Causas da Revolução Industrial

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

As causas da Revolução Industrial terem ocorrido são muitas: inovações tecnológicas a serviço da produção, mão de obra disponível, estímulo ao livre comércio e capitais disponíveis para investimento.

A Revolução Industrial ocorreu a partir do século XVIII, na Inglaterra, e causou uma grande mudança no sistema econômico, social e político.

Este fenômeno foi se espalhando por outros países europeus e do mundo, marcando uma fase intensa de uso de máquinas, em detrimento do trabalho artesanal (manual).

Existem inúmeras causas para que a Revolução Industrial acontecesse em primeiro lugar na Inglaterra. Para facilitar a compreensão as dividimos em científicas, políticas e econômicas:

Causas científicas da Revolução Industrial

Na Inglaterra, as explicações racionais sobre o mundo tinham grande espaço e difusão, o que favorecia o desenvolvimento científico e inventivo.

Além disso, medidas tomadas pelo Parlamento para proteger a propriedade de novas invenções também colaboraram para o desenvolvimento de novas tecnologias.

A principal invenção que permitiu a Revolução Industrial foi a máquina a vapor, patenteada por James Watt em 1769. A máquina imprimia um movimento circular ao pistão, tornando-a mais adaptada às indústrias têxteis. Também utilizava peças metálicas, mais resistentes que a madeira, até então muito comum em máquinas.

A invenção da máquina a vapor elevou a produtividade da indústria têxtil, deflagrando a Revolução Industrial.

Finalmente, o desenvolvimento da metalurgia, a invenção de outras máquinas, como o tear mecânico e o descaroçador de algodão, também foram de importante contribuição científica.

Causas políticas da Revolução Industrial

Desde a Revolução Inglesa, e principalmente após a adoção da Monarquia Parlamentar em 1688, a política da Inglaterra tornou-se mais simpática aos interesses econômicos da burguesia.

O Parlamento adotou medidas econômicas liberais inspiradas nos trabalhos econômicos de Adam Smith (1723-1790), favorecendo a iniciativa privada e o livre mercado.

Outra ação política importante para a Revolução foi o apoio do governo britânico aos cercamentos, isto é, a transformação de antigas terras comuns nas áreas rurais em propriedades privadas.

Os cercamentos foram intensificados a partir do século XVII, fazendo com que muitos camponeses perdessem seu modo de vida e buscassem novas oportunidades de trabalho nas cidades. Esses trabalhadores serviriam como mão de obra barata para as nascentes indústrias.

Além disso, as novas propriedades rurais dedicavam-se à produção de lã, matéria-prima básica da crescente indústria têxtil britânica.

Causas econômicas da Revolução Industrial

No século XVIII, a Inglaterra dispunha de grandes capitais (riquezas) disponíveis para serem investidos nas nascentes indústrias.

Isso foi resultado de importantes medidas, como os Atos de Navegação (1651). Esses atos estabeleciam que os produtos importados pela Inglaterra fossem somente transportados por navios britânicos ou da nação exportadora.

Os Atos de Navegação garantiram proteção e rápido desenvolvimento da marinha mercante britânica, aumentando a lucratividade do comércio e favorecendo um acúmulo de riquezas necessário para a Revolução Industrial.

Igualmente, os acordos diplomáticos feitos pela Inglaterra também favoreceram a acumulação de riquezas no país. Por exemplo, em 1703, a Inglaterra assinou com Portugal o Tratado de Methuen.

Este acordo estabelecia que Portugal deveria importar preferencialmente tecidos britânicos, enquanto os ingleses deveriam comprar vinhos portugueses.

Como tecidos são muito mais consumidos que vinho, era um acordo extremamente vantajoso para a Inglaterra, que gerava lucros e garantia acesso a mercados para os produtos de sua indústria.

Destaca-se também a presença de jazidas de carvão no país como uma das causas fundamentais para a Revolução Industrial, pois esse mineral era o principal combustível dos motores a vapor.

Por fim, o acesso ao algodão (produzido pelas colônias britânicas na América), a elevada população e a presença numerosa de trabalhadores ociosos nas cidades, devido aos cercamentos, completam as causas econômicas da Revolução Industrial.

Fases da Revolução Industrial

Lembre-se que a Revolução Industrial foi um período de mudanças significativas no panorama econômico-social mundial. Podemos diferenciar quatro fases de industrialização:

Primeira Revolução Industrial (1760 a 1850): concentrada na Inglaterra e baseada na energia a vapor, as principais invenções foram a máquina de fiar, o tear mecânico e a máquina a vapor.

Segunda Revolução Industrial (1850 a 1900): a industrialização se espalha pela Europa, para o Japão e para a América do Norte. Utiliza-se de novos combustíveis, como o petróleo e a energia elétrica. Rápido desenvolvimento dos transportes e dos bens de produção.

Terceira Revolução Industrial (1950 a 1980): industrialização é marcada pela crescente automatização e informatização, pelo consumo em massa e pela expansão dos meios de comunicação. Destaque para o desenvolvimento da indústria química, eletrônica, robótica e genética.

Quarta Revolução Industrial (2010 - presente): Processo ainda em curso, é marcada pela combinação de tecnologias que buscam a automação total das indústrias (fábricas inteligentes), ampliando a capacidade criativa e a realização de negócios. Utiliza-se de inovações, como a inteligência artificial, a robótica, a internet das coisas, a impressão 3d, big data, veículos autônomos e a nanotecnologia.

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Referências Bibliográficas

ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática, 2007.

CAVALCANTI, Eline Velasques (et al.) Análise da Indústria 4.0 em uma instituição de ensino superior. Belo Horizonte: Revista Economia e Gestão, v. 22 n. 62, maio/ago 2022.

FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.