Fases da Revolução Industrial: entenda quais são

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

As fases da revolução industrial compreendem os diversos momentos desde o início do avanço do processo industrial, que começou na Inglaterra no século XVIII.

Está dividida em pelo menos três fases históricas: Primeira Revolução Industrial, Segunda Revolução Industrial e Terceira Revolução Industrial. Atualmente, há pesquisadores que defendem que já vivemos a Quarta Revolução Industrial.

Confira abaixa o resumo de cada um desses períodos e suas principais características.

Primeira Revolução Industrial (1760-1850)

A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra no século XVIII e durou entre 1760 e 1850.

Essa fase foi caracterizada por diversas descobertas, as quais favoreceram a expansão das indústrias, o progresso técnico e científico e a introdução das máquinas.

Nesse ínterim, a passagem da manufatura para o sistema fabril foi impulsionada pelas invenções da máquina de fiar, o tear mecânico e a máquina a vapor, que resultaram da mecanização dos processos.

Foi assim que ocorreu a expansão das indústrias têxteis, metalúrgicas e dos transportes. O uso do carvão para alimentar as máquinas foi essencial nesse momento.

Como resultado, temos o aumento da produção, a substituição do trabalho manual pelo industrial (da manufatura para a maquinofatura), o desenvolvimento do comércio internacional e o aumento do mercado consumidor.

Quem estava à frente desse processo e contribuiu para sua expansão foi a classe burguesa, que detinha recursos e ansiava pelo lucro. Nesse processo, surgiu a classe operária ou trabalhadora, chamada de proletariado, a mão de obra barata explorada nas fábricas.

Vale lembrar que nessa época a Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, o que transformou Londres na mais importante capital financeira internacional e o país numa grande potência econômica dominante. Mais tarde, ela foi se expandindo para outros países europeus.

Aprofunde os seus estudos sobre o que foi a Primeira Revolução Industrial.

Segunda Revolução Industrial (1850-1900)

A Segunda Revolução Industrial começou em meados do século XIX e durou de 1850 ao início do século XX.

Esse período foi marcado pela consolidação do progresso científico e tecnológico, se espalhando por outros países da Europa, como França e Alemanha.

Muitas descobertas foram importantes para alavancar esse progresso que, naquele momento, não se restringia somente à Inglaterra. Merecem destaque:

  • o domínio da eletricidade e a invenção da lâmpada incandescente;
  • criação dos meios de comunicação (telégrafo, telefone e rádio);
  • avanços na área da medicina e da química, como a descoberta dos antibióticos e das vacinas.

Além disso, avanços nos processos de utilização do aço foram essenciais para a construção de máquinas, pontes e fábricas. No tocante a sua utilização, devemos ressaltar que o aço foi essencial para a construção dos trilhos das ferrovias, marcando consideravelmente o avanço dos meios de transportes. Acresce que o automóvel e o avião foram inventados nessa época.

Não menos importante foi a nova configuração do uso das fontes de energia que, nesse caso, estava sendo substituída lentamente pelo petróleo. Além de servir de combustível, o petróleo foi importante na produção de produtos derivados dele, do qual se destaca o plástico.

Esse conjunto de mudanças e invenções foram essenciais para revolucionar o sistema industrial. Elas trouxeram um novo panorama à vida social e econômica da população, denominado de “Capitalismo Industrial” (ou Industrialismo).

Fica claro que, ao mesmo tempo em que o progresso e o conforto humano foi se mostrando favorável, por outro lado, as condições dos trabalhadores das fábricas eram precárias, incluindo duras e longas jornadas de trabalho e baixa remuneração.

Isso foi aumentando cada vez mais as desigualdades sociais. Assim, começaram a surgir os sindicatos em defesa dos direitos dos trabalhadores.

O fordismo e o taylorismo vieram revolucionar o sistema de produção das fábricas com as famosas esteiras rolantes. As esteiras dinamizaram e otimizaram o processo, enquanto geraram mais lucro para a classe detentora dos meios de produção pelo fato de baratear ainda mais o custo dos produtos.

Continue estudando sobre o que foi a Segunda Revolução Industrial.

Terceira Revolução Industrial (1950-1980)

A Terceira Revolução Industrial começou em meados do século XX, abrangendo o período de 1950 e permanece até o final do século.

Foi nesse momento que ocorreu um grande avanço da ciência, da tecnologia, da informática, (com o surgimento de computadores, criação da internet, dos softwares e dos dispositivos móveis), da robótica e da eletrônica.

Na área das ciências, merece destaque o desenvolvimento da engenharia genética e biotecnologia, com a produção em massa de diversos medicamentos e avanços da medicina.

Embora o uso de outras fontes de energia já tivesse evoluído anteriormente, nesse momento surgiu a energia atômica, com o uso de elementos radioativos, especialmente o urânio.

Ainda que a ideia inicial fosse a geração de energia, o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) demostrou o perigo no uso dos elementos radioativos. Como exemplo, temos o lançamento da bomba atômica no ano 1945 em Hiroshima e em Nagasaki, no Japão.

Outro importante marco dessa fase foi a conquista espacial, com o lançamento do Sputnik I, primeiro satélite artificial no espaço em 1957, ou quando Neil Armstrong chegou à Lua em 1969. Esses feitos revelam a força e as conquistas tecnológicas do ser humano.

Nos avanços da metalurgia, as descobertas químicas foram essenciais para seu progresso. Houve o surgimento de novas ligas metálicas, que proporcionaram o avanço dos meios de transportes, com a construção de naves espaciais e aeronaves.

Quanto aos trabalhadores, comparados a períodos anteriores, os direitos trabalhistas começaram a se ampliar. As jornadas de trabalho diminuíram, os benefícios trabalhistas foram estabelecidos nos países industrializados e o trabalho infantil foi proibido.

Todos esses fatores foram essenciais para a modernização das indústrias e que até agora continuam marcando os avanços das tecnologias de informação, bem como da globalização no mundo.

Aprofunde os seus estudos sobre a Terceira Revolução Industrial.

Quarta Revolução Industrial (2010 – atualmente)

As inovações tecnológicas aceleradas fazem com que alguns economistas e pesquisadores defendam que vivemos uma nova etapa: a Quarta Revolução Industrial.

Também chamada de Indústria 4.0, essa etapa teria seu início nos primeiros anos do século XXI.

Uma de suas principais características envolve a popularização da internet e o rápido desenvolvimento dos algoritmos e das inteligências artificiais (IA), permitindo uma automação quase completa da produção industrial.

Por exemplo, ainda que a produção fosse mecanizada e automatizada em períodos anteriores, com as novas tecnologias, vislumbra-se a possibilidade de que o próprio maquinário possa coletar dados, processá-los e tomar decisões em conjunto com seres humanos. É o que se chama de fábricas inteligentes, uma das marcas da nova etapa de industrialização.

Além disso, a IA e os avanços técnicos também têm sido aplicados em outros campos da atividade humana, como na medicina, na economia e na educação.

Igualmente, os avanços na telecomunicação permitem uma capacidade de processamento de dados e informação sem precedentes. Essas inovações facilitam o compartilhamento massivo de dados em tempo real, alterando a maneira como as decisões são tomadas e até como as relações humanas acontecem.

Vale destacar que a Quarta Revolução Industrial não seria somente resultado de uma nova descoberta ou tecnologia, mas sim da inter-relação de vários campos que se desenvolvem mutuamente.

Esses campos são: inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT), blockchain, veículos autônomos, impressão em 3D, computação quântica, entre outros.

Evidentemente, os impactos sociais dessas transformações são profundos. Por exemplo, há alterações marcantes no mercado de trabalho, com surgimento de novas profissões e abandono de outras, além de uma globalização do mercado de trabalho.

Também se destaca o surgimento de novos desafios éticos e sociais, como a questão da privacidade individual, da produção e veiculação de informações falsas, o alcance e influência das grandes empresas de tecnologia nos debates públicos e o aprofundamento da desigualdade econômica, por exemplo.

Relembre como a Revolução Industrial começou:

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Leia também:

Para praticar: Questões sobre a Revolução Industrial (com gabarito explicado)

Referências Bibliográficas

ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática, 2007.

FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.