Poesia Palaciana
A poesia palaciana foi desenvolvida a partir do século XV dentro do movimento literário denominado Humanismo.
Recebeu esse nome pois ela era produzida nos palácios e estava destinada aos nobres. Ou seja, tinham o intuito de entreter os membros da Corte.
Os principais temas explorados pela poesia palaciana eram: costumes da corte, temas religiosos, satíricos, líricos e heroicos.
A poesia palaciana foi reunida pelo poeta português Garcia Resende (1482-1536) no “Cancioneiro Geral” (1516). O cancioneiro reunia cerca de 900 produções poéticas da época.
Os principais escritores reunidos no cancioneiro foram:
- Garcia de Resende
- João Ruiz de Castelo Branco
- Nuno Pereira
- Fernão da Silveira
- Conde Vimioso
- Aires Teles
- Diogo Brandão
- Gil Vicente
Poesia Palaciana e Poesia Trovadoresca
Anteriormente, a poesia estava intimamente relacionada à música. Foi durante o humanismo que o texto poético começa a se separar dela e adquirir sua independência.
No trovadorismo, as principais produções poéticas foram as cantigas líricas (Amor e Amigo) e as cantigas satíricas (Escárnio e de Maldizer). Eram textos poéticos recitados e acompanhados por música e danças, e daí o nome “cantigas”.
Assim, as cantigas trovadorescas eram produzidas para serem cantadas, enquanto as poesias palacianas, para serem declamadas. As principais composições poéticas exploradas no período foram: vilancete, a esparsa, a cantiga e a trova.
Principais Caraterísticas da Poesia Palaciana
- Ausência de instrumentos musicais
- Separação entre poesia e música
- Presença de redondilhas (5 ou 7 sílabas poéticas)
- Uso de figuras de linguagem
- Presença de idealismo e sensualidade
- Métrica, ritmo e expressividade
Leia mais:
- Cancioneiro Geral Português
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- Características do Humanismo
- A Linguagem do Humanismo
- Literatura Medieval
Exemplos
Para compreender melhor as poesias produzidas durante o período humanista, segue abaixo dois exemplos de Poesia Palaciana:
Exemplo I
“Meu amor, tanto vos amo,
que meu desejo não ousa
desejar nenhuma cousa.
Porque, se a desejasse,
logo a esperaria;
e, se eu a esperasse,
sei que vos anojaria.
Mil vezes a morte chamo,
e meu desejo não ousa
desejar-me outra cousa.”
(Conde Vimioso)
Exemplo II
“Meu amor tanto vos quero,
que deseja o coração
mil cousas contra a razão.
Porque, se vos não quisesse,
como poderia ter
desejo que me viesse
do que nunca pode ser?
Mas conquanto desespero,
e em mim tanta afeição,
que deseja o coração.”
(Aires Teles)
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DIANA, Daniela. Poesia Palaciana. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-palaciana/. Acesso em: