Fases da Primeira Guerra Mundial

Lucas Pereira
Revisão por Lucas Pereira
Professor de História

Para fins de estudo, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é dividida em 3 fases:

  1. Guerra de Movimento (1914)
  2. Guerra de Posição ou de Trincheiras (1914-1917)
  3. Ofensivas de 1918/Fase Final (1918)

Guerra de Movimento (1914)

Nos primeiros meses da guerra, a estratégia de movimentação de tropas foi amplamente utilizada para tomada de posições no front.

Os alemães se movimentaram rapidamente e em poucas semanas ficaram a menos de 50 km de Paris. Por sua parte, o general francês Joffre, conseguiu rechaçar o avanço na sangrenta batalha do Marne, em 1914.

A estratégia da guerra seguia os moldes do século XIX: um ataque da carga de cavalaria, acompanhada pela infantaria. No entanto, os tempos haviam mudado e não se mostrou eficiente, diante das posições defendidas por metralhadoras pela cobertura da artilharia.

Aos poucos, os exércitos adotaram o mecanismo de trincheiras cavadas ao longo de toda a frente de combate.

Guerra de Posição ou de Trincheiras (1914-1917)

A segunda fase da guerra foi marcada pela Guerra de Trincheiras ou de Posição.

Sem conseguir romper as linhas de defesa inimigas, os beligerantes desejaram conservar, a qualquer preço, as posições conquistadas.

As trincheiras foram, portanto, uma estratégia defensiva, inicialmente adotada pelos exércitos alemães, e utilizada também pela Entente.

As trincheiras eram verdadeiros complexos defensivos, compostos por túneis e valas. Ali, durante meses, milhares de soldados lutavam, comiam e dormiam, abrigados dos tiros.

Contudo, estavam expostos aos projéteis de artilharia, armas químicas e ataques aéreos, além das intempéries e doenças causadas pelo ambiente insalubre. A cada duas semanas os soldados que ficavam nas trincheiras eram trocados pelos da retaguarda.

Guerra de Trincheiras
Soldados franceses numa trincheira

À frente das trincheiras, o terreno era coberto com estacas e uma proteção de arame farpado. Poucas centenas de metros separavam as linhas inimigas, formando entre elas um terreno acidentado.

Deste modo, muitos soldados sucumbiram presos às cercas de arame, alvejados por metralhadoras ou tiros de canhões. Os feridos só podiam ser resgatados à noite e, mesmo assim, era uma operação muito perigosa.

Foi o período mais sangrento da guerra, onde as batalhas duravam semanas ou até meses, com a perda e retomada de posições e um saldo grande de baixas para ambas as partes. Igualmente, não se verificou conquistas de posições significativas para os beligerantes.

Essa estratégia manteve-se eficaz durante toda a Guerra, embora a utilização de tanques de guerra, pelos ingleses, em 1916, e de armas químicas, tenham atingido a moral dos soldados e dificultado mais as defesas das trincheiras.

1917

O ano de 1917 é um marco na guerra.

Ocorreu a Revolução Russa, onde o Imperador Nicolau II e sua família foram presos. O novo governo, de orientação socialista, decide retirar-se do campo de batalha, assinando o Tratado de Brest-Litovsk com os alemães.

Igualmente é o ano em que os Estados Unidos entram na guerra ao lado da Tríplice Entente.

Ofensivas de 1918/Fase Final (1918)

Com a ajuda dos Estados Unidos, a Entente voltou a ter a iniciativa da guerra. Mesmo assim, os exércitos ainda enfrentaram batalhas duríssimas, onde as baixas de ambos lados foram enormes.

A mais célebre delas, talvez seja a segunda batalha do Marne, onde os alemães foram expulsos do território francês.

Fases da Primeira Guerra Batalha Marne
A batalha do Marne fez os alemães recuarem para seu país

Sem conseguir o apoio popular e dos seus próprios oficiais, o Kaiser Wilhelm II teve que aceitar os termos de rendição. Diante da eclosão da Revolução Alemã de 1918, o Kaiser abdicou e se retirou à Holanda.

A paz foi assinada em 11 de novembro de 1918, pondo fim a quatro anos de sangrentos conflitos.

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Leia também:

Para praticar: Questões sobre a Primeira Guerra Mundial

Referências Bibliográficas

ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática, 2007.

FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

RODRIGUES, Luiz César. A Primeira Guerra Mundial. Campinas: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1998.

Lucas Pereira
Revisão por Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.
Juliana Bezerra
Edição por Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.