Poesia Palaciana

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

A poesia palaciana foi desenvolvida a partir do século XV dentro do movimento literário denominado Humanismo.

Recebeu esse nome pois ela era produzida nos palácios e estava destinada aos nobres. Ou seja, tinham o intuito de entreter os membros da Corte.

Os principais temas explorados pela poesia palaciana eram: costumes da corte, temas religiosos, satíricos, líricos e heroicos.

A poesia palaciana foi reunida pelo poeta português Garcia Resende (1482-1536) no “Cancioneiro Geral” (1516). O cancioneiro reunia cerca de 900 produções poéticas da época.

Os principais escritores reunidos no cancioneiro foram:

  • Garcia de Resende
  • João Ruiz de Castelo Branco
  • Nuno Pereira
  • Fernão da Silveira
  • Conde Vimioso
  • Aires Teles
  • Diogo Brandão
  • Gil Vicente

Poesia Palaciana e Poesia Trovadoresca

Anteriormente, a poesia estava intimamente relacionada à música. Foi durante o humanismo que o texto poético começa a se separar dela e adquirir sua independência.

No trovadorismo, as principais produções poéticas foram as cantigas líricas (Amor e Amigo) e as cantigas satíricas (Escárnio e de Maldizer). Eram textos poéticos recitados e acompanhados por música e danças, e daí o nome “cantigas”.

Assim, as cantigas trovadorescas eram produzidas para serem cantadas, enquanto as poesias palacianas, para serem declamadas. As principais composições poéticas exploradas no período foram: vilancete, a esparsa, a cantiga e a trova.

Principais Caraterísticas da Poesia Palaciana

  • Ausência de instrumentos musicais
  • Separação entre poesia e música
  • Presença de redondilhas (5 ou 7 sílabas poéticas)
  • Uso de figuras de linguagem
  • Presença de idealismo e sensualidade
  • Métrica, ritmo e expressividade

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Exemplos

Para compreender melhor as poesias produzidas durante o período humanista, segue abaixo dois exemplos de Poesia Palaciana:

Exemplo I

“Meu amor, tanto vos amo,
que meu desejo não ousa
desejar nenhuma cousa.
Porque, se a desejasse,
logo a esperaria;
e, se eu a esperasse,
sei que vos anojaria.
Mil vezes a morte chamo,
e meu desejo não ousa
desejar-me outra cousa.”

(Conde Vimioso)

Exemplo II

“Meu amor tanto vos quero,
que deseja o coração
mil cousas contra a razão.
Porque, se vos não quisesse,
como poderia ter
desejo que me viesse
do que nunca pode ser?
Mas conquanto desespero,
e em mim tanta afeição,
que deseja o coração.”

(Aires Teles)

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Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.