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Exercícios sobre o conflito entre Israel e Palestina (com gabarito)

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

Confira a lista com 7 exercícios feitos no modelo ENEM. As questões tratam do conflito entre Israel e Palestina, abordando os aspectos históricos, socioculturais e geopolíticos do conflito.

Lembre-se de conferir o gabarito e a explicação ao final de cada exercício.

Exercício 1

Em 23 de outubro, após vários meses de discussões e de mediação norte-americana, Israel e Sudão concordaram em estabelecer relações diplomáticas. Esse entendimento sucedeu àqueles alcançados entre Tel Aviv e duas monarquias do Golfo, os Emirados Árabes Unidos (EAU) e o Bahrein com a assinatura dos Acordos em 15 de setembro último. Em poucas semanas, três membros da Liga dos Estados Árabes, juntando-se ao Egito (1978) e à Jordânia (1994) abandonaram o boicote a Israel.

Akram Belkaïd. “A lua de mel entre os países do Golfo e Israel”. Le Monde Diplomatique, dezembro de 2020. Adaptado.

O contexto histórico do conflito entre Israel e Palestina é profundamente influenciado por decisões tomadas durante o período do mandato britânico sobre a região e pela atuação da Organização das Nações Unidas no pós-guerra. A proposta da ONU, em 1947, previa a criação de dois Estados e a internacionalização de Jerusalém. Apesar da aprovação da resolução, o plano não foi integralmente implementado, contribuindo para a eclosão de sucessivos conflitos.

Com base nesse contexto, é correto afirmar que:

A) A aceitação unânime da resolução da ONU evitou o surgimento de conflitos entre árabes e judeus.

B) O apoio das superpotências à proposta de partilha garantiu a criação de dois Estados com reconhecimento internacional simultâneo.

C) A recusa dos países árabes à proposta da ONU intensificou o conflito, uma vez que os judeus seguiram com a declaração de independência.

D) A resolução da ONU foi efetivamente cumprida, promovendo a paz duradoura na região.

E) A divisão da Palestina pela ONU garantiu uma administração neutra de Jerusalém pelos árabes palestinos.

Gabarito explicado

Gabarito: C) A recusa dos países árabes à proposta da ONU intensificou o conflito, uma vez que os judeus seguiram com a declaração de independência.

Explicação: A resolução da ONU de 1947 foi aceita pelos judeus, mas rejeitada pelos árabes, o que levou ao conflito armado e à posterior proclamação do Estado de Israel.

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Exercício 2

Os britânicos ainda permaneceram na Palestina por mais de um ano, embora, nesse momento, como governo de transição, com a responsabilidade de decidir o que aconteceria em seguida no antigo território do mandato, transferido para as Nações Unidas. Após longas e complexas negociações, a Assembléia Geral votou, em 29 de novembro de 1947, uma resolução dividindo a Palestina em três entidades – um Estado judeu, um Estado árabe, e um corpus separatum sob jurisdição internacional, na cidade de Jerusalém. A Assembléia Geral aprovou a resolução pela necessária maioria de dois terços, mas nenhuma providência tomou para a sua execução ou cumprimento. Houve outros, porém, que tomaram providência para impedi-la. A liderança palestina reiniciou a resistência armada ao governo mandatário e ao lar nacional judeu. A luta entre judeus e árabes amainara durante os anos de guerra. Recomeçou em 1947, e continuou até o fim do mandato e depois.

LEWIS, Bernard. O Oriente Médio: do advento do cristianismo aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996, p. 319-320.

A criação do Estado de Israel em 1948 e os sucessivos embates com os países árabes ao longo do século XX têm relação direta com dinâmicas geopolíticas globais, como a Guerra Fria. Nesse período, tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética apoiaram inicialmente a criação de Israel.

Esse apoio simultâneo das superpotências pode ser compreendido como:

A) Resultado de uma aliança militar firmada entre URSS e Israel para combater os países árabes.

B) Uma convergência estratégica momentânea, motivada por interesses políticos e humanitários pós-Holocausto.

C) Consequência da neutralidade das superpotências em relação à questão palestina.

D) Reflexo do alinhamento incondicional do mundo árabe com o bloco capitalista.

E) Uma imposição do Reino Unido para manter sua influência na região.

Gabarito explicado

Gabarito: B) Uma convergência estratégica momentânea, motivada por interesses políticos e humanitários pós-Holocausto.

Explicação: A aprovação da criação de Israel teve apoio tanto dos EUA quanto da URSS, motivada pelo contexto do Holocausto e pela oportunidade de influência geopolítica no Oriente Médio.

Exercício 3

Leia o texto a seguir:

"O nascimento do sionismo político coincidiu, não por acaso, com a ascensão do nacionalismo, com o surgimento de modernas nações-estado, como Itália e Alemanha, e com o início das lutas contra o colonialismo. Mas o movimento sofreu uma brusca inflexão. [...] Então, sobreveio o Holocausto. As revelações sobre o massacre de judeus deram dramática legitimidade ao movimento sionista e reivindicação de um território. A fundação de Israel deveria ser decidida pela recém-criada Organização das Nações Unidas. EUA e URSS apoiavam a partilha da Palestina e a criação de dois Estados – um árabe, outro judeu. Com as superpotências coincidindo em seus pontos de vista, não foi difícil para a Assembleia Geral da ONU aprovar, em novembro de 1947, a divisão da Terra Santa. O projeto foi rejeitado pelos representantes dos países árabes. Mas os judeus, liderados por David Ben-Gurion, levaram a proposta adiante. Quase seis meses depois, 14 de maio de 1948, proclamaram a independência. Imediatamente estourou o conflito bélico, vencido pelos israelenses. Outros conflitos vieram, notadamente a Guerra dos Seis Dias. Israel consolidou-se como potência militar. Desde então, trava-se uma luta amarga e desumana entre israelenses e palestinos, que, ao longo dessas décadas, acabaram por forjar uma identidade nacional."

SCLIAR, Moacyr. A criação de Israel: uma data para não ser esquecida. Revista Aventuras na História. Disponível em http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/criacao-israel-data-nao-ser-esquecida-435375.shtml

O sionismo surgiu no contexto do nacionalismo europeu e se fortaleceu após o Holocausto, levando à criação do Estado de Israel. Desde então, a questão palestina passou a girar em torno de temas como território, identidade e soberania.

Sobre a origem e os desdobramentos do sionismo, é correto afirmar que:

A) O movimento foi liderado exclusivamente por potências ocidentais para expulsar os turcos do Oriente Médio.

B) O sionismo não possui relação com o Holocausto, pois surgiu apenas após a Segunda Guerra Mundial.

C) O movimento sionista defendia a criação de um Estado árabe unificado no Oriente Médio.

D) A legitimação do sionismo foi reforçada pelas revelacões do Holocausto e pela crescente identidade nacional judaica.

E) O sionismo sempre se opôs à atuação da ONU e das potências globais na região.

Gabarito explicado

Gabarito: D) A legitimação do sionismo foi reforçada pelas revelacões do Holocausto e pela crescente identidade nacional judaica.

Explicação: O sionismo, embora anterior ao Holocausto, ganhou enorme legitimidade após o genocídio dos judeus, impulsionando a criação de Israel.

Exercício 4

A situação demográfica de Israel é muito particular. Desde 1967, a esquerda sionista afirma que Israel deveria se desfazer rapidamente da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, argumentando a partir de uma lógica demográfica aparentemente inexorável. Devido à taxa de nascimento árabe ser muito mais elevada, a anexação dos territórios palestinos, formal ou informal, acarretaria dentro de uma ou duas gerações uma maioria árabe “entre o rio e o mar”.

DEMANT, P. Israel: a crise próxima. História, n. 2, jul.-dez. 2014.

A relação entre potências ocidentais e Israel tem se transformado ao longo das décadas. Recentemente, diversos países árabes, como os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Sudão, estabeleceram relações diplomáticas com Israel, alterando um padrão histórico de isolamento diplomático.

Essa mudança indica:

A) Uma tentativa de reconfiguração geopolítica no Oriente Médio, mediada por interesses econômicos e estratégicos.

B) O abandono da causa palestina por parte da população dos países árabes.

C) Uma imposição direta da ONU para forçar o reconhecimento de Israel.

D) O fim do conflito entre Israel e Palestina.

E) A conquista militar de Israel sobre os países do Golfo.

Gabarito explicado

Gabarito: A) Uma tentativa de reconfiguração geopolítica no Oriente Médio, mediada por interesses econômicos e estratégicos.

Explicação: Os acordos recentes mostram uma aproximação diplomática motivada por interesses estratégicos e econômicos, sem significar o fim dos conflitos.

Exercício 5

Um estado semi-independente sob controle britânico foi a fórmula que a Grã-Bretanha usou para a administração das áreas que tomara do império turco. A exceção foi a Palestina, que eles administraram diretamente, tentando em vão conciliar promessas feitas aos judeus sionistas, em troca de apoio contra a Alemanha, e aos árabes, em troca de apoio contra os turcos.

HOBSBAWN, E. Era dos extremos. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.

O controle demográfico dos territórios ocupados é uma das preocupações centrais da geopolítica israelense. A elevada taxa de natalidade entre os palestinos levanta questões sobre a manutenção da maioria judaica no Estado de Israel.

Essa preocupação reflete:

A) A imposição de normas internacionais para limitar o crescimento populacional na região.

B) O temor israelense de que a integração definitiva dos territórios palestinos leve à perda da maioria judaica.

C) A intenção dos palestinos de se assimilarem plenamente à sociedade israelense.

D) A oposição da ONU à presença de população árabe em Jerusalém.

E) O reconhecimento formal do Estado palestino pelas potências ocidentais.

Gabarito explicado

Gabarito: B) O temor israelense de que a integração definitiva dos territórios palestinos leve à perda da maioria judaica.

Explicação: A preocupação israelense com a demografia é que a incorporação dos territórios ocupados possa alterar o equilíbrio étnico-religioso.

Exercício 6

Um gigante da indústria da internet, em gesto simbólico, mudou o tratamento que conferia à sua página palestina. O site de buscas alterou sua página quando acessada da Cisjordânia. Em vez de “territórios palestinos”, a empresa escreve agora “Palestina” logo abaixo do logotipo.

BERCITO, D. Google muda tratamento de territórios palestinos. Folha de S. Paulo, 4 maio 2013 (adaptado).

A mudança na nomenclatura usada por um grande site de buscas para se referir à Palestina, substituindo "territórios palestinos" por "Palestina", representa um gesto simbólico de impacto geopolítico.

Esse gesto revela:

A) A independência total e irrestrita da Palestina reconhecida pela ONU.

B) Uma pressão militar para forçar empresas a se posicionarem sobre o conflito.

C) O reconhecimento universal do Estado Palestino pelos países do Ocidente.

D) A relevância simbólica das representações e discursos nas disputas territoriais e identitárias.

E) A neutralidade política das empresas de tecnologia no conflito Israel-Palestina.

Gabarito explicado

Gabarito: D) A relevância simbólica das representações e discursos nas disputas territoriais e identitárias.

Explicação: A forma como se nomeia um território em grandes plataformas reflete aspectos simbólicos importantes nas disputas de soberania e reconhecimento internacional.

Exercício 7

No dia 7 de outubro de 2023, o grupo palestino Hamas lançou um ataque surpresa a Israel, matando 1,2 mil israelenses e estrangeiros. A maioria das vítimas era de civis e 251 pessoas foram mantidas como reféns. Israel reagiu com uma ofensiva militar que já matou mais de 38.000 palestinos, incluindo homens, mulheres e crianças.

Adaptado de BBC News Brasil. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/articles/ c4ng6ypvr4yo. Acesso em 26/09/2024.

O ataque do Hamas em 2023 e a forte resposta israelense, que resultou em dezenas de milhares de mortes palestinas, mostram a gravidade e a assimetria do conflito atual entre Israel e Palestina. A atuação de grupos como o Hamas e a resposta militar israelense têm sido duramente criticadas pela comunidade internacional.

Esse tipo de conflito assimétrico, no campo da geopolítica, é caracterizado por:

A) Confrontos entre exércitos formais com poderes militares equivalentes.

B) A atuação de organismos internacionais neutros no campo de batalha.

C) Equilíbrio entre recursos militares e humanos entre os dois lados.

D) Disputa entre um Estado nacional com poder militar formalizado e um grupo não estatal com capacidade limitada.

E) Predominância de conflitos diplomáticos, sem envolvimento de civis.

Gabarito explicado

Gabarito: D) Disputa entre um Estado nacional com poder militar formalizado e um grupo não estatal com capacidade limitada.

Explicação: A guerra assimétrica ocorre entre um Estado bem estruturado e grupos armados não estatais, como é o caso do conflito entre Israel e o Hamas.

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Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.