Metamorfose da borboleta: entenda o ciclo, do ovo à fase adulta

Rubens Castilho

Professor de Biologia e Química Geral

A metamorfose da borboleta é o processo de transformação que ocorre no corpo deste animal. As borboletas pertencem à classe dos insetos e são animais holometábolos, ou seja, realizam metamorfose completa e com grandes mudanças em seus organismos.

As borboletas passam por quatro fases durante sua vida, são elas: ovo larva pupa imago.

Nos ovos encontram-se os embriões dos novos organismos que nascerão. Assim que eclodem, dos ovos surgem as larvas, também conhecidas por lagartas. No momento certo, as lagartas formam a pupa, uma espécie de casulo, também chamada de crisálida, para se transformarem em uma borboleta (imago) ao final do ciclo.

Ciclo de vida da borboleta

Os insetos se reproduzem através da postura de ovos e, a depender da espécie, poderão ser ametábolos, hemimetábolos ou holometábolos.

Animais ametábolos não passam por metamorfoses e animais hemimetábolos passam por metamorfose parcial. As borboletas e mariposas, animais da Ordem Lepidóptera, são holometábolos, portanto, realizam metamorfose completa.

Ovos de borboleta

As borboletas, como outros insetos, colocam seus ovos (ovipostura) em folhas de plantas previamente escolhidas. A postura de ovos acontece na parte de cima da folha, também conhecida por região adaxial.

O formato dos ovos, quantidade e distância entre ovos diferem entre as espécies. No entanto, costumam colocar entre 10 e 30 ovos com 1 milímetro de distância entre si.

A eclosão costuma variar de 3 a 5 dias, segundo a tese de doutorado de Márcio Carvalho da UNICAMP. O autor estudou as fases iniciais da espécie Mechanitis polymnia.

O tamanho dos ovos varia de 1,0 a 1,2 milímetros de altura para 0,7 milímetros de diâmetro. A espécie possui ovos esbranquiçados com formato elíptico, ou seja, com extremidades maiores do que a largura.

Portanto, a coloração, formato e quantidade de ovos variará conforme a espécie de borboleta.

Saiba mais: Características dos insetos

Larva de borboleta - Lagarta

A fase larval, também conhecida por lagarta, é uma importante etapa no desenvolvimento da borboleta. Neste período, o organismo lutará para a obtenção de alimentos para sua nutrição e crescimento.

Costumam, ao eclodir os ovos, comer o córion, envoltório do embrião rico em proteínas, e iniciar sua dieta pela região central da folha. Ao término, passam para as margens foliares para seguirem se alimentando.

As lagartas passam por fases bem estudas por especialistas, estas fases são chamadas de ínstar. Borboletas do grupo das Nymphalidae costumam passar por cinco ínstares. Em cada ínstar o exemplar passa por crescimento e amadurecimento até poder produzir sua pupa / crisálida.

Pupa de borboleta - Crisálida

Durante os ínstares, a lagarta altera sua cor, tamanho e cápsula encefálica para se preparar para a fase de pupa. A pupa, também conhecida por crisálida é a fase de amadurecimento na qual a larva passa para se transformar em adulta (imago).

O tamanho, coloração e tempo de permanência na pupa diferirá de espécie para espécie. Normalmente é possível verificar a coloração das asas do adulto nos dias finais.

Borboletas da espécie Mechanitis polymnia formam uma crisálida de coloração amarelo transparente e, posteriormente, tornam-se prateadas metálicas. Seu comprimento é de, aproximadamente, 16 milímetros e seu desenvolvimento ocorre em 7 a 8 dias.

Borboleta adulta - Imago

Ao sair da pupa, o organismo permanece parado para realizar o estiramento das asas, configurando seu amadurecimento total.

A partir deste momento o animal poderá realizar suas atividades naturais como, por exemplo, se alimentar e polinizar diversas espécies vegetais.

O tempo de vida de uma borboleta adulta é variável de espécie para espécie. Uma borboleta-coruja (Caligo eurilochus brasiliensis) pode viver mais de três meses, contudo, outras vivem algumas semanas apenas.

Saiba mais:

• Metamorfose dos animais;
• Artrópodes.

Rubens Castilho

Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.