Exercícios sobre o ciclo do açúcar no Brasil (com respostas explicadas)
Teste seus conhecimentos com os exercícios a seguir sobre esse tema fundamental da História do Brasil. Acompanhados de gabaritos comentados, eles ajudam a compreender as principais características do ciclo do açúcar.
Questão 1
Coube a Portugal a tarefa de encontrar uma forma de utilização econômica das terras americanas que não fosse a fácil extração de metais preciosos. Somente assim seria possível cobrir os gastos de defesa dessas terras. (...) Das medidas políticas que então foram tomadas resultou o início da exploração agrícola das terras brasileiras — acontecimento de enorme importância na história americana.
(FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971. p. 8. Adaptado.)
De acordo com o autor, o início da atividade agrícola no Brasil estava diretamente ligado:
a) À extração de diamantes e pedras preciosas na América.
b) Ao interesse político de Portugal em catequizar os indígenas.
c) Ao desejo de usufruir economicamente da América Portuguesa.
d) À ambição de construir uma sociedade igualitária no território americano.
e) Ao êxito de Portugal em encontrar rapidamente jazidas de ouro no Brasil.
a) Incorreta. Além de o texto não tratar sobre mineração de diamantes e pedras preciosas, Portugal encontrou jazidas significativas dessa riqueza somente no século XVIII.
b) Incorreta. Apesar da catequese ter sido importante, o autor destaca um motivo econômico para o início da agricultura, e não religioso ou político.
c) Correta. Conforme o texto expõe, Portugal buscava uma forma de obter lucro com a colônia e cobrir os custos da colonização, o que levou à implantação da agricultura.
d) Incorreta. O projeto de colonização do Brasil não teve como principal objetivo a formação de uma sociedade igualitária, mas sim a exploração mercantilista de seu território.
e) Incorreta. Não houve êxito inicial na busca por ouro. Foi justamente a dificuldade em encontrar metais preciosos que levou ao desenvolvimento da agricultura como alternativa econômica.
Questão 2
"Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar a fazenda, nem ter engenho corrente. E ao modo com que se há com eles depende de tê-los bons ou maus para o serviço."
(ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas. Rio de Janeiro: CNG, 1963, p. 19.)
O trecho acima revela a seguinte característica do ciclo do açúcar no Brasil:
a) A importância da escravidão indígena frente à escravidão africana.
b) A crítica à intervenção dos jesuítas na escravização.
c) A baixa qualidade do trabalho escravo na produção do açúcar.
d) A dependência do Brasil do uso da mão de obra de escravizados.
e) A relação entre o tráfico negreiro e a ocupação do sertão nordestino.
a) Incorreta. O texto não trata da distinção entre indígenas e africanos, mas da importância da escravidão como um todo.
b) Incorreta. Não há menção aos jesuítas nem crítica à escravização.
c) Incorreta. O trecho valoriza o trabalho dos escravizados como essencial ao funcionamento do engenho.
d) Correta. O autor evidencia a total dependência da economia açucareira em relação à mão de obra escravizada.
e) Incorreta. O trecho não aborda o tráfico negreiro em específico, tampouco a expansão territorial para o interior nordestino.
Questão 3
"Inventou-se, portanto, uma aristocracia da cana, cujo ápice absoluto era ocupado pelo senhor de escravos e seu centralismo político e social. Nos distantes e largos Brasis, o proprietário da região reinava quase só, raramente havendo interferência da Coroa portuguesa nesses que se consideravam negócios internos."
(Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 72.)
A realidade descrita pelo texto sobre o interior do Brasil aproxima-se do seguinte cenário político:
a) Monarquia absolutista.
b) Democracia representativa.
c) Federalismo republicano.
d) Socialismo utópico.
e) Descentralização Política.
a) Incorreta. Apesar do Brasil ser parte de uma monarquia absolutista, o texto mostra autonomia local, e não centralização do poder real.
b) Incorreta. Não há participação popular ou instituições representativas destacadas no texto. O poder estava nas mãos dos grandes proprietários.
c) Incorreta. O texto não menciona qualquer especificidade republicana, modelo inexistente no Brasil colonial.
d) Incorreta. O socialismo utópico defende igualdade social, o que se opõe totalmente à hierarquia descrita no texto.
e) Correta. O texto descreve a descentralização do poder nas mãos dos senhores de engenho, com pouca interferência da Coroa.
Questão 4
"A instalação e a atividade de um engenho eram operações custosas que dependiam da obtenção de créditos. No século XVI, pelo menos parte desses créditos provinha de investidores estrangeiros, flamengos e italianos, ou da própria Metrópole. (...) Os comerciantes tinham com os senhores de engenho um relacionamento especial. Financiavam instalações, adiantavam recursos para se tocar o negócio e, pela própria posição que ocupavam, tinham facilidade de fornecer bens de consumo importados."
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013, p. 70)
A característica da produção de açúcar no Brasil colonial destacada pelo texto é:
a) O poder do senhor de engenho nas vilas brasileiras.
b) A interdependência entre proprietários de engenho e comerciantes estrangeiros.
c) A presença de trabalhadores de diferentes nacionalidades no plantio e na colheita do açúcar.
d) A violência intrínseca à produção de açúcar nos moldes mercantilistas.
e) A importância dos bancos brasileiros na viabilização do sistema açucareiro.
a) Incorreta. O texto não trata do poder político local dos senhores de engenho, mas das relações econômicas.
b) Correta. O trecho destaca o financiamento e o fornecimento de bens por comerciantes estrangeiros aos senhores de engenho.
c) Incorreta. O texto não menciona a composição da força de trabalho no campo.
d) Incorreta. A violência do sistema não é abordada no excerto.
e) Incorreta. Apesar de mencionar o crédito, a ênfase está na interdependência com os comerciantes. Ainda não havia bancos nacionais instalados no Brasil.
Questão 5
"Na América portuguesa, a opção pela Bahia e por Pernambuco era óbvia. Às vésperas da ocupação holandesa, economicamente falando, "no Brasil não há mais que este lugar de Pernambuco e da Bahia", conforme escrevia o governador geral D. Diogo de Menezes. Eram as chamadas capitanias de cima que monopolizavam a produção do principal gênero de exportação, o açúcar."
(MELLO, Evaldo Cabral de. Nassau: governador do Brasil Holandês. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 47)
A partir da leitura do excerto, depreende-se que o objetivo central dos holandeses no Brasil envolvia:
a) Garantir o progresso social das áreas de Pernambuco e da Bahia, até então as mais desenvolvidas.
b) Apoiar o desenvolvimento português frente à dominação espanhola na região.
c) Garantir a continuidade do monopólio de produção de açúcar aos Países Baixos.
d) Assegurar a participação holandesa nos lucros do comércio açucareiro, rompido após a formação da União Ibérica.
e) Estabelecer uma colônia agrícola baseada na pequena propriedade e na subsistência.
a) Incorreta. O interesse holandês era econômico, e não buscava especificamente o desenvolvimento social.
b) Incorreta. Os holandeses eram rivais dos espanhóis e, por extensão, dos portugueses após a União Ibérica.
c) Incorreta. Não havia um monopólio dos Países Baixos na produção do açúcar, tendo em vista que outras áreas coloniais também se dedicavam ao produto.
d) Correta. Com a União Ibérica (1580-1640), Portugal ficou sob domínio espanhol, então inimigo da Holanda. Isso levou os holandeses a invadirem o Brasil para manter o acesso ao açúcar.
e) Incorreta. O modelo colonial era baseado em grandes propriedades e monocultura para exportação.
Questão 6
"Desde seus primórdios, a economia açucareira do Brasil distinguiu-se das de suas congêneres no Novo Mundo porque grande parte da matéria-prima essencial, a cana-de-açúcar, e da força de trabalho escrava foi controlada não pelos engenhos, mas por lavradores de cana. (...) Os primeiros engenhos, em várias partes do Brasil, dependeram desses lavradores de cana, e o regimento de Tomé de Sousa para a instituição do controle régio na Bahia continha referências específicas a essa categoria."
(SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 247)
A partir do excerto, a especificidade da cultura do açúcar no Brasil se dava:
a) Pela predominância dos lavradores de cana no controle da matéria-prima.
b) Graças à existência de grandes engenhos de açúcar.
c) Devido ao uso da mão de obra de escravizados de origem africana.
d) Tanto pela existência de engenhos, como também pelo cultivo feito por trabalhadores indígenas.
e) Pelo controle integral dos grandes engenhos de todas as etapas produtivas do açúcar.
a) Correta. O texto destaca como a produção de cana era majoritariamente controlada por lavradores, não diretamente pelos engenhos.
b) Incorreta. O foco do texto não está no tamanho ou na existência dos engenhos, mas na sua dependência externa quanto à matéria-prima.
c) Incorreta. Embora a escravidão seja mencionada, o destaque da especificidade está na figura dos lavradores de cana.
d) Incorreta. O texto não menciona o uso de trabalhadores indígenas.
e) Incorreta. Pelo contrário, o excerto salienta o papel significativo desempenhado pelos lavradores de cana no fornecimento da matéria-prima dos engenhos.
Para praticar mais:
Atividades de História para o 7º ano (com respostas)
Exercícios de História para o 8º ano (com gabarito explicado)
PEREIRA, Lucas. Exercícios sobre o ciclo do açúcar no Brasil (com respostas explicadas). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-o-ciclo-do-acucar-no-brasil-com-respostas-explicadas/. Acesso em: