraná e do Atlântico Sudeste. Os principais afluentes são: rio Grande, Tietê, Paranapanema, Piracicaba, Pinheiros e Mogi Guaçu. Os rios do estado são conhecidos pela produção de energia elétrica e descarte de rejeitos industriais, apresentando pouco potencial de navegação.

Na cidade de São Paulo, dois rios se destacam: Tietê, conhecido por ser o rio mais poluído do Brasil, e o Rio Pinheiros, que passa por um projeto de despoluição e construção de um parque em suas margens.

Quer saber mais? Acesse os artigos:

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.